domingo, dezembro 20, 2015

Ações na economia para 2016



A nova equipe econômica assume e mantém o discurso do ajuste, necessário e ainda sem firmeza alguma.

Quem ver as projeções de 2015 e algumas considerações que fiz, parece que estava com bola de cristal, infelizmente. Clique e veja

2016 as projeções mundiais são relativamente boas, as nossas não.

O que os ministros novos podem fazer, aliás novos não, velhos e provavelmente comandados por Dilma, e ai mora o perigo, porque ela não sabe nada de economia, aliás não sei mais o que ela sabe.

As opções deles são restritas, a economia em recessão, com inflação inercial já, quadro de estagflação, que é gravíssimo.

Ações:

  1. Fortalecer o setor produtivo com a redução do estado, muitas privatizações e busca de capital externo. Comentário: Ideologicamente eles têm dificuldades, a credibilidade do governo é péssima e dificulta ainda mais. Se eles, paradoxalmente, reduzissem impostos poderiam dar alento ao setor produtivo. Somos o INGANA, impostos da Inglaterra e servições de Gana, e esquerdista não pensa em abaixar impostos, mas em subir.
  2. Continuar a busca do equilíbrio das contas com corte de despesas. Comentário: Mesmo falando isso, não acredito que tenha efetividade.
  3. Abaixar juros. Comentário: Os juros são ferramenta para combater a inflação, mas a recessão também é e freia consumo. Se eles abaixam o juros podem perder uma ferramenta de combate a inflação, mas ganham um alivio das contas publicas porque 40% arrecadado é para pagar juros, e podem ajudar, mesmo timidamente, o crescimento. Sem credibilidade esta receita não existe. Acho que eles terão que pensar, a inflação passou dos 2 dígitos, para subir agora não é tão difícil mais. Aposto que podem até não mexer muito para baixo, mas não sobem. As projeções de 14% e até 15% ficam furadas, eu arrisco aqui até uma baixa. Digamos 12%, que já é alto.
  4. As reformas da previdenciária e tributária não dependem deles, mas na crise política que vivemos isso é praticamente impossível acontecer.
  5. Projetam no orçamento a CPMF e a repatriação do dinheiro "sujo". Comentário: CPMF não passa no congresso, 10 bilhões previstos devem furar, não vi as estimativas da repatriação, ouvi falar em 50 bilhões, mas aposto que fura. Alguma coisa pode até vir de volta, 
  6. Congelar o câmbio. A exemplo da Argentina o efeito pode ser de curto prazo, mas no longo arrebenta com a economia. Sem credibilidade do governo, esta interferência é tiro no pé.
Vamos rezar para que eles não venham com as pirotecnias e heterodoxia de esquerdistas e simpatizantes. A economia tem racionalidade e não aceita muita novidade. Acho que por hora o que podemos fazer é rezar.
O impeachment saindo pode ajudar o país, mas acho pouco provável. Não só pelas últimas medidas do STF, mas porque 2/3 do congresso não é fácil de se conseguir. Não é impossível, mas não mantenho esperança.
Um governo de coalizão seria a melhor opção. Ela não teria como fazer isso. Pode surgir alguma coisa, inclusive na volta do parlamentarismo. Lembrem este nome: PEC 20/95. Breve falaremos sobre ela,

As projeções para 2016


Como faço sempre ao final do ano, comparamos as projeções e o que houve realmente no mercado.

