quinta-feira, janeiro 07, 2010

Algumas informações sobre fluxo cambial no Brasil


Todos sabemos que o dinheiro de fora entra no país via saldo da balança comercial com resultado da venda dos produtos exportados e via fluxo financeiro de investimentos, aporte, financiamentos, etc.
A pressão vendedora de dólar no mercado nacional é que faz o preço cair, o BC compra algumas vezes pela atratividade de preço (e aumentar as reservas) e para de certa forma "administrar" e não deixar cair muito (assim como pode vender se a pressão for compradora). O BC tem brilhado no assunto câmbio. Por hora os exportadores reclamam, dólar fraco diminui a competitividade dos produtos, mas força a produtividade.
O Real forte(dólar fraco) é bom para segurar a inflação, produtos importados ficam competitivos e mesmo com mercado interno forte (como se projeta para 2010) a pressão sobre preços de produtos é menor.

Quem quiser ver o relatório do BC- Clique aqui

Vamos a um assunto que tem tudo haver com o fluxo cambial, Bovespa:
  1. Se olharmos o movimento de alta em um período, exemplo, trimestre e o dinheiro de fora entrando no Brasil e no mercado, veremos a total sinergia entre os movimentos.
  2. Olhem alguns dados do fluxo cambial da balança e financeiro e do Ibovespa:
    • Saldo em 2006 - US$ 37 bilhões - Bovespa subiu 33%
    • Saldo em 2007 - US$ 87 bilhões - Bovespa subiu 44%
    • Saldo em 2008 - (US$ 0,98 bilhões) Negativo - Bovespa teve queda de 41%
    • Saldo em 2009 - US$ 29 bilhões - Bovespa subiu 83% - Aqui podemos considerar que houve a recuperação da grande perda de iniciada em 2008 ( 70 mil pontos na máxima e batendo no piso na casa dos 40 mil pontos.)
  3. Não quero dizer com isso que o dinheiro irá todo para a Bolsa ou existe uma regra e proporcionalidade, mas a relação entre a entrada do dinheiro de fora e a performance do Ibovespa é mais clara que a luz do sol. Não sei se o "carry trade" está atrativo hoje e como são os seus volumes, mas se estiver, só tende a aumentar a entrada de recursos externos. "Carry trade" é tomar dinheiro em um país de juros baixos e aplicar em outro de juros maiores. Ganha-se na taxa e na paridade, mas existem riscos envolvidos e pode-se perder dinheiro. O Brasil é o paraíso destas operações.
Vamos concluir esta postagem, na verdade queria dizer o seguinte:
  1. A previsão de entrada de dólar será maior do que a de 2009. Pode repetir 2007? Até pode, tem tudo para ser bem significativa a entrada, principalmente recursos para investimentos em infraestrutura, na especulação, na renda fixa e na bolsa inclusive. Lembrem-se, somos "investment grade".
  2. Se batermos a projeção dos analistas com 85 mil, a bolsa subirá (considerando ontem 70 mil pontos) 22% em 2010. Clique e leia sobre o mercado ontem.
  3. Se bater o meu palpite, 100 mil pontos, subirá 43% em 2010.
A chance de ir além dos 22% projetados pela maioria é grande. O perigo: A valorização de 83% já deve ter colocado papéis superapreciados. O investidor deve olhar bem o que comprar e tomar cuidado com o movimento da descida de alguns preços. Uma coisa é certa, tirando alguns excessos, não existe bolha e superavaliação de ativos como estourou em 2008 (na verdade isso leva tempo, por exemplo, a bolha de 2008 foi iniciada em 2000 praticamente).
Lembrem-se sempre: A trilha deste mercado é complexa, tem aclives e declives suaves, mas tem escarpas e pirambeiras. O melhor é não pegar uma encosta escarpada quando o preço estiver descendo.
A performance geral da economia, das grandes empresas, o clima otimista e positivo psicologicamente reforçam as minhas teses.
O mercado é dividido entre o medo e a ganância, o otimismo e o pessimismo, o urso e o touro (Bear and Bull). Tirem as conclusões em qual momento estamos e vamos seguir em 2010. Acho que não preciso dizer mais, vamos só deixar registrado aqui.

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