O BC mudou a metodologia de cálculo da TR (Taxa Referencial). Esta taxa era calculada por uma cesta de moedas dos próprios bancos. É relativamente alta, mas menos que os juros escorchantes cobrados pela súcia na ponta final da cadeia: consumidor e pequenas empresas. As grandes empresas e os ricos têm taxas melhores, paradoxal não? Quem tem dinheiro paga menos aos bancos. A velha máxima se confirma sempre: O banco te empresta o guarda chuva, mas quando começa a chover te pede de volta.
O caso aqui é grave e mostra que a quadrilha tomou conta mesmo. Vejam esta matéria onde o governo cede a apelos da Febraban.
Governo reduz retorno do FGTS e poupança se juro cair abaixo de 12%
Folha Online – 06/03/2007
Vejam trechos:
“A mudança atende a pedido da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que temia que com a redução da Selic fundos de investimento passassem a ser menos interessante para os investidores que a poupança.”
"A medida não foi tomada antes porque a TR não incomodava os bancos. Quando passou a incomodar os bancos reclamaram e o governo cedeu" Clique e veja mais
O roubo está institucionalizado. Antes ganhavam os bancos nos fundos como em qualquer coisa do negócio. Com uma potencial redução da SELIC existia o risco de recursos migrarem para poupança. A poupança na floresta da agiotagem brasileira era brincadeira. Pessoas esclarecidas corriam para fundos. Os bancos ganham nos fundos e na SELIC.
Com a SELIC caindo eles temiam perder recursos de fundos de investimento para poupança. Na verdade a taxa de juro SELIC caindo, eles inevitavelmente vão entregar um pouco, não poderão manter os absurdos “spreads” (diferença entre a captação e empréstimo).
A questão então passou a ser o risco poupança. A migração de recursos, inclusive dos esclarecidos para a poupança faria a banca perder dinheiro. Resultado: Resolução do BC mudando a regra. Pode saber que a TR foi criada pelo BC, tem vantagens e desvantagens, mas o dedo deles estava lá, pode apostar. A espoliação não admite perdas em hipótese alguma.
Quem ficou desguarnecido agora foi o povão. A correção do FGTS e a poupança correm riscos de “micar” mais do que já “micam”. A banca nunca vão perder, o probrezinho do cidadão sempre.
Se este país fosse sério, teria gente na cadeia. O abuso das tarifas cobradas e a manipulação de regras e normas é crime contra os pobres incautos que não sabem do que se trata. Crime contra nós, esclarecidos e informados que só podemos espernear de raiva com a safadeza.
O ideal era a taxa baixa, tarifas reais e concorrência entre eles. O lobo tomou conta do galinheiro, montou na carniça e ninguém pode chegar perto. Não existe defesa, nem para os excluídos que colocam a migalha na poupança, ou trabalha anos recolhendo FGTS que some nos ralos da corrupção e desperdícios.
Bacana este país, espertalhões manipulando rios de dinheiro para meia duzia, enquanto é pregada a melhoria e distribuição de renda, PIBINHOS, etc.
Somos palhaços, ou o que?
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