Clique e veja o que postei em 2014- 

2016
IGPM 6,72%
IPCA 7%
Câmbio US$=R$ 4,5
Selic: 13%
PIB: - 2,8 %
Produção Industrial: - 2%
Balança Comercial: US$ 8 bilhões
Desemprego 11%


Repetindo:

IGPM 5,72%
IPCA  6,54%
Câmbio US$=R$ 2,75
Selic: 12,50%
PIB: 0,55%
Produção Industrial: 1,1%
Balança Comercial: US$ 4,8 bilhões
Desemprego 6,5% ( este é por minha conta)

Olha as minhas considerações:
Meus receios para 2015:

  1. O ministro Joaquim Levy não aguente a mulher muito tempo
  2. O PT não consegue cortar despesas e precisamos de ajustes
  3. Haverá aumento de impostos, quais? CIDE, CPMF ou outra sigla que vai aumentar nossa sopa de letrinhas já com 92 tipos de tributos de toda ordem.
  4. Crise política institucional, dependendo do que aparecer no caso Petrobrás e agravada pelo baixo desempenho de nossa economia. Nuvens negras vão rondar em Brasília.
  5. O setor elétrico pode passar por problemas mais graves como um racionamento, e a conta deve ficar muito mais salgada.
Acertei na mosca.

Ainda sem fechar o ano como estamos:

IGPM 10,7%
IPCA  10,47%
Câmbio US$=R$ 3,96
Selic: 14,25%
PIB: -3,6%
Produção Industrial: -7%
Balança Comercial: US$ 15,8 bilhões
Desemprego 8,5%


UM VERDADEIRO DESATRE

sábado, dezembro 19, 2015

A Agonia da República III. Mágica na economia?



A cada ação corresponde uma reação. Na física é assim, na economia também é.
2015 acabou. Crise política, econômica e agora podemos ter um embate grave e sério entre a CD e o STF.
Na economia a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa mostra um caminho que não dá nenhum alento para a arrumação da economia e a retomada do crescimento.
O estado está esgotado, quebrado e sem ajuste das contas e retomada do crescimento não existe chance da economia funcionar.
Levy entrou com a pecha de banqueiro, da escola de Chicago ele sabe das coisas. Propôs ajuste nas despesas para equilibrar as contas. Foi derrotado várias vezes. Durou muito, eu achava que não durava 6 meses.
Assumindo déficits e pior, gerando déficits eu pergunto: Como eles vão tocar a economia daqui para frente?
Nenhum corte de despesas foi feito, perdemos o grau de investimento, isso significa que a entrada de recursos externos, via investimentos ou mesmo crédito, será mais cara e problemática.
A falta de liquidez do sistema econômico causada pela recessão já afeta as pequenas cidades que têm dependência explicita do dinheiro público. Sei de vários casos.
No cenário inexorável de recessão e inflação, a chamada estagflação, a perda da renda, desemprego e quebra da credibilidade do setor produtivo são combustível na fogueira dos problemas.

Vamos lá deixar registada aqui algumas linhas que o novo ministro pode adotar e comentar algumas opções que ele não pode tentar:

