quinta-feira, julho 26, 2012

Os gastos públicos em excesso- O mal do Brasil


Teoricamente quando o país atinge 30% na relação gastos públicos x PIB está em situação delicada, caminhando para a falência.
No Brasil esta relação cresceu de 19% em 1995 para 30% em 2009. Preocupante.
Os gastos públicos, quando não são investimentos em infraestrutura, são a raiz de muito mal. Governo se endivida, precisa aumentar impostos para acertar o caixa, é combustível na inflação, etc.
Quando são investimentos em infraestrutura, portos, estradas, aeroportos, etc, ai é raiz do bem, gera emprego e renda e sustenta o investimento privado para a economia crescer.
Veja que são exatamente o contrário do nosso caso no Brasil atual.
Gastamos mal, aumentamos os gastos, principalmente custeio e investimentos pouco na infraestrutura. Veja a relação das obras do PAC, realizado x previsto e comprovem o que digo aqui.
Além disso nossa educação e saúde são verdadeiro caos, e hoje a falta de mão de obra especializada em alguns segmentos é gargalo sério no desenvolvimento.
Neste ambiente de Copa e Olimpíadas no Brasil em 2014 e 2016, podemos  ter benefícios, pelo menos em tese, mas o que vejo é muito desperdício. Porque não fazer a Copa em 5 estádios ao invés de 12 (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal )? Não poderíamos ter a Copa nos principais centros? Gastam-se bilhões em estádios que ficarão jogados as traças quando passar estes eventos. Isso é dinheiro público no ralo e só exemplifica minha tese aqui. Porque não usar parte destes recursos tão pródigos na melhoria da educação e da saúde? O cheiro ruim da corrupção está por trás disso com certeza, aliás, a impunidade com a corrupção é outro problema grave do Brasil e de certa forma alimentam este ciclo vicioso.
O pior muitas vezes, não são os 10% que o corrupto leva, mas os 90% que ele inventa para levar os 10%.
Haverá ganho nas obras da Copa, na mobilidade urbana, que inclusive passa da hora de ser olhada e administrada, mas acho que é pouco.
Pois bem, na crise que está pintando no cenário mundial e afetará o Brasil, os efeitos nefastos das contas públicas ruins serão aumentados.  Parece que não tem volta e definitivamente entramos em processo de desaceleração mundial. Até onde isso irá, é difícil prever. Confesso que ainda confio na administração competente dos países principais e locomotivas do globo terrestre. Vamos ver.
Para quem se interessar em ver mais os efeitos e dados relativos aos gastos públicos no Brasil, clique e leia artigo muito bom- Como gasto público desequilibra a economia? De Marcos Mendes


Pior, estamos chegando no limite e com a crise batendo as nossas portas. O cenário não é nada bom.
Já disse diversas vezes, enquanto tivermos políticos e partidos que mentem, têm projetos pessoais e partidários em detrimento do pensamento na nação, no futuro, viveremos sempre assim. 
O Brasil é sempre o país do futuro, inclusive alardeado pela elite política, mas o futuro nunca chega porque eles mesmos não deixam.

