segunda-feira, fevereiro 25, 2019

As maiores bolhas econômicas da História do Mundo



O mais importante é que as lições ficaram, mas muitos não aprenderam com elas.

As maiores bolhas econômicas da História do Mundo


Bolha da Tulipa (1637)

Esta foi a primeira bolha especulativa da história.

A Bolsa de Valores foi criada na Holanda em 1602 com o objetivo de captar recursos e explorar os oceanos que abriam as portas do mundo aos países europeus. A capitalização da Companhia Holandesa das Índias Orientais foi o mote, que visava aumentar o comércio e a exploração dos mares e países ainda desconhecidos e inexplorados. O método usado na Holanda foi usado depois em diversos países que dominaram o mundo no século XVII e XVIII. O lucro dos investidores mostrou que era viável, mas eles não conheciam ainda a especulação (provocada sempre pela ganância) e as bolhas (provocada pelo amadorismo). Foi criado o mercado futuro.

Muitas pessoas começaram a investir no negócio, vendendo suas propriedades para lucrar com a especulação de tulipas. Criaram os mercados futuros na bolsa de valores de Amsterdã, e os investidores compravam tulipas de uma próxima colheita. As pessoas pagavam preços irreais por uma tulipa, porque elas achavam que poderiam vender ainda mais caro no futuro. A tulipa chegou a valer o preço de uma casa em Amsterdã.


Companhia do Mississipi (1720)

O rei Luís XIV teve longo reinado e diversas guerras que levaram à bancarrota a economia e a monarquia francesa. Para sustentar sua ostentação começou a se influenciar pelas teorias monetárias do economista escocês John Law.

O capitalismo incipiente não motivava as monarquias a investimentos visando lucro e crescimento, apesar de Adam Smith já ter lançado a “História da riqueza das nações.

Em 1717, John Law comprou a Companhia do Mississipi e abriu seu capital obtendo o monopólio de comércio com os EUA, garantido pelo rei Luís XV.

Law abusou de um esquema efetivo de marketing, que levou à especulação das ações da companhia em 1719.  Lucros enormes atraíram mais investidores para um preço artificial e o excesso de liberdade do banco sem intervenção e controle monetário do governo francês que passou a emitir moeda. À medida que o banco emitia veio a hiperinflação.

A bolha estourou no final de 1720 aconteceu quando não havia mais investidores para comprar as ações e sustentar a alta, com o excesso de vendedores para não sofrer prejuízo aconteceu a aplicação de velho axioma econômico: a oferta maior do que a demanda, preços caem. Neste caso foram a zero.
A bolha South Sea Bubble, na Inglaterra agravou o problema França. A maioria da população começa a sentir e a viver em pobreza extrema por muitas décadas e acabou culminando na Revolução Francesa.  
O mundo todo foi afetado pela crise na França.




O Pânico de 1873 e a Longa Depressão (1873-1896)

Pânico de 1873 começa nos EUA e acaba afetando o mundo todo após ter experimentado crescimento econômico nos anos anteriores, impulsionado pela Segunda Revolução Industrial.

O fim da Guerra Civil nos EUA  e a exploração do Oeste para amenizar a crise econômica dispara a  construção de estradas de ferro, foram construídos 53.000 km de linhas de trem entre 1868 e 1873 financiada por investidores.

O dinheiro acabou  e os mercados entraram em colapso. A Bolsa de Nova York parou por 10 dias. Nos EUA, mais de 18.000 empresas, incluindo companhias de trem e bancos, foram à falência.

A Bolsa de Viena foi afetada pela crise americana de 1873 e também afetou a Alemanha, Inglaterra e por consequência, o resto da Europa.

As reações  à crise e a necessidade de se recuperarem acabaram levando a Europa a iniciar, anos mais tarde, a Primeira Guerra Mundial. A falência do modelo econômico capitalista ressuscita  modelos econômicos no extremo oposto, como o Comunismo e Karl Marx.


