terça-feira, março 13, 2007

Alguns problemas no PAC

Assisti ontem na FIEMG a Ministra Dilma apresentando o PAC aos empresários mineiros.
Tem muita coisa boa no PAC, idéias criativas e boas iniciativas, a verve é ótima e o esforço louvável, mas existem falhas estruturais. Em janeiro postei muita coisa do PAC, vejam:



No quadro acima apresentado para o cenário macroeconômico está o gargalo do PAC.
Os furos em minha opinião:
1- Taxa Selic nominal: o cenário de 10,5% e 10,1% é muito otimista. Com uma possível crise mundial se avizinhando não poderemos manter a queda de juros na mesma batida de hoje. Será preciso atrair capital externo, infelizmente.
2- Crescimento do PIB: Órgãos do próprio governo afirmam que crescimento de 5% só em 2017. O Cenário é irreal, se o Brasil crescer 3,5% estará bom demais. A nossa infra-estrutura não permite.
3- O PPI: O programa de investimento será comprometido com a quebra das projeções de receita e despesa pelo erro na projeção de crescimento do PIB. Se mantiverem o esforço de atingir estas metas será ótimo para nossa combalida infra-estrutura.
4- Dívida líquida em % do PIB: As metas não serão atingidas por tudo exposto acima. Se as taxas de juros não caírem continuaremos pagando R$ 160 bilhões de juros ano para rolar a dívida. Se o PIB não cresce na meta desejada, a relação dívida/PIB também não será atingida.

O problema é : As metas fiscais e orçamentárias são feitas com estas previsões. Quando fura uma, vai em efeito cascata mexendo em quase todo fundamento macroeconômico.
O país está bem, mais pela conjuntura mundial que pela gestão. O problema e o perigo mora ai, todas as leituras apontam crise mundial, ou pelo menos um ajuste e correção de rumo.
O esforço do governo é louvável e a gestão da Ministra deve ser brilhante como ela já demonstrou, mas as chances de vingarem todas as premissas do PAC são pequenas. Existem coisas boas e eficazes no PAC, mas não ainda para acelerar o crescimento desejado e necessário. Infelizmente.Vamos acompanhar, torcer e ajudar.

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