quinta-feira, julho 28, 2011

Volume total de crédito cresce 20% em um ano e atinge R$ 1,834 trilhão

Clique e leia Isso deveria ser bom, mas aqui no Brasil nem tanto.

Países do primeiro mundo têm a relação crédito PIB muito maiores que os nossos, mas lá o perfil da dívida é diferente, os juros menores e os "spread" racionais e não criminosos como aqui.

O risco de estouro da bolha pode ser também, de certa forma, visto aqui. Aumento do crédito sem critério.
Os bancos agradecem e nadam de braçada neste mar de prosperidade a custa da ignorância do incauto cidadão que toma dinheiro sem fazer conta.
Eles alegam riscos altos para meter a mão no pobre tomador de crédito. Risco alto em consignado? Brincadeira.
O crédito se estivesse indo para o setor produtivo aliviaria um pouco um possível problema. Aqui, tirando o que foi para o setor imobiliário, que é saudável, a grande massa de grana cara foi para o consumo, que também tem também papel positivo, mas deve ser visto com atenção para não explodir a demanda e cutucar a inflação, que já nos ronda.
Isso ai, este é o Brasil. Tomara que não entremos em turbulência, no curto prazo, porque isso não temos como evitar, é questão de tempo. Ai, as feridas serão expostas.

quarta-feira, julho 27, 2011

Governo edita medida para conter queda do dólar

Clique e leia -O governo publicou nesta quarta-feira Medida Provisória (MP) no Diário Oficial que permite a taxação em até 25% operações de derivativos feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no País. A medida tem como alvo as operações com derivativos cambiais, que tem grande influência na formação de preços da moeda americana no mercado à vista.

Esta pode dar resultado em parte. O preço é muito puxado também pelas operações futuras.

Uma coisa que poderia funcionar,seria aumentar o lastro para operações de derivativos. Hoje não sei quanto está, mas antes as corretoras operavam muito acima da capacidade de honrar, ou seja, compravam ou vendiam 100, quando os limites e lastro eram de 25, por exemplo.

O Mantega disse que teme o desfecho da crise americana, coitado. A chance de os EUA não chegarem a um consenso é zero, até porque, se os EUA entrarem em "default" (calote) a crise mundial seria sem precedentes, principalmente para eles.

O Brasil vive momento complicado, como já disse, os problemas estão todos ocorrendo ao mesmo tempo, o do câmbio e dos juros, ambos interligados, são os maiores e que mais exigem gestão no curto prazo. A medida feita hoje é boa, tira grana dos especuladores e jogadores dos derivativos, podem frear um pouco a fúria da queda, mas a origem desta valorização do real está nas causas que disse no post abaixo.
O Brasil precisa atacar agora é o descontrole dos gastos públicos, eles tentam outras coisas, mas as redes ficam curtas a cada momento, eles terão que atacar esta ferida em breve, querendo ou não.

terça-feira, julho 26, 2011

Dólar cai mais uma vez e fecha a R$ 1,536. Muito problemas a vista

Clique e veja o jornal da Globonews- Veja o vídeo.

Tenho alertado aqui que existem misturas de fatos econômicos explosivos no Brasil. Vamos lá:
  1. O Câmbio está em níveis de 1999, a R$ 1,536. As intervenções do BC não estão conseguindo levantar a moeda verde americana. Hoje o Brasil é o país mais caro e o Real a moeda mais forte do planeta. Em tese isso ajuda no combate a inflação, o sistema é livre e tem o lado positivo, mas em contrapartida, os exportadores e alguns setores perdem competitividade. A balança está indo bem, pelo aumento da demanda e do preço das commodities e isso pode ser temporário. Além de viajar o brasileiro compra fora do Brasil.
  2. Segundo ouvi na Band, o Brasil é o terceiro país em fluxo de recursos externos no setor produtivo. Recebeu em 7 meses de 2011, US$ 38 bilhões, perdendo para os EUA e China.
  3. A entrada de dinheiro de fora e uma ameça de inflação ainda não debelada, fez o Brasil aumentar os juros, e isso traz ainda mais fluxo de capitais para aqui, o especulativo, isso impacta no fortalecimento do Real.
  4. O Brasil arrecada mais, mas gasta mais, gastos públicos em excesso. Isso não dá margem a queda de juros, então ficamos na espiral que pode causar problemas futuros.
  5. A soma de: Ameaça de inflação+ moeda fortíssima+ juros campeões da terra+ gastos públicos descontrolados+ falta de infraestrutura = problemas futuros.
  6. O Brasil ainda vive um ciclo virtuoso, mas isso não será eterno e na primeira crise as feridas serão expostas, já disse e repito.
  7. A soma deste cenário macroeconômico pode nos deixar uma conta cara. Nosso endividamento cresce, nossa infraestrutura definha e quando precisarmos ser competitivos, ai a bomba explode.
  8. Nem falo na bolha do crédito e nos preços irreais de imóveis. As pessoas se esquecem que tudo na economia é cíclico, já estamos no limite do limite e a prosperidade mascara as mazelas.
Conclusão: Não é fácil resolver isso, mas é preciso começar a pensar em alternativas de gestão destes fatores ocorrendo ao mesmo tempo. Mexer na taxa de câmbio? Não sei, já tomaram medidas e nada, eu mesmo cantei a pedra aqui. Juros? Aumentar mais, é suicídio, mas ao mesmo tempo a inflação ameaça, mesmo o ministro da fazenda dizendo que cumpre meta. DUVIDO. Aposto com quem quiser que estoura a meta de 4,5% não será atingida este ano. Ainda temos aquecimento da demanda pelos assistencialismos e crescimento do consumo via crédito, duas coisas terríveis no longo prazo.
Solução na minha visão: Corte de gastos, prioridade de investimentos na infraestrutura (coisa que o PAC acha que faz, mas não faz). Seja o que Deus quiser. Espero estar errado.