Crash de Wall Street e A Grande Depressão (1929)

O Crash da Bolsa de Valores de Nova York, naquela quinta-feira negra em 1929 (seguida da terça-feira negra, na semana seguinte), iniciou a mais famosa crise, e talvez também a mais devastadora da história.

Após a Primeira Guerra Mundial, os países europeus estavam arruinados. Os Estados Unidos aproveitaram o aumento da demanda para expandirem sua indústria e cresceram sem parar entre 1918 e 1928. Foi um dos períodos mais prósperos da História dos EUA, dando origem ao termo "American way of life".

Americanos passaram a investir pesado em ações na bolsa de valores. Muitos venderam bens ou tomaram dinheiro emprestado para investir. Mais de 8,5 bilhões de dólares foram emprestados, isso era mais da metade de todo o dinheiro em circulação nos EUA. Os preços das ações estavam subindo e incentivando mais pessoas a investirem, criando uma bolha especulativa.

Além dos EUA, países como a Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Austrália e Canadá foram duramente atingidos pela Grande Depressão, que acabou afetando o mundo inteiro. Entre 1929 e 1932, o PIB mundial chegou a cair 15%, levando milhões de pessoas ao desemprego e à miséria.

Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos fatores que ajudaram a ascensão de regimes ditatoriais radicais, como o Fascismo, comandados por Adolf Hitler na Alemanha, e Benito Mussolini, na Itália.

Nos EUA, em 1933, o New Deal, conjunto de programas de intervenção do Estado ajudaram a minimizar os efeitos da crise. O New Deal consistia basicamente de:

- Investimento maciço em obras públicas (mesmo que isso significasse aumento da dívida pública a curto a prazo), gerando milhões de empregos.
- Destruição de estoques de gêneros agrícolas para conter a queda dos preços (nesta mesma época o Brasil fez o mesmo com o café, queimando milhões de toneladas do produto).
- Controle sobre os preços e a produção.
- Programas de ajuda social, como diminuição da jornada de trabalho (o que ajudou a abrir novos empregos), seguro-desemprego, seguro-aposentadoria e a implementação de um salário mínimo.

A crise de 1929 culmina com a explosão da Segunda Guerra Mundial, que deixou mais de 70 milhões de mortos ao redor do Mundo e deixou a Europa arrasada.


A Grande Recessão (2008 - 2012)


A partir do final dos anos 1990, após o estouro das empresas ponto com e a “exuberância irracional” termo cunhado por Allan Greenspan, os preços dos imóveis nos EUA começaram a disparar baseados em especulação. O preço das casas em algumas regiões chegou a subir de 20% a 30% por ano, enquanto que a renda não crescia na mesma velocidade. Em 2007, existiam casebres nos EUA valendo o preço de uma mansão.

A bolha estourou quando os bancos revelaram ter estendido hipotecas lixo (Subprime) a pessoas sem condições de pagá-las, com a expectativa de que o preço dos imóveis seguisse subindo. As hipotecas foram transformadas em títulos e vendidas nos mercados, o que gerou centenas de bilhões de dólares de prejuízo aos investidores quando as famílias não puderam mais pagar as hipotecas. O Lehman Brothers, maior banco de investimentos dos EUA, com mais de 150 anos de funcionamento, quebrou, arrastando consigo uma série de outros bancos nos EUA e fora dos EUA.

Após uma queda brusca em diversas bolsas de valores nos EUA e ao redor do mundo, a Europa começou a sentir. A Grécia foi obrigada a reconhecer que o déficit do país era muito superior ao revelado anteriormente, o que alterou o interesse nos mercados por seus bônus. União Europeia (UE) e FMI negociaram durante meses um programa de ajuda, enquanto os investidores continuaram castigando o país, retirando cada vez mais dinheiro. O pânico dos investidores contagiou o resto da Europa, e os mercados então começaram a duvidar da capacidade de outros países europeus de pagarem suas dívidas. Países como Portugal, Espanha, Irlanda e Itália, entre outros, entraram de vez na crise.

Vale ressaltar que Ben Bernanke o presidente do FED na época conseguiu com sua sabedoria administrar a crise de 2008. Ele conhecia profundamente a crise mundial de 1929 e seu trabalho acadêmico tinha sido sobre o Crash de 1929.