  1. A escola de economia de Campinas, que parece inventou a tal nova matriz econômica, insiste na premissa crédito e consumo como indutor da retomada do crescimento. Pergunto: Com 50% da renda comprometida, desemprego rondando e perda do poder de compra, como as famílias farão para tomar crédito ou aumentar o consumo? Impossível. Na ponta do setor produtivo, com os juros de usura e a recessão que só alimenta perspectivas futuras negativas, não podemos esperar investimentos.
  2. O cambio  pode ser uma ferramenta deles, vamos ver: O real está depreciando e em tese isso favorece as exportação. Entretanto nossa força são as commodities e só um novo "boom" mundial poderia ter este pilar para puxar a economia. O mundo está bem, mas não há perspectivas de "boom", ou seja, não podem contar com isso. Se aumentam (depreciam mais)para tentar via exportação, vão quebrar a cara e correm riscos,, como veremos.
  3. O cambio , pela nossa dependência das importações e o sucateamento da indústria nacional (que chegou a níveis dos anos 40 e 50 na relação da participação do PIB) se aumentado é lenha na fogueira da inflação que já é uma grande ameaça.
  4. Aumentar gastos públicos como indutor de investimentos não funciona. O tal PAC que inventaram, até bem intencionados, naufragou solenemente. O estado está quebrado, nosso país tem amarras burocráticas e uma tentativa nesta linha seria um tiro no pé e mais frustração das expectativas que só colabora para agravar o problema econômico.
  5. Aumento de juros, que seria uma forma ortodoxa de combater a inflação é o pior dos flagelos, principalmente para os pobres, Além de comprometer o crescimento com a queda de investimentos, há aumento da dívida pública que hoje já consome 40% do orçamento. Sobe juros, sobe a dívida e reduz ainda mais a liquidez.
  6. Corte de despesas e ajustes, nem pensar, Levy cai por conta disso. Governos populistas não sabem cortar gastos e por isso quebram os países quando governam.
O que eles podem ou poderiam fazer então?
  1. Tabela o cambio para combate a inflação sem ser via juros. Isso poderia ser feito com uma sobrevalorização, por exemplo, colocando a R$ 5 x US$ 1 e depois congelando. . Isso ajuda a exportação e no médio prazo pode arrefecer a inflação.  O resultado pode aparecer, mas seria um tiro no pé e mais comprometimento do futuro.
  2. Um calote na dívida. Outra medida que daria efeito no curto prazo, pois aumentaria a liquidez do governo, mas ferraria com nossa credibilidade e nosso futuro. Não acho provável, mas também não é impossível. No mundo globalizado seria uma ação que pode isolar o Brasil e nos ferrar ainda mais.
  3. Conseguir alguma forma de rolagem desta dívida, mudando o perfil, alongando o prazo, pagando mais juros. Como já estamos na ciranda financeira com a Selic a 14, 25%, mas a criação de mais papeis c como ocorreu nos anos 70 e 80 com o open market e over night não podem ser descartados porque é uma forma de dar liquidez, principalmente aos atores públicos.  Esta é uma medida que está sendo já especulada e pode ser uma opção. A forma e não o conteúdo pode determinar a eficácia da medida e os benefícios. Ou seja, pode ser bom se não cometerem erros.
  4. Abaixar os juros tem vantagens e desvantagens, mas como indutor da economia, sem credibilidade será tiro no pé. 
  5. Volta na linha do crédito e consumo  não tem como, mas pode ter algum "gênio" que queira inventar moda. Esquerdistas são mestres em querer "reinvetar" a roda.
  6. O orçamento aprovado para 2016 já vem errado. Eles colocam a previsão da CPMF e isso depende do congresso. Governo forte tem dificuldades de aprovar aumento de impostos, governo fraco então, nem pensar. 
  7. Só rezo e espero que não tentem inventar a roda, porque pode nos ferrar ainda mais.
As aventuras na gestão econômica são punidas com  rigor. Nosso caso é um exemplo de  que estamos com graves problemas por erros cometidos. Uma coisa é um projeto e outra é um processo. Projeto falha, processo não. O mercado e a economia são regidas pelas leis naturais de um processo. O máximo que se consegue é administrar este processo, sempre com um caminho em detrimento de outro. Sempre sabendo que se mexe aqui, pode alterar acolá e ai está o papel do economista. Não deixar o fluxo natural se degringolar.

Eu apostaria na mudança do perfil da dívida pública, com riscos e ameaças de quebrar contratos e regras, o que seria danoso. Se forem nesta linha precisam ter muito cuidado.

O legislativo terá um papel muito mais importante do que já está tendo. Ele pode frear eventuais aventuras econômicas. As reformas estruturais como a da previdência, tributária, política, não vão passar com um governo enfraquecido, cheio de problemas econômicos, caminhando para problemas sociais.
Vamos aguardar. O impeachment está ai, difícil, mas não impossível de ser aprovado.
O mercado nos observa com desconfiança, principalmente pelo viés esquerdista que esta nova equipe econômica tem e pode fazer bobagens.
A agonia da república pode estar no fim, mas pode ser a morte da república definitiva. 
Governo de coalizão,  impeachment, parlamentarismo, algo precisa ser feito.
A mudança na equipe econômica não traz bons ventos. Infelizmente.  Espero estar errado.

