segunda-feira, agosto 20, 2018

A hiperinflação na Venezuela - 1.000.000%




Muita gente ouvindo que a inflação na Venezuela chegou a 1.000.000 %, isso mesmo, e agora Maduro, lança um plano cortando zeros da sua moeda (na verdade criando uma nova moeda) e aumentando o salário mínimo.
Soube hoje que um salário mínimo de lá, mal dá para 1 kg de carne. Este é o resultado final do Socialismo do Século XXI como chamou o maluco Hugo Chavez.
Na economia sempre se toma um caminho em detrimento de outro. Não existe mágica e mesmo não sendo tão exata como a matemática, a economia tem muita mais racionalidade do que podemos imaginar. Desde o século XIX já experimentamos erros cometidos por governos, como o caso da Inglaterra em 1815, que tomou dinheiro no mercado (os bancos começavam) e gerou déficit público e inflação.
Na economia heterodoxa, ainda há quem defenda que a inflação pode ser controlada e gera expansão da economia. Controlada, ela pode com certeza, assistimos muitos casos de sucesso, inclusive nosso plano Real de 1994.
A verdade que durante um período, a inflação pode até gerar expansão, mas quando explode os efeitos são terríveis. Os mais pobres que não têm defesa para sua renda, o salário principalmente, são os que mais pagam o preço, aí depois vem o desabastecimento, a quebra de confiança nas autoridades, queda da produção, desinvestimentos e por fim o desemprego, sem contar que inflação descontrolada a perda da renda e a desvalorização da moeda são pilares da tragédia.
Aprendemos muito com processos inflacionários na nossa história. Academicamente, os piores casos são: Hungria – em julho de 1946 aquele que é considerado o pior caso de hiperinflação da história, os preços aumentavam a uma taxa de 195% ao dia.  Zimbábue - novembro de 2008 a segunda pior hiperinflação da história, caso recente, novembro de 2008 a taxa de aumento de preços chegou a ter 11 dígitos (79,6 bilhões por cento). A inflação diária era de 98%, e os preços dobravam a cada 24 horas.   A Iugoslávia - janeiro de 1994 o aumento de preços chegou a uma taxa de 313 milhões por cento ao mês, ou 64,6% ao dia. Alemanha, em 1923, o país havia acabado de sair da Primeira Guerra Mundial, e na ingrata posição de derrotado. Fragilizado economicamente e para se financiar, o governo recorreu à impressão de moeda em várias ocasiões, contribuindo para o aumento da inflação. Em outubro de 1923 o aumento de preços chegou ao ápice, atingindo a taxa de 29,5 mil por cento ao mês, ou 20,9% ao dia. A inflação fazia com que as mercadorias dobrassem de valor a cada 3,7 dias. Grécia - novembro de 1944 com sua capacidade produtiva bastante prejudicada, a Grécia começou a apresentar problemas de inflação. O cenário se tornou ainda mais grave quando em novembro de 1944 o país chegou a ter 11,3 mil por cento de inflação ao mês, aproximadamente 17% ao dia. Durante este período, os gregos sofreram com rápidos reajustes de preços. Em média, o valor das mercadorias dobrava a cada 4,5 dias. China - maio de 1949, resultando uma situação complexa foi uma inflação de 4,2 mil por cento ao mês, o equivalente a 13,4% ao dia. Durante os piores meses da crise, os preços dobravam a cada 5,6 dias.
Não podemos nos esquecer do nosso caso, onde em 1989, final do governo Sarney, a inflação chegou a 88% a.m.. Um absurdo, consertado pelo Plano Real em 1994.
A rigor, e sem entrar muito em detalhes, a inflação decorre de excesso de produção, da escassez de produção, do excesso e falta de confiança na moeda. Em todos estes casos temos uma ou mais destas causas envolvidas.
Sempre existem mecanismos de política monetária que os governos podem abrir mão e agir para administrar o problema, mesmo criar uma moeda nova, aumentar ou diminuir a liquidez no mercado, aumentar e diminuir juros, incentivar ou restringir crédito, enfim, são ferramentas que estão disponíveis e depende de cada situação e da capacidade (competência) dos governos.
O caso da Venezuela, na pauta atual e com certeza entrará nos estudos acadêmicos é o mote deste artigo.
Maduro cortar zeros e aumentar salários é como achar que a cura de uma pessoa atropelada no sentido norte/sul, possa ser por outro atropelamento no sentido sul/norte.
A desvalorização da moeda e a hiperinflação é decorrente dos erros constantes do governo, sendo os principais: falta de confiança do mercado, desinvestimento e fuga das empresas, queda na produção, crescimento do mercado negro e da corrupção, estatização em excesso, populismo e gastos públicos nas nuvens para sustentar o regime. A democracia vilipendiada e usada para uma ditadura disfarçada e incompetente.
Como consequência, desvalorização da moeda e o desabastecimento com a queda da produção. Muito fácil entender: Não há produtos, (escassez na oferta), preços tendem ao infinito: Lei básica da Oferta e da Procura e o dinheiro não compra nada, como nos clássicos casos históricos, carrinhos de mão com dinheiro para compras na padaria da esquina.
Não será simples administrar o problema, como um doente que vai piorando, mas o remédio ministrado é o analgésico e antitérmico, sem a preocupação com a causa real da infecção, ou inflação, sem trocadilho.
Infelizmente, como em todos os casos de insucesso no ataque e redução da inflação, as consequências são terríveis, como golpes, e mesmo ascensão de ditadores como Hitler na Alemanha e Mao Tse Tung na revolução comunista na China.
O que poderia ser feito? Não conheço o caso da Venezuela em detalhes, mas é previsível o caos em que se encontram as contas públicas.
A primeira medida seria a queda do regime chavista, o que deve acontecer em breve, dada a questão insustentável. A fome, a falta de medicamentos são os efeitos mais perversos do desabastecimento e hiperinflação. Sem a derrubada de Maduro não haverá solução e o ciclo vicioso da crise vai acabar derrubando o ditador, aliás, Maduro até demais para a queda, com trocadilho.
Depois o restabelecimento da confiança, para busca de investidores retomada da produção e da moeda.
Não, os ainda defensores do regime socialista, como todos fracassados, não foi o capitalismo e nem a queda do petróleo, pois antes da queda do óleo o país enfrentava graves problemas. Aliás, a única sustentação que resta a Maduro é exatamente o repique no preço do Petróleo. O regime dele agoniza e o povo, passa fome e foge para os países vizinhos.
Triste final do esperado socialismo, que mais uma vez confirma que não funciona.

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