O Encilhamento no Brasil

O ministro da Fazenda Rui Barbosa emite moeda para tentar aproveitar o boom tecnológico mundial da época. República recém fundada, iluminação, ferrovias, máquinas a vapor, etc, e ainda incipiente a nossa República fizeram as autoridades a emitir moeda para gerar investimento.
Acabamos com uma inflação recorde e uma crise interna de grande repercussão com quebras de empresas e caos econômico.

Outras crises globais


Um resumo encontrado aqui ilustra bem, clique e leia. Crises financeiras de 1991  2011, mas que não tiveram o impacto global tão forte como as primeiras desta postagem.

período de 1991-2011 presenciou as seguintes crises financeiras:

1992-1993: BLACK WEDNESDAY

Ataques especulativos às moedas do Mecanismo de taxas de câmbio europeu. Esta crise iniciou-se a 16 de setembro de 1992 com a decisão do governo conservador britânico de retirar a libra esterlina do sistema anteriormente mencionado, por não conseguir manter a moeda britânica nos limites exigidos. Isto causou um ataque de especulação quanto ao real valor das moedas do continente (naquela época, o Euro ainda não existia, e os países europeus todos possuíam ainda suas moedas nacionais), totalizando perdas de cerca de 3.4 bilhões de libras.

1994-1995: CRISE ECONÔMICA DO MÉXICO DE 1994

Também conhecida em espanhol como "el horror de diciembre", foi ataque especulativo agravado pela inadimplência do México - esta crise se inicia com a inesperada desvalorização do peso mexicano, em dezembro de 1994. Seu efeito reverberou por toda a economia do cone-sul atingindo o Brasil especialmente, naquilo que ficou conhecido pela imprensa mundial como o "Efeito tequila". Teve que ser contornada a partir de um pacote de assistência ao México, que também acalmaria os investidores internacionais, restaurando a confiança no potencial de investimentos no país.

1997-1998: CRISE FINANCEIRA ASIÁTICA

Desvalorizações e crise bancária em vários países da Ásia. Com esta crise financeira, muito da fama dos "Tigres Asiáticos", de possuírem economias progressistas e sólidas desmoronou. Iniciada na Tailândia, com o colapso da moeda local, o baht, ela se alastrou para mais cinco países, praticamente todos os denominados tigres. Na Indonésia, a crise soou mais forte, chegando a causar distúrbios de rua, a queda do ditador Suharto, e em última análise contribuiu até para a independência de Timor, então ocupada militarmente por aquele país.

1998: CRISE FINANCEIRA RUSSA

desvalorização do rublo e inadimplência da Rússia - Cenário bastante parecido com o do México, onde, uma vez demonstrada a fraqueza da economia de um país, logo se inicia a especulação generalizada. O Brasil em especial sofreu com a crise russa, sendo o episódio onde reconhecidamente as conquistas obtidas com o Plano Real de 1994 quase foram destruídas pela especulação em massa que varreu as economias mundiais naquele momento.

2000: BOLHA "PONTO COM"

A bolha da internet, que alcançou seu auge em março de 2000, foi causada pela rápida valorização das ações de empresas ligadas à internet. Com o tempo, muitos investidores perceberam que o retorno não viria e começaram a vender suas ações, em um efeito manada que derrubou a bolsa de valores Nasdaq.

2000-2001: CRISE TURCA

A Turquia sofre com a rápida corrosão de sua moeda, levando a forte especulação e aumento de preços.

2001-2002: CRISE ECONÔMICA DA ARGENTINA

Quebra do sistema bancário, dando origem a uma carestia de proporções imensas, que evolui para o caos nas ruas das principais cidades. O presidente na época, Fernando De La Rua, é forçado a renunciar, e o país entra em virtual falência, da qual só recentemente se recupera, após abandonar tardiamente o receituário de economia neo-liberal.
Bibliografia:
Financial crisis (em inglês) . Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_crisis . Acesso em: 25 ago. 2011