sexta-feira, dezembro 18, 2015

A Agonia da República II



No título da postagem e explicação da anterior: A AGONIA DA REPÚBLICA podemos dizer que começou aqui. A semente do mensalão de 2005 começa a germinar e a corroer os alicerces da república. Não que nunca tivesse havido "negociatas" entre o Planalto e o Congresso, inclusive com denúncias da própria instituição da releição de FHC.
Mas nunca antes na história deste país as instituições são tão abaladas e atacadas.
Aparelhamento de estado, mudança de rumo do primeiro governo do PT e uma cara "populista" começam a comprometer nosso futuro e o rumo traçado desde o Plano Real.
A prosperidade mundial com vigor ajuda este governo já cometendo erros primários. A república agoniza ainda mais e uma crise mundial se avizinha.
Eu escrevi em 2006 prevendo a crise. Não podia precisar o momento correto, até porque se tivesse esta capacidade seria operador de bolsa em Wall Street- Quem quiser ver a previsão, clique aqui. A crise mundial se avizinha, escrevi em novembro de 2006. Em outubro de 2008 já tinha uma coleção de previsões de uma possível crise mundial. Será que eles não viram? Clique e leia
Em 2008 o mundo cai no excesso de liquidez e na bolha americana dos imóveis.
Considerada uma crise como a de 1929, foi muito bem administrada pelos atores públicos liderados pelo presidente do FED americano da época, Ben Bernanke.
Erros cometidos pelo governo na opção pelo populismo, o foco na eleição de 2010 comprometem ainda mais o nosso rumo e nosso futuro.
Lula elege o poste Dilma. Com fama de gerente,s em ser, sem aptidão política e com o "tal jeito búlgaro de ser" como diz o Cláudio Humberto, ela pega o país já com problemas e acaba de detonar a economia,
Com a arrogância e prepotência, talvez baseada na fama de gerente, acaba por desviar ainda mais o rumo.
Os pilares do Plano Real e a caminhada para o futuro estavam definitivamente comprometidos. Triste. A conta chegaria. O desastre econômico foi previsto e cantado- Clique e leia
O mundo perde a onda das commodities, nossa economia fragilizada por erros primários e estoura o escândalo da corrupção da Petrobras, o famoso Petrolão.
O maior escândalo da história da humanidade desnuda o estado aparelhado e a corrupção endêmica, no tecido do estado, fundos de pensão, bancos públicos, dinheiro para sindicatos, uma deprimente cena que culmina por jogar lenha na fogueira com o fim da credibilidade do governo.
Estamos ferrados. Crise econômica, política e institucional.
A econômica vai desabar em um grande e já latente problema social: Perda de renda, desemprego e insatisfação popular. Hoje Dilma tem 9% de aceitação e pode piorar. Os mais pobres sentirão mais.

O desajuste das contas públicas pelos erros de Dilma e sua equipe leva a jogar para debaixo do tapete um monte de irregularidades, as pedaladas ficais. Pela primeira vez na história da república, um presidente tem as contas rejeitadas. Isso já confirma a agonia da república.

Escândalos, corrupção, os principais atores sob suspeição, guerras personalistas entre eles, e um pedido de impeachment que sai da CD. Hoje pesquisas apontam que 65% apoiam o impeachment.

Não se tira um presidente porque ele é ruim. Se ele é ruim, cometeu erros com certeza, estes erros podem ter sido escondidos nas irregularidade e ai surge o impeachment. Não é e nunca será golpe. É legal e legítimo , previsto na CF, mas sempre será político acima de tudo.

Com embates violentos entre poderes e judicialização de questões banais, executivo, legislativo e judiciário batem cabeça e se enfrenta, Montesquieu do Espirito das Leis deve estar se revirando na tumba.

