terça-feira, outubro 19, 2010

Governo sobe IOF para atuar na apreciação do Real

Clique e leia - SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira duas novas medidas para tentar evitar a valorização excessiva do real frente ao dólar. Pela segunda vez em menos de um mês, o governo elevou a alíquota do Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa. A nova taxa chega agora a 6%, contra 4% no aumento anterior.
Seguinte, as taxas de juros da renda fixa aqui são as maiores do globo e ainda com este aumento os ganhos são excelentes comparados a outros país, mesmo considerado o risco cambial. O Brasil recebe também dinheiro para a bolsa de valores, em fluxo menor, e para investimentos em infraestrutura(este é o melhor dinheiro externo que podemos receber). O aumento dos derivativos também terá pequena influencia. O mercado de derivativos é usado para "hedge" e por alguns jogadores, mas é pouco na questão moeda estrangeira. A entrada forte de dinheiro vem pelas comodities, minério, soja, etc. Ainda que paradoxalmente o câmbio esteja atrapalhando as exportações, a balança comercial ainda é boa, mas já com sinal amarelo. Lembrem-se Real forte favorece importação e estamos hoje ocupando a primeira posição na moeda mais valorizada do mundo.
Porque ainda assim estamos com a balança comercial favorável? Na minha opinião é porque os preços e a demanda se recompuseram depois da crise de 2008. China e os países em expansão garantem esta boa performance que ainda não mostra sinais de enfraquecimento no cenário global.
Portanto, assim como já haviam feito, mexer nas alíquotas do IOF não devem surtir o efeito desejado pelo governo. O dólar ainda deve se enfraquecer e as moedas mundiais, o Real incluído, devem se fortalecer. As ações do FED americano são a parte principal deste movimento, é o que tudo indica. Os americanos, com 30% da economia global, aproveita o momento para corrigir alguns rumos internos, principalmente o déficit. Eles, segundo notícias da mídia, emitem dólar, rodam a guitarra como dizem os economistas. Eles podem fazer isso, e pelo jeito atuam no caminho correto. China também tem a moeda depreciada. Faz sentido porque na pujante economia chinesa com crescimento de dois dígitos , a exportação ainda é o carro chefe. Eles lutam para o fortalecimento de seu mercado interno, o crescimento econômico ajuda esta ação, mas ainda dependem das exportações.
Vamos acompanhando, mas hoje as coisas acontecem simultaneamente nos movimentos econômicos, é a globalização e a velocidade com a informação em tempo real. Precisamos ficar atentos ao que acontece globalmente, mas sempre é bom não tentarmos inventar a roda. O cenário ainda é positivo, com algumas luzes amarelas acesas, mas isso é parte do mercado, sempre foi.

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