sábado, fevereiro 23, 2013

Lula x FHC, a verdade.

Olhem este artigo.

O outro lado, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
E, se em vez de insistirmos na comparação entre os governos petistas e os do PSDB dos últimos 20 anos, fizéssemos uma análise mais abrangente, com as comparações da performance brasileira nos últimos dez anos com a própria performance dos governos ao longo da nossa História e, além disso, com as demais economias do mundo, inclusive dos países emergentes?
O professor titular de Economia Internacional da UFRJ Reinaldo Gonçalves se propôs a se distanciar da polarização PT-PSDB para analisar a economia brasileira e os avanços sociais nos dez anos de governos petistas, e encontrou quadro bastante desolador, distante da propaganda oficial, a que deu o título “Brasil negativado, Brasil invertebrado: legado de dois governos do PT”.
A “negatividade” é informada por inúmeros indicadores de desempenho da economia brasileira que abarcam o país, o governo, as empresas e as famílias. O “invertebramento” envolve a estrutura econômica, o processo social, as relações políticas e os arranjos institucionais.
Essa trajetória é marcada, segundo Gonçalves, na dimensão econômica, por fraco desempenho; crescente vulnerabilidade externa estrutural; transformações estruturais que fragilizam e implicam volta ao passado; e ausência de mudanças ou de reformas que sejam eixos estruturantes do desenvolvimento de longo prazo.
Na avaliação do crescimento da renda durante os governos do PT, o professor classifica de “fraco desempenho pelo padrão histórico brasileiro e pelo atual padrão internacional”. A taxa secular de crescimento médio real do PIB brasileiro no período republicano é 4,5%, e a taxa mediana é 4,7%. No governo Lula, a taxa obtida é 4%, enquanto as estimativas e projeções do FMI para o governo Dilma informam taxa de 2,8%.
O resultado é claramente negativo: no ranking dos presidentes do país, Lula está na 19ª posição, e Dilma tem desempenho ainda pior (24ª), em um conjunto de 30 presidentes com mandatos superiores a um ano. Resultados que não são compensados pelo fato de o governo Fernando Henrique estar em 27ª posição, com o crescimento médio de 2,3%.
O Brasil negativado dos governos do PT também é evidente quando se observam os padrões atuais de desempenho da economia mundial, ressalta Gonçalves. Durante os governos petistas, a taxa média anual de crescimento do PIB (considerando as estimativas e projeções do FMI para os dois últimos anos do governo Dilma) é 3,6%.
No período 2003-2014, a estimativa é que a economia mundial cresça à taxa média anual de 3,8%; no caso dos países em desenvolvimento, essa taxa deverá ser de 6,4%.
Portanto, salienta Gonçalves, o Brasil negativado é evidente quando se constatam não somente essas diferenças como dois outros fatos: em seis dos 12 anos do período 2003-14, a taxa de crescimento da economia brasileira é menor do que a taxa média mundial; e, em todos os anos, a taxa de crescimento do PIB brasileiro é menor do que a média dos países em desenvolvimento.
O Brasil negativado também é evidente quando se compara o crescimento do PIB brasileiro durante os governos petistas com a média simples e a mediana das taxas de crescimento dos 186 países que são membros do FMI e que representam um painel muito representativo da economia mundial.
A taxa média durante os governos Lula e Dilma (3,6%) é menor que a média simples (4,6%) e a mediana (4,4%) das taxas de crescimento dos 186 países. A taxa de crescimento brasileiro é menor que a média simples e a mediana da economia mundial em dez e sete anos dos 12 anos, respectivamente.
O fraco crescimento da economia brasileira durante os governos petistas está diretamente associado às baixas taxas de investimento, ressalta Gonçalves. A taxa média de investimento do Brasil no período 2003-14 é 18,8% enquanto a média e a mediana mundial (painel do FMI) são 23,9% e 22,5%, respectivamente.
Em todos os anos de governo petista, a taxa de investimento é menor que a média e a mediana do mundo. No painel de 170 países o Brasil ocupa a 126ª posição, média para o período 2003-14. (Amanhã, o social)

Comparações entre governos?


Escrevi este artigo em 2006. Olhem ai.