domingo, julho 10, 2011

EUA em moratória?

Só acordo político impede que EUA entre em moratória. - Clique e leia

Um trecho: "Desde 16 de maio, quando atingiu o limite do teto de endividamento público, no valor de US$ 14,294 trilhões, o governo manobra para poupar e honrar seus pagamentos. Mas se democratas e republicanos não costurarem um consenso para elevar a capacidade de endividamento até o próximo dia 2, o calote será inevitável e inédito."

Se acontecer isso pode ser um estrago incalculável na economia mundial. A locomotiva dando sinais de quebra. Melhor não pensar nisso, as chances são remotíssimas.

O congresso americano é pragmático e responsável, e o acordo deve sair com certeza. Eles sabem se unir em causa própria, se acontecer esta moratória tanto para eles, quando para o mundo será uma tragédia.

Em todo caso é melhor rezar para que tudo der certo. Não consigo imaginar a crise mundial se acontecer isso. Será pior do que a crise de 1929, muitas vezes pior.

sexta-feira, julho 08, 2011

Crise na economia brasileira a vista?


Já postei aqui várias vezes sobre o tema, não é mau agouro, é pressentimento com base na mídia que acompanho. Claro que interpreto com um viés técnico e não político.

Olhem só o que eu escrevi:
  1. A bolha do crédito fácil pode estourar? - Clique e leia - Julho de 2010
  2. A melhor receita para o Brasil crescer com sustentabilidade - Clique e leia - Setembro de 2010
  3. Inadimplência do consumidor sobe pelo 5º mês seguido - Clique e leia - Outubro de 2010

  4. Inadimplência do consumidor tem pior novembro desde 2005 - Clique e leia - Dezembro de 2010

    Sobre a questão cambial e da inflação, escrevi em abril de 2011- Clique e leia


    Agora vejam as previsões recentes de analistas globais: Clique e leia
    Diz o seguinte a manchete da matéria: Aumenta preocupação no exterior com saúde da economia brasileira
    Uma parte do texto: "Entre os pontos de vulnerabilidade da economia brasileira apontados por analistas em relatórios e artigos recentes estão questões como a expansão do crédito com juros altos, a sobrevalorização do real, os riscos de inflação, o alto preço das commodities e a valorização excessiva no mercado imobiliário nas grandes cidades brasileiras."

    Acho que não preciso escrever muito para concluir. Um alerta só. O mercado se antecipa. Uma hora teremos o arrefecimento a que me refiro. Neste momento as mazelas vão aparecer. Muitas bombas deixadas para a frente. O cenário macroeconômico mundial ainda nos é favorável, mas o interno nem tanto. No passado o quadro era melhor nos dois cenários, mundial e nacional. Hoje temos diversas bolhas e problemas interligados entre juros altos, cambio apreciado e ameaça de inflação.
    Vamos rezar para não acontecer, mas as chances são grandes, fica aqui mais uma previsão, infelizmente.

segunda-feira, julho 04, 2011

Adeus a Itamar e os homens públicos vocacionados

ERRR
Itamar se foi. Morreu aos 81 anos neste último dia 02. Fiz questão de colocar a foto dele do lado do meu pai porque ambos são da mesma geração, de pessoas sérias vocacionadas pela causa pública e íntegros.
Honestidade é pré requisito de político, mas hoje não é assim, infelizmente.
Os homens públicos atuais deveriam seguir o exemplo destes dois e de outros da mesma geração.
Minhas condolências a família dele e meu adeus.
Minas Gerais e o Brasil perdeu um grande homem, que deve ficar marcado não só pela seriedade e honestidade, nem pelas polêmicas e controvérsias que criou.
Itamar deve ser lembrado pela condução do Brasil em 1992, quando em uma séria crise institucional com o impedimento de Collor, tocou o país e ainda fez as bases do Plano Real que tirou o Brasil da espiral inflacionária plantando as bases para uma prosperidade que veio nos anos 2000. Elegeu FHC que deu sequência ao Plano Real, mas deixando os frutos mas o governo Lula que sismou várias vezes em não reconhecer isso, como se fosse o mito que alguns pensam que é e ele sisma no seu messianismo que realmente é. O Brasil foi feitos por vários, Itamar foi um deles. Descansa em paz senador