segunda-feira, agosto 06, 2018

A bagunça política no Brasil, triste


É para chorar mesmo.
Além de 60 mil mortes por ano, impunidade e criminalidade crescentes, uma grande insegurança jurídica, o STF legislando, a política judicializada sempre, desemprego, governo impopular, indignação com a classe política em geral, enfim, são muitas mazelas, mas me atentei para mais uma que coloca em risco a democracia e torna nosso quadro político mais desprezível.
O sistema político nacional apodreceu, na verdade isso vem de mais tempo. Precisamos urgente rever muitas coisas, mas temos que começar a mudar a política. Cada vez mais me convenço que sem uma constituinte exclusiva não teremos futuro e cada vez mais estaremos em mãos de aventureiros, sejam eles de esquerda ou de direita. A ruptura institucional é fato hoje, sem previsibilidade, mas factível de acontecer.
Vamos fazer algumas considerações:
  1. A lei da ficha limpa não vale nada. Um presidiário insiste em peitar a justiça e ser candidato. Na verdade é guru de uma seita e dono de 2 partidos que rastejam nas suas utopias e sonhos pessoais.
  2. Partidos não existem, não obstante os bilhões que rolam, R$ 900 milhões de fundo partidário + R$ 1,7 bilhão de fundo eleitoral. Muito dinheiro.
  3. Os partidos são comandados por poucas pessoas em comissões provisórias. Caneta na mão de alguns sem direito ao contraditório ou contestação nos foros adequados. Todos eles, sem exceção. Para quem não sabe, vou explicar: Um partido precisa ter diretórios e comissões executivas eleitas pelos diretórios, que por sua vez indicam delegados para instâncias maiores, por exemplo: No município deveria existir um diretório e uma executiva que elegeriam delegados e membros do diretório estadual que da mesma forma e na mesma configuração elegeriam para a comissão nacional, tendo como órgão máximo o diretório nacional, eleito pelos delegados regionais. Isso não existe hoje. Já foi assim.
  4. Todos os partido têm comissões provisórias e decidem tudo na canetada de cima para baixo, destituem e constituem as comissões provisórias estaduais e municipais e dão os mesmos poderes aos membros nestas esferas. 
  5. Temos muitos caciques,  poucos índios na verdade, na verdade poucos caciques porque eles manipulam como querem a estrutura partidaria, inclusive distribuindo os bilhões disponíveis.
  6. A judicialização é parte disso, desta bagunça que coloca em risco a democracia e a insegurança do eleitor.
  7. Candidatos legítimos são destituídos pela vontade de caciques, mas não têm chances de fazer nada, não há diretórios para disputa de candidatos, não há como argumentar.
  8. Não sobra um partido, todos são assim, e pior, eles têm donos que fazem o que querem. 
  9. As consequências disto são o aumento do desgaste da classe política e o risco institucional reinante e agravado por todas as outras mazelas.
O dinheiro público, muito dinheiro aliás usado é até legítimo por não ter dinheiro privado nas campanhas, mas em um país com tantos problemas isso é questionável. Sem saúde digna para a população gastos de R$ 2 bilhões na politica é de doer e o povo está vendo isso, não se iludam.
Algumas medidas foram e estão sendo tentadas para melhorar o sistema, cláusulas de barreira para frear a proliferação de partidos ( se não me engano tem 35 em atividade e mais 73 na espera), um absurdo.
Vamos ver se estas eleições melhoram ou nos dão perspectivas de melhoras, mas ando desanimado.
Vamos esperar esta eleição, o tempo é curto e o desgaste será exponencial se nada for feito.
A conferir.

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