Segunda-feira, 17 de Julho de 2006

A penalização de várias gerações A diferença entre o remédio e o veneno é o tamanho da dose ministrada! Axioma popular.
Vamos fazer um protesto bem pragmático. Alguns números serão colocados até por serem bem interessantes e demonstrarem as assertivas e ilações desse texto.
Defendo há muito a tese que minha geração e as que me sucederam foram perdidas no contexto econômico e das oportunidades. Isto acaba desaguando em outras tragédias sociais como desemprego, aumento da violência, etc. Quem viveu o “milagre econômico” de 70 sabe do que se trata.
A análise baseia-se em dados do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que nada mais é que a soma de todas as riquezas do país.Se estivermos produzindo e gerando riqueza é fácil enxergar os atores e seus papeis. Quando o país cresce, as dificuldades da população quase sempre desaparecem ou são reduzidas. Claro que governar não é só fazer crescer um país, pois existem fatores exógenos, crises mundiais, fragilidade do estado, inflação e outras variáveis que determinam a qualidade e competência de um governante e sua equipe.
Existe estudo do Professor Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, muito interessante. Ele mede um índice denominado IDP (Índice de Desempenho Presidencial) e leva em consideração parâmetros para avaliação e julgamento dentro do critério estabelecido.Sem entrar em questões muito acadêmicas e técnicas, busquei somente o PIB, assumindo a premissa que ele por si só é alicerce para grandes benefícios a população, principalmente tratando-se de oportunidade, perspectivas de futuro, emprego e renda. Levantei o PIB médio dos governos passados de 1930 para cá. Por que? Pessoas nascidas antes de 1930 estão em sua maioria aposentadas ou fora do mercado. Queria demonstrar que pessoas nascidas na geração conhecida como “Baby Boom” (década de 50 e 60) foram penalizadas com crises econômicas e no caso do Brasil por desmandos e incompetência de governos.Quem nasceu em 70 e 80 ainda não enxergou o que é prosperidade apesar de sua plenitude para o trabalho. È clara como a luz do sol a questão que demonstra que de 1980 até 2005 tivemos pífios indicadores do PIB, excetuando 3 anos do governo Itamar em 92, 93 e 94.O que por si só não representa nada como geração de emprego e renda. Olha o quadro abaixo que fica clara a afirmação supra.
Presidente
Período de governo
PIB Médio nos anos governados
Getúlio
30/34-34/45-51/54
4,8%
Gaspar Dutra
46/51
7,6%
Nereu Ramos/Café Filho
54/55
8,8%
JK
56/61
8,2%
Jânio
61
8,6%
Jango
61/64
3,5%
Castelo Branco
65/67
4,2%
Costa e Silva
67/69
7,8%
Médici
69/74
10,88%
Geisel
74/79
6,69%
Figueiredo *
79/85
2,51%
Sarney
85/90
3,28%
Collor
90/92
-1,3%
Itamar **
92/95
5,3%
FHC
95/2002
2,4%
Lula***
2003/2007
2,5%
* - Aqui começa o calvário das gerações nascidas em 50, 60, 70 e 80. Pois quem nasceu em 80 e hoje se encontra com 25 anos não viu o país crescer, perdendo suas oportunidades em plena capacidade de trabalho.
** - Aqui tivemos três anos de prosperidade com a estabilização da moeda e o Plano Real. É muito pouco para um país continental como o nosso com índices demográficos e vegetativos altos. O Brasil precisaria crescer no mínimo 3,5% ao ano para atender suas demandas de justiça social, geração de emprego e renda atendendo a população entrante.
*** - A Projeção para o Governo Lula é nebulosa. Com índices projetados para o ano que vem, o máximo que atingiria seria um crescimento médio de 2,5%. Isso se o Brasil crescer 3,5 % ano que vem. Se acontecer problemas como os verificados agora, podemos ter a média ainda mais baixa.
Os números falam por si só. Quem viveu momentos de prosperidade no Brasil sabe do que estamos falando e das potencialidades perdidas desde 1980 até os dias atuais.A recente queda do PIB em contrafluxo da economia mundial e a potencialidade perdida são estarrecedores. Exemplos fulgentes como China e Korea do Sul e recuperação de vários paises sul-americanos que poderiam ser comparados a nós no contexto analisado são a prova que andamos na contramão.
Podemos afirmar que pelo PIB médio, os piores presidentes do Brasil de 1930 para cá foram: Collor, Figueiredo, FHC, Lula (tudo projeta assim) e Sarney. Nota-se que tudo isso aconteceu de 1980 para cá. Por estudos do Professor Reinaldo Gonçalves, de 1900 até 2005, poucos fariam parte desta tenebrosa lista dos campeões do flagelo econômico do Brasil.
Neste momento temos ventos favoráveis na economia mundial e aqui no Brasil queda e decepção com nossos indicadores. É um momento de refletirmos se não estamos vivendo algo de errado há muito tempo, precisamente 20 anos. O que mais dói é nossa capacidade de assistir tudo isso, com a sensação de ter o tempo perdido sem mais ser alcançado.
Se até nossos filhos foram penalizados por crises políticas e desmando dos dirigentes, só nos resta torcer que nossos netos possam buscar e viver um país melhor.
Não podemos ter ilusão que estados assistencialistas recursos abundantes para investimentos voltarão a existir, mas a esperança que alguma saída seja encontrada é grande. O maior imposto e juros que existem são os colocados para o jovem brasileiro, com a desesperança e falta de perspectivas. As oportunidades, a geração de emprego e renda são peças fundamentais no combate a pobreza. O que assistimos há muitos tempos são discursos e programas assistencialistas que funcionam nas lousas dos ministérios em Brasília e nas estatísticas que convêm aos pares que as divulgam.Se não crescemos pelo menos 3,5% ao ano, estamos cometendo a injustiça social com nossos jovens e entrantes no mercado de trabalho e não podemos permitir mais. Afinal somos vítimas desta arma.

sábado, fevereiro 02, 2013

NY abaixo de zero

Hoje 02/02/2013.

USA

Saindo de NY. Muito frio, mas NY ê sempre NY.
Os EUA devem bombar este ano, tudo muito positivo, Down Jones bate recorde corroborando o otimismo. O mundo agradece.
No Brasil vi uns dados de taxa de desemprego em BH e Porto Alegre que suscitam bons ventos, mas controvérsias. 3,5% ê histórico e bom, mas não acho que seja sustentável. A industria caiu 2,7% em 2012 e este indicador de desemprego deve ser o serviço. Alerta: pode ser temporário.
O Brasil ainda não esta mostrando consistência para ir bem em 2013, no ritmo global que deve ser puxado pelos EUA.
Espero estar errado. Vamos acompanhando, mas saio daqui com a sensação de que o vento será bom e a favor. Vi muitas empresas contratando, e o Down Jones se antecipa ao crescimento.
Vou postar a temperatura daqui para ficar registrado.
Há muito não vejo NY tão fria, nem sei se já peguei frio aqui assim.

Murilo Prado Badaró
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