terça-feira, agosto 14, 2018

A falácia do fim do emprego. O homem não será substituído por máquinas.



Existem uma falácia circulando hoje nas redes sociais. A de que o futuro de nossos netos e bisnetos será nebuloso, não haverá empregos e o homem será substituído por máquinas e robôs.
Sofisma que não se sustenta se olharmos a história da evolução da humanidade. Não vou voltar nos primórdios das primeiras organizações sociais quando o homem sempre gregário deixou de ser nômade e se fixou na terra, plantando e criando animais. Dá-se como há 5 mil anos atrás a primeira civilização com a formação das cidades e organização social.
Vamos adiante, muito adiante, quando o iluminismo do século XVIII abriu as portas da humanidade para a criatividade e quebra de paradigmas e dogmas.
A evolução e inovação sempre foram travadas pelo obscurantismo e receios de alguns por medo ou ansiedade. Para corroborar minhas considerações vamos ver alguns pontos importantes.
Os gregos sempre foram pioneiros no pensamento e descobrimento de maravilhas da ciência, mas não conseguiram evoluir na prática, não obstante a grande contribuição que deram a ciência e a filosofia que depois guiaram a humanidade.
Os gregos tinham profundo conhecimento, mas tinham algumas grandes barreiras: a ideia do “desemprego tecnológico”, da produtividade gera desemprego e que a transação comercial era algo unilateral: o vendedor lucra e o comprador perde.  Uma superstição que ainda prevalece em algumas cabeças, de que o comércio exterior, as relações internacionais, criam desemprego e só exportadores lucram.  
Eles deixaram de considerar que a economia e sua dinâmica produzem muito mais benefícios, gera emprego, aumenta renda e consequentemente promove a verdadeira justiça social, com sustentabilidade e vigor.
O sofisma de que a produtividade e a inovação destroem empregos atrasou muito a humanidade, vejamos o contraditório.
Há 250 anos atrás a vida na terra, principalmente comparando hoje o oriente e o ocidente eram iguais. As relações sociais e econômicas pouco se diferenciavam por regiões. Sempre havia ameaça de crises, fome e miséria e grande desigualdade social sendo na idade média o mundo dividido entre nobres e vassalos.
No século XVIII, como o iluminismo principalmente e a liberdade de pensamento, a ciência em todos seus segmentos ganhou força. Os pensadores da ordem social, filosofia, engenharia, economia e tantos ramos da ciência começaram a dialética dos benefícios do progresso e não do atraso.
A economia com Adam Smith, na Riqueza das Nações, mostrou que o mercado era o palco da evolução e paradigmas quebrados deram origem a revolução industrial na Inglaterra. Os avanços tecnológicos foram acompanhados de avanços sociais, como a redução do trabalho infantil. A mudança radical no mundo ocidental multiplicou as populações e mudaram a face da terra.
Sim, muito empregos foram destruídos quando as primeiras máquinas foram surgindo. A máquina vapor criada por Newcomen para desobstruir minas de ouro começaram a ganhar novos usos. As tecelagens ganharam teares mecânicos e artesãos quebravam as máquinas com a desculpa da extinção de empregos. Errado. Alguns empregos foram extintos, mas outros foram criados, mais nobres, demandavam instrução e especialização. A humanidade entrava em um ciclo virtuoso que originou avanços em todos os sentidos, nas relações sociais, o conhecimento das teorias econômicas e na ciência pura e simples em seus vários segmentos.
O mercado e a ciência foram responsáveis por tudo isso, mas sempre demandou a evolução das relações sociais em paralelo, muitas injustiças foram abolidas, mas ainda existem muitas a serem combatidas. Para o mercado e a dinâmica capitalista a justiça social é pilar importante porque a geração permanente de emprego e aumento de renda fazem a sua sustentação.
Portanto a evolução permanente da sociedade e da humanidade extinguem empregos, mas criam outros, novos e diferentes.
A mão de obra humana nunca será substituída, ela vai migrar para muitos ramos, alguns ainda inexistentes.
A velocidade dos avanços tecnológicos faz milagres, da revolução industrial a nanotecnologia, passando pela internet e atualmente a biotecnologia e genética fazem com que o futuro seja imprevisível, mas sempre em benefício da humanidade.
Sim, existirão sempre rumos a serem corrigidos e cuidado com as relações sociais e antropológicas e a dialética sociológica sempre vai se contrastar ao mercado para tentar um mundo mais justo, o mercado precisa disso.
A dinâmica capitalista na economia de mercado não é projeto, é um processo inerente ao ser humano e não pode ser freado. Precisa ser vigiado para que injustiças não sobressaiam aos benefícios gerados.
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