segunda-feira, julho 23, 2012

Jovem sem trabalho e informado é estopim de distúrbios globais


Jovem sem trabalho pode ser estopim de distúrbios globais.
Li uma entrevista com Don Tapscott, canadense e autor de livros como Wikinomics- Como a  colaboração em massa pode mudar seu negócio e A hora da Geração  Digital. Clique e veja
È mais que sabido que estamos vivendo há muito tempo na sociedade do conhecimento e na era da informação. Isso não é um projeto da humanidade, mas um processo., e por ai  concluímos  que existem sempre alguns pontos positivos e negativos, inerente de qualquer processo.
A entrevista com este especialista em inovação e no impacto social da tecnologia me chamou a atenção pelo fato de ter colocado a relação da crise mundial com o conseqüente desemprego e os distúrbios globais.
Exemplos não faltam, a Primavera Árabe recente derrubou governos autoritários e corruptos e a articulação toda se deveu em grande parte as redes sociais, Twitter, FaceBook, etc.
O mundo vive de ondas  e  em ciclos diversos,  econômicos e sociais, desde a prosperidade pós guerra dos anos 50, aos processos inflacionários  e libertários da juventude com diversas manifestações no mundo todo, 1960 foi a época de distúrbios que muitos ainda se lembram.
Na entrevista Don Tapscott prevê de certa forma que esta crise mundial, se agravada, pode gerar uma grande insatisfação com o aumento do desemprego e queda da renda, na tese dele, teríamos distúrbios sociais com a ajuda das redes sociais, e segundo suas palavras, “ estes distúrbios podem fazer os dos anos 60 parecerem coisa de criança”.
Concordo em parte que uma crise mundial mais séria precisa ser entendida sob a luz da tecnologia e informação, estas ferramentas podem servir para mobilizar e alimentar as manifestações, mas são elementos de combate para os governos que trabalham para evitar o pior. A crise global de 1929 poderia ser evitada  se fosse bem administrada, isso é mais do que comprovado hoje.
Os ciclos econômicos e sociais existem isso é fato. Se vamos ter movimentos como os anos 60, dependerá do rigor e tamanho da crise mundial que nos ronda. Isso também é fato e precisamos acreditar que os governos dos países poderosos estão atentos e agindo.
Não consigo nem prever o que aconteceria se a previsão de Don Tapscott estiver correta, mas como ele mesmo cita em sua entrevista “ o futuro não é algo que se possa prever, mas algo que precisamos construir, alcançar”.
Os riscos existem, mas acho que as probabilidades são menores que as possibilidades.  O Brasil começa a ser afetado pelos maus ventos globais. Nos anos 2000 tínhamos chances de continuar as reformas para colocar este país definitivamente como uma nação do futuro. A opção por um caminho é sempre em detrimento de outro. Lula errou em muitas coisas e se acontecer o pior, o preço a ser pago será mais alto. O PIB passou de 4,5% para 1,5% de previsões para 2012. Isso representa desemprego e queda de renda. Os efeitos ainda não são mensuráveis e dependem também da extensão desta crise.
Não é motivo para pânico, pelo menos ainda. Vamos torcer que tudo dê certo. Se voltarem as manifestações a exemplo dos anos 60, o Brasil não ficará de fora.  

quarta-feira, julho 18, 2012

Passamos por este

O governo conseguiu aprovar as MPs. Isso não quer dizer que estabeleceu as pazes com o legislativo. Pelo que vi na mídia houve liberação das famosas emendas. Segundo alguns $3 milhões para cada. O pacote tem virtudes e o momento de desaceleração demanda esta responsabilidade do congresso. Ainda ê pouco, mas melhor que nada. Ontem li que quando o pais atinge 35% do PIB em gastos públicos caminha para a falência, vou me atualizar quanto a estes números. Já ê claro como a luz do sol que a opção de Lula foi mais interesseira do que estratégica para o pais. Aumento de credito aumenta consumo, soma-se a isso o assistencialismo temos a falsa ilusão de tudo estar bem. Na festa da floresta tudo fica lindo, mas uma hora a conta chega. Este ê meu receio. Uma crise forte como esta pintando agravara nossos problemas. Até o final do ano a economia mundial precisa reagir e fazermos nosso dever de casa. Na minha modesta opinião: investimento em infra-estrutura e mecanismos de aumento de produtividade e competitividade, inclusive desonerando os altos custos das empresas. E outra, talvez mais importante. Redução dos gastos publico. Será que estamos chegando aos 35%?

Murilo Prado Badaró
By iPhone

segunda-feira, julho 16, 2012

Um teste político para Dilma

Vejam esta mobilização na Câmara dos Deputados para votar as medidas anticrise: Clique e leia