Agonia da República cada vez mais evidente.

Processo aceito pela CD, com precedentes históricos de 92, o STF entra no meio do processo.
Com acusações e suspeição , o ministro Fachin, antigo militante petista, dá um voto que parece agradar ao país (aos 65% pelo menos) e a oposição. No pleno é seguido por outro ex-petista Toffolly que brilha na defesa da autonomia da CD. Aliás eu concordo 100% com o que ele disse.
O voto do relator, que em tese é favorável ao impeachment cai no pleno e suspeição de uma grande armação reverbera nas redes sociais.
Não posso acreditar nisso, me recuso a acreditar que assistimos a um espetáculo circense, um circo de horror se realmente aconteceu.
A agonia da república não seria mais, pode ser a morte se um dia for comprovada esta "armação" que não acredito.

Temos um responsável pela agonia da república? Temos os atores principais e os coadjuvantes, mas eles têm nome, telefone e endereço.

Erros econômicos, escândalos de corrupção crescentes e sem precedentes na história, populismo com ditaduras de minorias que gritam e se organizam criando privilégios, favorecimento a grandes grupos econômicos , e as mazelas na economia que vão desaguar em problema social podem ser medidas na linha do tempo de nossa história. Principalmente de um tempo para cá. Nunca antes neste país os historiadores terão tanto a recorrer nas páginas policias dos jornais para escrever esta nossa história neste tempo de agonia da república.
A história julgará os personagens e os métodos por eles utilizados, os eleitores julgarão nas próximas eleições e o povo já começa a julgar com a insatisfação das pesquisas e o descrédito no governo.
Não sei o acontecerá com o impeachment, talvez ferido de morte pelo STF. Não saberia dizer que é a melhor opção, mas algo precisa ser feito.
Ainda que improvável, o impeachment não está morto.
Uma PEC 20/95 que tramitou no Congresso vai reviver em breve no fracasso do impeachment. Anotem ai, mas isso será tema para outra postagem.
O Brasil sangra e o povo esclarecido chora, eu sou um deles.

Agonia da república I


Até 1945 quando Vargas foi derrubado o Brasil viveu períodos bons e ruins, excetuando 1930 e 1937 com os golpes e o Estado Novo, vinhamos relativamente bem.
A partir dai, os partidos começam a se estruturar, Temos governos democráticos até 1961, com altos e baixos na economia, mas sempre avante. O governo JK de 1955 a 1960 foi uma maravilha. Não obstante a guerra fria e as movimentações vermelhas via Rússia, China e Cuba, o Brasil viveu um crescimento médio de 7% na era JK. A prosperidade com geração de emprego e renda é a melhor forma de buscar a justiça social, o resto é falácia com todos os exemplos recentes e passados na história da humanidade.
Após a crise de 1961 com Jango, renúncia de Jânio, e finalmente o golpe de 64, que eu chamo e tenho certeza que foi um contra golpe- Quem quiser ver mais, clique e leia

