sexta-feira, março 19, 2010

O câmbio em 2010!


Clique na figura para aumentar- Previsão corrigida para o DXY - Índice do dólar. Quem quiser sabe mais sobre o DXY- Clique aqui

Vemos que a a previsão original está sendo revista para baixo, mas os dados são dinâmicos e isso pode mudar ainda no decorrer deste ano.

Seguinte, sempre acompanho as previsões de uma ano para outro- Clique e veja a análise das previsões para 2009 e o que de fato ocorreu, e as para 2010. Clique e leia

O câmbio é nosso foco aqui. A projeção original era de R$ 1,75. Eu achava que poderia ser de até R$ 1,60, pela forte pressão vendedora com o dinheiro de fora entrando no país.

Houve uma saída de dinheiro e tivemos fluxo negativo, as expectativas ficaram de alta, falou-se em até R$ 1,85.

Agora baseado no DXY que é un indice de dólar, as projeções são de R$ 1,77- BTG Pactual

Acho que ele pode vir mais para baixo se dependesse do mercado somente. Porém tem acontecido uma fator digamos, exógeno, ao câmbio e o movimento natural de compra e venda.

Vamos refazer a lógica: Se existe mais gente querendo comprar do que vender, o preço sobe, se a força é ao contrário, ou seja, mais vendedores, o mercado cai o preço.

O BC normalmente atua comprando ou vendendo, depende de estratégia, condições operacionais e eventualmente até para regular um preço que seja de equilíbrio para os fundamentos macroeconômicos.

Hoje temos reservas de US$ 244 bilhões, acima de nossa dívida externa, superavit na balança comercial, e mesmo com a chiadeira dos exportadores, o BC não deveria, em tese, querer nossa moeda apreciada ou valorizada. O que deveria fazer o BC então? Vender mais do que comprar.

Isso não ocorreu agora em março. Segundo a coluna de Antonio Machado, o BC, mesmo nesta situação aqui explicada, comprou entre dias 1 e 12 de março, US$ 1,524 bilhão, aumentando o fluxo que já era negativo para US$ 3,066 bilhão. Porque?

Segundo a coluna, e faz todo sentido, o BC está usando paradoxalmente o câmbio como arma de combate a inflação em alternativa a Selic. Se há sinais de aumento de preços, a Selic seria o caminho natural, mas o BC atua "controlando" os preços da moeda verde para segurar os preços, pela concorrência dos importados, preços de combustíveis etc. O BC pode em qualquer momento entrar vendendo dólar para derrubar a cotação e favorecer o importador em detrimento do exportador, que chia, mas está em saldo positivo na balança. Na verdade alguns setores sofrem mais do que outros para exportar, mas na média estamos bem. Além disso, o mercado interno sinaliza com forte potencial de absorção de muito que poderia ser exportado. Crescimento de 5% tem risco de inflação, mas tem aumento de consumo também.

Isso mostra que apesar da atuação do BC comprando o mercado é de tendência para a queda, ou seja, mais vendedores. Dinheiro externo somente? Não. A banca, para variar está rachando de ganhar dinheiro.

Ela vende posições para o BC além do dinheiro de fora que entra. O ganho da banca é enorme pelo financiamento do dinheiro de fora(onde as taxas estão quase negativas). Segundo a coluna o preço deste dinheiro é 4% + imposto + variação. A banca ganha em todas as pontas.

Na crise de 2008 muitos especuladores foram pêgos com a mão na brocha quando o mercado virou, agora não será igual a 2008, mas cuidado, que podem errar a mão em posição trocada e machucar algumas instituições mais frágeis. A ganância e o jogo estão presente, sempre, conheço mesa de operação de mercado.

O BC vai continuar fazendo isso? Muito provável que sim. Controlando e atuando mais. A opção em ano eleitoral para não aumentar a Selic deve prevalecer e eles usaram o câmbio para atacar a ameça de inflação, mas a posição e de venda, ou deveria ser.

Neste cenário ficam um pouco confusas as projeções. Alguns já acham que a taxa pode bater R$ 1,70 no final do ano. Eu aposto no viés de baixa, mas se o BC fizer a mesma coisa que fez agora em março? Muda muito.

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