quarta-feira, novembro 30, 2005

Crescimento Já

Protesto!As décadas perdidas e as gerações sofridas!

A diferença entre o remédio e o veneno é o tamanho da dose ministrada! Axioma popular

Este texto precisa de uma passagem de olhos nos números abaixo, é de fácil entendimento:

Presidente e seu PIB Médio

Getúlio- 4,8%
Gaspar Dutra- 7,6%
Nereu Ramos/Café Filho- 8,8%
JK- 8,2%
Jânio- 8,6%
Jango- 3,5%
Castelo Branco-4,2%
Costa e Silva- 7,8%
Médici-10,88%
Geisel- 6,69%
Figueiredo- 2,51%
Sarney- 3,28%
Collor- 1,3%
Itamar- 5,3%
FHC- 2,4%
Lula - 2,5%
- Projeção com crescimento estimado de 3,5% ano que vem.

Estes períodos são de 1979 até hoje, ou seja desde a década de 80.

1-)O Brasil por suas características socioeconômicas, de crescimento vegetativo e outras variáveis econômicas não pode crescer menos de 3,5% em média no ano. É deletério e injusto socialmente com os jovens que chegam ao mercado de trabalho e ao setor produtivo que precisa de fôlego e combustível para manutenção saudável de suas atividades.Com crescimento de 3,5% apenas empatamos. Qualquer coisa acima disso todos os atores envolvidos ganham. È o chamado circulo virtuoso da economia.

2-) Podemos afirmar que pelo PIB médio, os piores presidentes do Brasil de 1930 até hoje foram: Collor, Figueiredo, FHC, Lula (tudo projeta assim,mas pode piorar muito se tivermos outra queda do PIB) e Sarney. Nota-se que tudo isso aconteceu de 1980 para cá. Por estudos do Professor Reinaldo Gonçalves, da UFRJ,de 1900 até 2005, poucos fariam parte desta tenebrosa lista dos campeões do flagelo econômico do Brasil.De 1980 para cá, podemos tirar 3 anos do governo Itamar e jogar o resto no lixo, mas louvaando alguns indicadores que hoje são assumidos pelo governo atual mas na verdade começaram na década passada.

3-) O calvário das gerações nascidas em 50, 60, 70 e 80 é demonstrado aqui. Pois quem nasceu em 80 e hoje se encontra com 25 anos nem viu o país crescer satisfatoriamente retirando suas oportunidades em plena capacidade de trabalho.Quem nasceu em 1950, conseguiu aos 20 anos viver o “Milagre Econômico”, saudoso e saudável. Com 30 anos, em plena carga começou a enfrentar os problemas advindos da má performance das “décadas perdidas”, enfrenta-os até hoje. Quem nasceu no meio destes anos viveu e vive problema de emprego, renda e falta de oportunidades!

4-) A análise baseia-se em dados do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que nada mais é que a soma de todas as riquezas do país.Se estivermos produzindo e gerando riqueza é fácil enxergar todos os atores sociais e seus papeis. Quando o país cresce, as dificuldades da população quase sempre desaparecem ou são reduzidas.
5-) Claro que governar não é só fazer crescer um país, pois existem fatores exógenos, crises mundiais, fragilidade do estado, inflação, câmbio e outras variáveis que determinam a qualidade e competência de um governante e sua equipe.
Existe estudo do Professor Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, muito interessante. Ele mede um índice denominado IDP (Índice de Desempenho Presidencial) e leva em consideração parâmetros para avaliação e julgamento dentro de critério estabelecido.
Sem entrar em questões muito acadêmicas ou técnicas, busquei somente o crescimento do PIB, assumindo a premissa que ele por si só é alicerce para grandes benefícios a população, principalmente tratando-se de oportunidade, perspectivas de futuro, emprego e renda.Todos os atores ganham no contexto virtuoso.

Vamos fazer um protesto bem pragmático. Precisamos crescer! Chega de enrolação e chavão!O Mundo cresce a taxas maiores que as nossas há muitos anos.Os números falam por si só. Quem viveu momentos de prosperidade no Brasil sabe do que estamos falando e das potencialidades perdidas desde 1980 até os dias atuais.Até questões de segurança eram diferenciadas.

Temos exemplos fulgentes como China e Korea do Sul e recuperação de vários paises sul-americanos que poderiam ser comparados a nós no contexto analisado.Por que isso tem acontecido conosco desde a década de 80?

Se até nossos filhos foram penalizados por crises políticas e desmando dos dirigentes, só nos resta torcer que nossos netos possam buscar e viver um país melhor.Crescimento econômico já!
Não podemos ter ilusão que estados assistencialistas e recursos abundantes para investimentos voltarão a existir, mas a esperança que alguma saída seja encontrada é grande. Se vamos mexer no câmbio, juros ou carga tributária, não importa! Não podemos mais pagar o maior tributo que existe na humanidade: a injustiça social e desesperança para milhares de jovens entrantes no mercado de trabalho. Sou da geração perdida e não quero que minha filha de sete anos viva neste Brasil que assisti e sou testemunha.

Murilo Prado Badaró- Economista e empresário