segunda-feira, outubro 16, 2006

Não podemos ficar calados outra vez! É a hora de mudar!

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Tribuna da Imprensa-Economia- 16/10/2006

Brasil está comendo poeira
Países emergentes crescem com taxas 7 vezes maiores e mesmo assim deixam indústria nacional para trás
A indústria de países emergentes cresce a taxas até sete vezes superiores à do Brasil. Enquanto o crescimento da produção industrial do País acumula alta de 2,2% nos 12 meses encerrados em julho, um grupo de economias em desenvolvimento registra altas na produção que vão de 4,5% a 17%, esta última o caso da China.
Embora o setor esteja avançando mais no governo Luiz Inácio Lula da Silva do que nos dois mandatos anteriores, aumenta a distância que separa o desempenho nacional com relação a países com os quais compete diretamente. Os dados constam de um levantamento feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Em alguns casos, o fosso que separa o avanço brasileiro em relação a outros países é ainda maior na produção industrial do que na expansão do Produto Interno Bruto (PIB). É o que ocorre, por exemplo, na comparação com China e Coréia do Sul, conforme a consultoria Austin Rating.
Na prática, a indústria do País evolui no mesmo ritmo de economias maduras da zona do euro. "Temos um crescimento da indústria muito abaixo dos países que são nossos concorrentes. Isso se deve principalmente às condições internas da economia brasileira e não pelo quadro internacional", disse o economista-chefe do Iedi, Edgard Pereira.
Simplificando, o mundo cresce, mas a indústria nacional anda com o freio de mão puxado. Pereira explicou que o cenário externo favorável aumentou a demanda internacional e elevou os preços das commodities. O resultado disso é que o setor exportador brasileiro ligado a recursos naturais foi muito bem nos últimos anos. Mas a combinação de juros ainda altos e real forte, mais recentemente, já reduz o ímpeto exportador e não deslancha a economia.
Para ele, o consumo veio apenas a reboque de medidas tópicas, como crédito consignado, transferências de renda e aumento do salário mínimo. Dentro do que chama da "anatomia do baixo crescimento", ele destacou a insuficiência de investimentos para uma expansão sustentada da economia. Pereira argumentou que medidas de consumo de "fôlego curto" não asseguram um avanço consistente. Em países como a China é justamente o investimento que comanda o crescimento.
O coordenador do grupo de indústria do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), David Kupfer, tem visão semelhante. "Acho que não se vai conseguir escapar desses níveis muito tímidos de crescimento enquanto o investimento não voltar e a taxa de câmbio não rumar para um nível mais favorável". Kupfer explicou que mesmo as exportações, que perdem fôlego em quantidade, respondem por menos de 20% da produção brasileira e, por isso, não teriam peso para puxar toda a produção física do País.
Mesmo a redução de juros, seja da taxa Selic (que baliza a remuneração dos títulos do governo) ou da Taxa de Juros de Longo Prazo (Tjlp, que norteia os financiamentos às empresas), apesar de claramente positiva é pouco eficaz.

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