domingo, novembro 11, 2007

Crise energética!


Escrevo desde 2005 aqui e falo sobre o problema energético que o Brasil vai enfrentar breve, ou melhor, já enfrenta. Pessoas do próprio governo admitem em "off" a situação.
Clique e leia sobre o gás que só deverá ser normalizado em 2011. Isso significa custos para o Brasil e sua sociedade, além de travar o desempenho da economia.
O anúncio da reserva monstruosa foi mais marketing, como já postamos aqui. Não deixa de ser bom , mas é pouco para equacionar os problemas no curto e médio prazo. A tentativa de minimizar a crise com o gás suscita esta estratégia, não pode ser outra coisa.
A questão da energia elétrica é mais complicada. As projeções do setor eram da crise em 2011, já foi antecipada. Dependemos do regime de águas e fica instável e imprevisível o risco.
Uma coisa é certa: Aposto que as usinas Jirau e Santo Antônio do Madeira e Belo Monte no Xingu estão nos planos do governo, mas as barreiras ainda são grandes, se sairem não atendem o cronograma proposto e necessário, além disso, o problema de trazer a carga do Norte ao Sudeste onde é de fato consumida será batalha sem fim contra impactos ambientais e custos elevadissímos.
As PCHs e o Proinfra estão atrasados e pelo menos 50% furou, a chance de outros 20% furar é grande, ou seja, ficamos com 30% da meta de 3.000 MW. Quando vejo autoridades dizendo que está tudo normal porque foi vendida energia nos leilões, me pergunto: Qual a garantia da entrega se as obras ainda terão problemas diversos e muitas encontram-se fora do prazo?
OK, nos resta a opção de combustível para termoelétrica, menos o gás óbvio. Não temos opção para o carvão além de ser a exemplo do óleo combustível, péssimo para o meio ambiente e com pesadas restrições de licenciamento ambiental. Os custos nesta situação serão proibitivos para o país e o povão que acaba pagando a conta.
Energia nuclear é a alternativa, mas ainda assim não atenderá os prazos da eclosão de uma crise.
O Brasil crescendo mais do que os 3,2% (confirmados) de 2006 será problema, é problema. Se ainda não tivemos um apagão a exemplo de 2001, foi dado ao pífio crescimento econômico que penaliza o Brasil.
Paradoxalmente e dada as condições de nossa infra-estrutura (estradas, portos, aeroportos) foi até bom para o governo este baixo desempenho econômico.
Pesquisa da CNI - clique e veja, aponta falta de mão de obra qualificada, mais um "pepino" para o setor produtivo que se esforça para competir no cenário global e paga conta salgada de incompetência e despreparo de alguns.

Concluindo: Esta reserva é marketing puro, com sérios problemas de viabilidade técnica e econômica, não atenderá a demanda nacional antes de 2013.
Faremos o quê até lá?
Cada vez mais admito que parte do governo quer levar as coisas na conversa, acham que o planejamento e o otimismo resolvem problemas de uma nação. Enganam-se eles. Falta muito pragmatismo e competência em alguns segmentos do governo. Uma pena e uma conta que pagamos e deixamos para nossos filhos e netos.

Nenhum comentário: