A Veja desta semana publica matéria sobre D. Pedro II, coincidentemente leio o livro biográfico escrito por José Murilo de Carvalho sobre o monarca.
Me impressiona o preparo e a dedicação de D. Pedro II, amante da filosofia, das artes, da história, geografia, matemática, estudou e se preparou para assumir com 15 anos o trono brasileiro. Nada de apedeuta como diriam alguns.
D. Pedro II talvez pelo seu preparo filosófico e estudos a vida toda, teve profundo sentimento ético com as coisas públicas, foi estatista de coração e vocação. Mesmo sendo rei era republicano como disse algumas vezes. Seu maior objetivo era servir ao país.
Olhem que curioso o pensamento dele: " A falta de zelo, a falta do dever, é nosso primeiro defeito moral", outra " É preciso trabalhar e vejo que não se fala senão em política que é a mais das vezes guerra entre interesses individuais".
D. Pedro II era a favor da meritocracia na escolha dos funcionários públicos e contra o apadrinhamento político, reinante desde aquela época, idos de 1850. Achava que os interesses individuais dos políticos se sobrepunham aos da sociedade. Nada atual esta situação?
A imprensa era livre, pois achava que os melhores ouvidos e olhos do governante era a imprensa e a tribuna. Tentava governar com justiça e preceitos éticos, a sua formação foi o pilar de sua personalidade e das suas atitudes.
A imprensa acabava com ele. Não foi mulherengo como o pai, Pedro I, mas teve lá seus enroscos.
Está ai, um exemplo de estatista, deposto na república em 1889.
Poderia ser exemplo a ser seguido, mas ao contrário, constato que nosso problema com a classe política é histórico e estrutural. Coitado deste país.
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