quinta-feira, dezembro 24, 2009

A decepção com a COP15

Obama disse que é justificável a decepção com os resultados- Clique e leia na BBC Brasil

Concordo com Obama. Seguinte:
  1. A consciência dos participantes e a onda midiática do assunto são os maiores ganhos desta conferência.
  2. Nenhuma meta, se fosse estabelecida, teria força de lei e obrigação real dos países para seu cumprimento, ou seja, a idéia das metas é a semente para que estas metas sejam transformadas em ação concreta, seja sob uma coordenação mundial da ONU, ou individual por cada país.
  3. É indiscutível que os países ricos podem fazer mais, principalmente o tal fundo para investir na mitigação dos efeitos.
  4. Não podemos parar o desenvolvimento, a palavra é sustentabilidade. Os países emergentes tem maior potencial poluidor para agravar o efeito estufa ou o não cumprimento das metas, simples, eles vão crescer e se desenvolver mais que os países desenvolvidos. Um exemplo, a China hoje bate a produção mundial de veículos dos EUA, já é a primeira. A Índia vai na cola e só agrava o problema.
  5. Crescimento e desenvolvimento demandam energia, energia tem como base os combustíveis fósseis (mais de 50% da matriz mundial), o pior vilão. A sustentabilidade deve ser vista neste nível também, até porque existe uma coisa chamada mobilidade urbana e esta invasão de veículos trará ainda outros problemas, inclusive outros ambientais. Solução: Impostos e pedágios altos, não há outra saída.
  6. Na COP15, está plantada a base de uma ação mais eficiente. Na décima quinta conferência sobre o assunto, acho que agora estamos na largada, ou seja, 2010 pode ser o ano zero do combate ao aquecimento global. O problema ambiental e a devastação causada pelos fatores antrópicos é maior do que o aquecimento, mas começamos coordenadamente por atacar este.
  7. Acho que em 2012, a revisão do Protocolo de Kioto vai criar mecanismos de colocar o mercado financiando estas ações. Um dos grandes impasses da COP15 foi: Quem paga a conta? O mercado pode ser uma saída com os negócios em crédito de carbono e derivativos ambientais. Sou confiante e animando com esta idéia.
Não adianta espernear, o problema é grave e precisa ser olhado. Os céticos diminuem suas forças, e mesmo que superestimada, a situação pode trazer conseqüências graves no futuro.
Estamos destruindo nossa casa, Gaia, como costumam chamar. Só não ver quem não quer.
A classe política em geral, principalmente aqui, deveria olhar para projetos de longo prazo e não simplesmente reeleição e votos, imediatismo político deveria ser banido pelos eleitores em privilégio dos projetos e agendas de longo prazo. Ai vamos consertar muitas coisas, ou pelos menos deixar um legado decente para nossos netos e bisnetos.
Acho que a COP15 cumpriu seu papel, de aglutinação e divulgação do problema, o resto das críticas podem ser motivadas por interesses contrariados. Acho que é o mais provável.

Aproveitem e veja o link com Especial sobre o clima da BBC Brasil.


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