Acho que veremos um teste real da disposição e relação do congresso com a presidente Dilma.
Desde o começo de seu governo muitas pessoas alertaram, entre elas eu, que ela tinha fama de boa gestora, mas que não era política e isso poderia ser muito ruim. Presidente da república precisa ser político e atuar assim.
Pois bem, Dilma enfrenta percalços diversos, na economia e nas relações com o legislativo. Seu temperamento explosivo relatado pela mídia, broncas e gritos com auxiliares e ministros e o tratamento aos deputados e senadores podem estar criando mais problemas a Dilma.
O congresso já mostrou e deu sinais que este confronto  existe de fato. Acho que esta votação pode ser um teste de fogo para confirmar este cenário de problemas entre Dilma e os deputados e senadores, afinal com ampla maioria no legislativo,só a própria  base do governo pode derrotar o Planalto.
Outro grave problema que desaguará na cena política, estamos vivendo uma crise de desaceleração da economia. O PIB projetado em 4% já bate 1,5% com viés de baixa, alguns já projetando 1%. O Brasil não suporta crescimento inferior a 2,5%. Isso será um desastre político porque implicará em demissões e redução da renda. A população que avalia positivamente em grande maioria o governo dela pode começar a mudar a opinião.
Este pacote a ser votado é importante, pelo menos como tentativa de estancar a crise, mas o congresso pode dar um troco nas estremecidas relações entre a presidente, alguns ministros e os deputados.
O cenário eleitoral  de 2014, antes amplamente favorável a Dilma, começa a mudar a partir destes números da economia. Com crise política as coisas só tendem a piorar.
A presidente Dilma enfrenta mais um teste, mas meu sentimento não é nada bom. Acho que o congresso colocará sua mensagem, mais uma vez.
Dilma pode enfrentar os problemas econômicos atuais que podem se agravar, a sua fama de boa gestora parece que fica na centralização e engessamento da máquina pública e não mostra resultados concretos, se agravar esta questão política da relação com o congresso, ai o cenário se complica muito. Vamos torcer para não se confirmarem estas ilações e esperar para ver o que acontece.

domingo, julho 01, 2012

A política externa do Brasil atual

Nunca fui muito de acompanhar ou julgar a política do Brasil para o mundo, as relações internacionais de nosso país. Acho que com os últimos episódios envolvendo o Paraguay, vale uma reflexão:

  1. Já ouviram falar no pacto ABC?  Clique e leia . Um acordo ideológico absurdo que Getúlio sabiamente descartou e não foi para frente. Cito algumas passagens no meu livro.
  2. Parece que estamos vendo este filme novamente.
  3. Não bastasse o Mercosul, inventaram a tal Unasul (clique e saiba mais) que nada mais é que uma pacto ABC renovado.
  4. O Brasil não esta fazendo política externa, mas sim partidária e ideológica. Dá palanque para Cristina Kichener, Evo Morales, Hugo Chavéz e Rafael Correa, todos esquerdistas que chegaram ao poder e os respectivos países vão pagar caro.
  5. O Brasil apoiou as posições esdruxulas do Mercosul, suspendendo o Paraguay.
  6. Porque a suspensão? Se houve golpe lá, foi dentro da lei e os países precisam respeitar a soberania das instituições paraguaias. 
  7. O Brasil teve expropriações (Bolívia) e assistiu calado diversas violações da liberdade e democracia constantes nestes países a que me refiro aqui. Porque nunca houve interferência para estes atos? Porque o Brasil nunca se manifesta contra as ações ditatoriais destes malucos?
  8. O Paraguay não permitia a entrada da Venezuela no Mercosul, agora com a suspensão, o maluco do Chavéz conseguiu colocar o país que ele destrói. Nada contra a entrada ou o povo venezuelano, mas foi uma jogada política que desrespeita a soberania paraguaia.
  9. Ouvindo um debate na Globo News, consegui perceber, e concordo, que estes fatos se remetem ao Foro de São Paulo - Clique e leia. Anacrônico esquerdismo que atrasa os países, parece que controlam as políticas externas destes países e nossa também.
  10. Não fazem mais as coisas com interesses na nação, mas com viés ideológico e personalista, seguindo o Foro de São Paulo ou não, é um absurdo.
  11. O caso do Paraguay só evidencia isso e coloca o tema em debate. Para mim está ficando claro, como a luz do sol.
  12. Este fato evidencia também que nossas instituições estão em frangalhos, quase todas. O Itamaraty sempre se pautou pelas ações técnicas, mesmo com posição ideológica de alguns poucos que lá habitam. Agora uma minoria  comanda as ações seguindo preceitos ideológicos e atrasados.
Conclusão: Nós estamos perdendo e esta conta será paga, por quem? Por nós cidadãos de bem, como sempre.