Tivemos o milagre econômico nos anos 70, chegamos a crescer 11% ao ano, que saudade da prosperidade! As pessoas tinham luvas para trocar de empregos e a mão de obra especializada mandava no mercado.
Na década de 70 o mundo enfrenta duas pancadas, fortes, a alta do petróleo em 1973 e 1979 (na guerra dos 6 dias em 67 começou na prática). Ambos levaram alguns países a bancarrota, seja pela dependência da importação e pelo problema causado pelo aumento repentino dos custos que deságua na inflação, a era da inflação mundial, em todos os cantos do planeta.
A grave crise que vivemos em 1981, 1982 e 1983, com recessão e inflação antecipou a queda do governo militar, surge a Nova República.
A revolução de 64 é derrubada em 1985 e começam os governos democráticos, com vantagens e desvantagens, principalmente quando se perde o foco na nação e começa a luta somente pensando em  eleição. O planejamento futuro é trocado pelas ambições partidárias e a manutenção do poder, a qualquer preço como foi a fraude do Plano Cruzado em 1986.
Nosso calvário, podemos dizer começa aqui? Em alguns aspectos sim.
Em 1988 a constituinte, "para limpar o lixo autoritário", no jargão de muitos oportunistas, criamos um imbróglio terrível de complicar a nos carta magna que já tinha um monte de remendos, mais um.
A CF cidadã como alguns chamam acabou abrindo lagunas e dúvidas que culminaram com falta de regulamentações e regras esdruxulas que prejudicam o país até hoje.
Com inflação de 89% ao mês, isso mesmo, para quem não se recorda, nossa economia estava esfacelada. Ganha Collor a eleição de 1989, a primeira eleição direta deste 1960.
Com uma prepotência impressionante e a legitimidade das urnas, Collor enfrenta a plutocracia e os carteis nacionais. É deposto, uma grande conspiração, haja visto que ele caiu por conta de uma obra na casa da Dinda e de uma Elba (carro da época) e depois de renunciar e perder seus direitos acaba sendo absolvido dos seus "crimes" no STF e hoje é senador eleito por Alagoas.
Itamar Franco assume o governo com graves problemas econômicos e monta uma governo de coalizão, de salvação.
Finalmente a inflação é debelada, surge o plano Real - Clique e leia mais
Com a moeda estabilizada e o dragão inflacionário aprisionado o país parece retomar o rumo. FHC que havia sido o ministro da fazenda de Itamar e junto com outros , entre os quais cito, Eliseu Rezende, Ciro Gomes e a equipe da Casa das Garças do Rio, André Lara Resende, Gustavo Franco, Arminio Fraga, Pedro Malan, etc. Construíram este plano, o alicerce do futuro.
A lei de 2000 denominada Lei de responsabilidade fiscal é um dos pilares da organização econômica junto com o Plano Real.
Estamos prontos. Lépidos e fagueiros, para rumar ao futuro com democracia e liberdade, economia organizada e grande potencial do país, pelo mercado, pelas riquezas naturais, o Brasil é abençoado por deus e bonito por natureza.
A constituinte cidadã de 88 com suas travas e incoerências, a organização social com jeito de "well fare state" do PSDB e as constantes crises durante o período de 1994 a 2000 acabam por atrapalhar esta caminhada, mas o rumo estava correto. Quem quiser ver o histórico das crise, clique aqui.
Crises mundiais e dois grandes equívocos de FHC, a questão energética que acabou no racionamento de 2001 e a releição em 1993 maculam seu governo, mas não sem tirar o mérito de ter "organizado" o país e deixado pavimentada a estrada do futuro.
A justiça social sempre foi e será deficiência nossa. Todos os governos devem olhar, mas com o cuidado de que o estado como indutor e não promotor é a receita do sucesso.
A prosperidade, o crescimento econômico, a geração de emprego e renda é que vão gerar as oportunidades e os recursos para a educação e saúde, estas sim responsabilidades do estado, principalmente para a população carente.
O PT vence em 2002 a eleição. Lula depois de muitas derrotas e um discurso volúvel  e oportunista começa a governar o país. Arrumado e preparado quero frisar aqui.
Começa bem, com equipe de grande qualidade liderados por Henrique Meireles, consegue dar mais norte e rumo ao país. A cartilha do Plano Real e seus pilares estavam sendo seguidos. O mundo entra em um processo de crescimento, a onda mundial das commodities ajuda o Brasil. Vento em popa e o governo Lula surfando na onda.
Em 2005 estoura o "Mensalão", a ação Penal 470 que descobre ligações espúrias entre o Planalto e o Congresso com a compra de parlamentares.
Lula sangra e compromete sua reeleição de 2006, mas consegue milagrosamente e com erros da oposição seu novo mandato.

sábado, dezembro 05, 2015

Impeachment, sai ou não sai?




