sexta-feira, outubro 29, 2010

Superavit recorde: Poucas pessoas conseguem ver e menos ainda falar a verdade.


Clique e leia- Setor público brasileiro tem superávit primário recorde - Esta matéria tem alguns embustes que precisam ser colocados na pauta e mais, podem ter intenções atravessadas.

Vamos lá:
  1. O tesouro com a anuência da Fazenda tem incluído nestas contas operações contábeis entre estatais, isso na prática é nada, pois não existe economia de verdade para a meta de 3,3% do PIB, é só contábil. Lembrem-se um dos pilares da estabilização da nossa moeda é o superávit junto com câmbio flutuante e metas de inflação.
  2. Esta "mágica" melhora indicadores que na verdade podem mascarar outras mazelas.
  3. As últimas "operações contábeis" envolvem transações com o BNDES, o Fundo Soberano e a Capitalização da Petrobrás, esta então envolve armadilhas, como o aumento do governo em seu capital, ou seja "estatização".
  4. Segundo dados que li na mídia, sem a "mágica" o resultado fiscal ficaria em 2,4% do PIB e não os 3,3% da meta, em número, R$ 85 bilhões, menos R$ 32 bilhões na conta deles.
  5. Existem outras jogadas que influem no orçamento e nos gastos do PAC neste "superávit" aparentemente maquiado, mas é complexo para entendimento por aqui. Sem dizer do desequilíbrio que pode haver na questão taxa de juros (a maior do globo) e o câmbio (com a apreciação do real pela entrada de recursos de fora) e ainda perda na balança comercial e da capacidade de exportação já no limite pelo real forte.
Conclusão: Com esta "maquiagem", aumento de arrecadação, pelo crescimento previsto do PIB e pelo arrocho da fiscalização, vão dar margens a manobras que não interessam a nós brasileiros, mas sim aos políticos que lá estão no poder:
Vou dar duas somente:
  1. O aumento dos gastos públicos com o inchaço da máquina, mais do que já houve.
  2. Recursos orçamentários a mais para o PAC, que ainda não decolou na sua realização (digo isso, é só ver previsto x realizado), mas é excelente ferramenta política.
Pelo que vi o BC (com atuação brilhante na minha opinião) não está gostando desta situação. O maior risco que corremos é o da desestabilização da moeda e o risco inflacionário voltar, além do uso deste recurso para burlar a lei da responsabilidade fiscal e aumento dos gastos públicos que vem ocorrendo de forma recorrente.
Uma pena que muitos não conseguem ver, e muito menos discutir estas questões.

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