segunda-feira, novembro 27, 2006

China x Brasil

1-) Renda per capita Brasil x China

Não existe chance de compararmos o Brasil com a China. Vamos aos fatos, em grandes números: 1-) A China tem o segundo maior PIB do mundo: US$ 7,3 trilhões com uma população de 1,3 bilhão, a renda é de U$ 5, 6 mil dólares. A renda per capita chinesa projeta US$ 40 mil em 2050 e em 2015 deve passar os Estados Unidos tendo o maior PIB mundial.
2-) O Brasil tem um PIB de US$ 700 bilhões para uma população de 190 milhões, com renda de US$ 3, 2 mil dólares. Em 2050 nossa renda seria de US$ 26 mil, mas com o andar da carruagem, a chance é mínima. Vários países, hoje atrás, vão nos passar de passagem, sem trocadilho.
Podemos até ter a renda similar, em mesmos patamares, mas não cabe mais comparação. A China é modelo de desenvolvimento em todos sentidos. Vivem um milagre econômico como o vivido aqui na década de 70. O nosso foi curto, 10 anos, o deles já dura pelo menos 15 anos.

O critério do PIB depende da metodologia, mas em síntese é a soma das riquezas do país, tudo que é produzido, consumido e exportado.
Um tal "Índice de Gini" mede distribuição/concentração de renda, o nossa situação é terrível, a da China nem tanto. Existem casos, como alguns reinados e sultanatos arábes, a renda per capita é alta, mas a população é pequena e a riqueza está nas mãos de poucos. Índice de Gini abominável.
A renda per capita não sinaliza a riqueza da população de um país, dá indícios. Por exemplo: Nos países de primeiro mundo, EUA: US$ 40 mil, Japão: US$ 30 mil, Alemanha: US$ 35 mil, e por ai vai., comprovamos a força.
PIB e renda per capita devem ser analisadas pela sua curva de crescimento ou queda. A China sai do estado miserável pelo arraso do comunismo com geração de riqueza. Desde 1986, abertura do regime, a China cresce. No Brasil é o contrário. De 1986 para cá nossa geração de riqueza é pífia, média de 2,3% contra média de 3,6% mundial. Só crescemos em 92 e 93 acima do necessário, 3,5% ao ano. Perdemos grandes momentos mundiais nestes últimos anos.
Quando alguém diz, como foi o caso que ouvi, que estamos em patamares semelhantes aos da China, o equívoco e sofisma se estabelecem. Já fomos um dia “benchmark” da China, Rússia, Coréia, etc. Hoje o Brasil é piada mundial.

Um país não se faz da noite para o dia. Erros constantes dos governos e classe política abalam nosso alicerce gerando o atraso, claro e óbvio.
Podemos olhar uma floresta e enxergamos a mata ou as árvores. No caso aqui abordado querem enxergar a floresta, mas mesmo assim é frugal o argumento.
Miséria existe em qualquer lugar, riquezas são diferentes. Um país só progride gerando riqueza e dando oportunidades a todos.
É triste quando vemos pessoas esclarecidas que não conseguem enxergar os fatos reais e criam subterfúgios para justificar posição política ou interesse. A falácia é rotina aqui no Brasil.
O estado não pode ser confundido com governo. Sou Brasil e torço por quem estiver lá. Governos são transitórios, o estado brasileiro não. Devemos criticar sempre, críticas construtivas são necessárias, mas muitas são relegadas. Não existe milagre. Demagogia e retórica só nos empurram para mais fundo no buraco do subdesenvolvimento.

Precisamos reverter essa tendência perversa de juros altos, impostos de primeiro mundo e gastos de governo mal feitos.
Milton Friedmam, morto recentemente, conseguiu distinguir a "política econômica" da "economia política". Economia política são teorias e estudos que podem ser comprovados em escolas e livros. Política econômica são diretrizes, ação de gestores. A teoria econômica erra pouco, a política econômica erra muito por incompetência de gestores.
Sempre a política econômica segue a economia política, a maioria dos desmandos vêm do momento de ação, pressão de grupos de interesse e politicagem.

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