Primeiramente não é golpe um processo de impeachment, porque esta previsto na constituição: Fonte SFT



Quem quiser ler, aqui esta a integra do pedido que gerou a aceitação: Clique e leia

Vamos lá, algumas considerações:
  1. São necessários 2/3 do congresso para aprovação, convenhamos, não é fácil.
  2. A mobilização popular deverá ser importante, mas também não garante aprovação. As pesquisas mostram que 65% apoia o impeachment.
  3. Antes de Eduardo Cunha aceitar este, rejeitou 34 pedidos. Era muto claro que este processo seria aberto, a aprovação que é incerta.
  4. O processo é político respaldado no jurídico, acho que o jurídico está obvio, o político vamos ver a guerra.
  5. A mídia pode ser muito importante para mobilizar a população. Ela só estará engajada se estiver ocorrendo uma conspiração.
  6. Se estiver ocorrendo esta conspiração, e existem chances reais de estar acontecendo, ela está liquidada. O PMDB e parte do PT devem estar envolvidos, se estiver acontecendo.
  7. O PT seria grande beneficiário político. Sairia do foco, iria para oposição, e ficaria criticando o caos econômico que viveremos em 2016 e 2017. O caos causado pelos erros cometidos por eles mesmo.
  8. A única vantagem que consigo ver no impeachment é a mudança de ciclo. A crise cessaria e começaríamos um novo ciclo político e econômico para começar a recuperação que virá uma hora. A confiança e credibilidade da instituição executivo poderia ser restabelecida, hoje não tem nenhuma e é combustível na crise.
  9. As chances hoje existem de fato, mas não apostaria no impeachment, pelo menos por enquanto.
  10. Considero um erro grande a estratégia do PT (será?) e o dedo do marqueteiro de colocar a questão como pessoal entre ela e Eduardo Cunha, colocando um como o mal e ela como o bem. Ela não foi acusada de corrupção, mas com o desenrolar da Lava Jato se for?
  11. Abraço de afogados, porque ambos estão ferrados. Mesmo ficando na presidência e Eduardo Cunha não perdendo o mandato, eles acabaram politicamente. 
  12. O PMDB tem a maior bancada e seus interesses no possível impeachment, acho que Dilma não vai contar com ele. 
  13. O acirramento do discurso deles na acusação de golpe é grande hipocrisia pelo passado do PT, hoje com as redes sociais e a disseminação da informação, não tem como esconder o passado do PT com o impeachment dos outros presidentes.
  14. A guerra jurídica iniciada pelo PT parece que deu água, agora o cenário da guerra é político. A cooptação de deputados da salada partidária. Na verdade ela precisa de 172 votos para barrar a aceitação da abertura do processo. Alguns dizem que ela teria 120 votos garantidos, outros 190. A situação não é nada confortável  para ela, mas 50 votos serem buscados não é tão difícil como parece e vai valer tudo e quem conhece o congresso sabe que tudo é possível por lá.
  15. Um outro ponto é a votação nominal e aberta da aprovação ou não do processo. Com o clamor popular e a deterioração da economia que só vai atrapalhar Dilma, os deputados precisam ficar espertos. No caso do Collor, vários votos dados como certos para ele mudaram quando começa a votação nominal. A mídia naquela ocasião fez parte da conspiração e enterrou Collor, o papel da mídia agora será determinante.
  16. Uma eventual e possível mobilização popular, que particularmente não acredito muito pelo espírito pacato do brasileiro, daria um grande impulso na aceitação. Um amigo ponderou uma coisa quando falamos do fracasso das manifestações anteriores. Agora existe um motivo claro e objetivo: O impeachment e antes era só protesto. Vamos ver
Já disse que não tenho ainda convicção se será bom ou não o impeachment. Se tivesse que votar, votaria pelo sim, mas ainda não apostaria na aprovação, apesar de achar que está tendendo a ficar cada vez pior para ela. Vamos acompanhando.