Isso politicamente não poderia ser melhor para Lula e Dilma, mas existem sérios riscos se não forem bem administrados fundamentos econômicos, além do problema da infraestrutura. Já preconizei aqui o risco de apagão aéreo nas férias de julho. Lula e Dilma vão colher frutos desta situação e ai me confirma a condição do favoritismo de Dilma.
Mas vamos lá, existe um outro lado da moeda como sempre.
Vejam artigo do Merval Pereira- Clique e leia - Sob o título "Ilusões Políticas" vou resumir alguns pontos chaves deste artigo e deixar quem ler tirar suas próprias conclusões. No final vou colocar a minha opinião desta situação e a interferência na eleição. Vamos lá:
- O jornal inglês "Financial Times" pelo comentarista-chefe, Martin Wolf, fez uma comparação nada lisonjeira entre o comportamento da economia do Brasil e o das de Índia e China nesses últimos 15 anos, de 1995 a 2009, governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula.
- O crescimento médio anual do país nesse período foi de 2,9%, fazendo com que a elevação da renda tenha sido de apenas 22%, contra 100% na Índia e 226% na China.
- O resultado dessa performance medíocre foi que a participação brasileira na produção mundial caiu de 3,1% em 1995 para 2,9% em 2009, enquanto a China saltou de 5,7% para 12,5%, e a Índia, de 3,2% para 5,1%.
- O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil medido pela paridade do poder de compra (PPC), que já foi correspondente a 30,5% do dos Estados Unidos em 1980, era equivalente a 22,7% em 2009.
- A Coreia do Sul é um exemplo mais próximo de nós. Em 1980, seu PIB per capita em PPC equivalia a 18,8% do norte-americano, quase a nossa situação hoje e 60% menor do que o PIB per capita brasileiro naquela ocasião. Mas nesses 30 anos conseguiu aumentar o percentual para 60,3%.
- No período de praticamente meio século, que vai de 1932 até 1980, a participação do país no PIB mundial aumenta de menos de 1% no final dos anos 1920 para 3,6% em 1980.
- O governo Lula, a participação do Brasil na economia mundial (PIB) foi de 2,81% em 2002 para 2,79% em 2009, com uma média de 2,74%, próxima da observada quase 40 anos antes, no início dos anos 1970, enquanto no governo FHC (1995-2002) a participação média é de 2,93%.
- Em ambos os governos, porém, a economia brasileira retrocede em termos de sua participação na economia mundial.
Vamos lá. Vejam os indicadores de 80 para cá: Clique e leia, mas na verdade este artigo do Merval Pereira e estes estudos mostram que estamos andando para trás. Ilusão política e econômica.
Na questão da eleição, pouco isso influenciará. Esta situação é ininteligível para a grande maioria das pessoas. A ascensão social e o consumo trazem a euforia e o combustível da máquina econômica, ilusória, momentânea.
O problema é a referência que não conseguimos estabelecer. Quando comparamos com os Brics (Tirando a Rússia talvez, porque enfrentou graves problemas) está ai nossa situação.
A prosperidade mundial desde a década de 90 foi perdida aqui no Brasil quando olhamos os pares China e Índia, ambos com problemas sociais, tão graves ou mais que os nossos. Eles seguiram um caminho, nós seguimos outro.
A verdade é: Estivemos bem, mas poderíamos estar melhor!
Já disse várias vezes, precisamos separar o governo do estado. O Brasil para nossos filhos e netos não pode e nem deve ser levado com visão de curto prazo e interesses eleitoreiros.
A desculpa do ataque aos problemas sociais cai por terra quando olhamos a China e Índia. O crescimento sustentado e com visão de longo prazo é que cria as condições de riqueza, prosperidade e melhoria das condições sociais.
De que adianta ter hoje 43% da renda nacional nas classe C e D, alavancadas em consumo com crédito absurdo e abusivo, com problemas diversos e onde o risco do retrocesso é muito grande?
Já que não conseguimos nos inspirar nos Brics, vamos ver como a Coréia fez, talvez possamos imitá-los em algumas coisas e construir este país para o futuro.
Dou uma dica: Educação, inovação e tecnologia. Como andamos nestes quesitos? Acho que sabemos a resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário