sábado, janeiro 27, 2007

O PAC e outros pacotes e planos do passado.

Vejo algumas pessoas da mídia fazendo alusão ao tal Pacote 51 de FHC lançado em 1997 em contra reação à crise asiática. Veja mais dados sobre o pacote 51

A citação ao 51 se deve ao fato dele ser o mais recente, antes do PAC. O contexto do 51 é completamente diferente, foi feito em defesa do Real e era recessivo. Politicamente derrubou a popularidade de FHC.
Se olharmos para trás veremos diversos planos no Brasil, todos naufragados: Plano Cruzado, Plano Collor, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Real, Pacote 51 e recentemente o PAC. Se faltou algum ai, desculpe-me, é muito plano e pacote.
Na verdade todos fracassaram, e mais grave, alguns deixaram sequelas. Todos serviram de palanque político por certo tempo, tiveram jogada de marketing no lançamento, encheram a burra de dinheiro de alguns, enfim, o filme de pacotes é velho no Brasil.
Alguns como o Cruzado de Funaro e Sarney, renderam votos e um legado de inflação batendo 89% ao mês, isso mesmo, quem não se lembra de 1989, fim do governo Sarney?
De todos eles o Plano Real foi o que mais deu certo, mas perdeu-se na ortodoxia do combate ao monstro inflacionário e afunda o Brasil com juros abusivos, restrições monetárias e falta de crescimento perdendo o bom momento mundial.
Quase todos planos e pacotes tinham embasamento teórico, existiam os críticos e foram oportunos pela crise vivida na época. A grande maioria que tinha fundamento técnico consistente perdeu-se na gestão, incompetência na gestão. Alguns falharam no equívoco conceitual, caso do Plano Collor com Zélia Cardoso de Melo que confisca toda liquidez do país.
Ao PAC, parece ser mais um na nossa história, como é recém saído do fôrno, algumas lições do passado deveriam ser aprendidas. O PAC tem algumas virtudes, a maior de todas é ter uma meta a ser perseguida pelo governo, no primeiro mandato não tinha nada.
Os gargalos estarão na implantação e claro, na gestão. Como idéias, já disse, são boas, mas como no passado, intenção sem ação e sem gestão, é ilusão.

Um comentário:

Jorge P. Guedes disse...

Oi, Badaró!

Venho do site da Sônia SSRJ e aí , chamou minha atenção seu nome, Badaró, que é o mesmo de um grande humorista brasileiro, hoje quase mais português, pois aqui vive há mais de 40 anos, talvez uns 50.
Aí entrei e fiquei lendo toda a história de planos e pacotes, pacotes e planos,...Aí, tal como aqui em Lisboa, a música e os músicos são sempre os mesmos...e o povo ("o mexilhão", como nós falamos é que paga sempre a fava...)
Tudo são ideias óptimas mas, na prática só são boas mesmo é pros mesmos.
verifico, uma vez mais, que político é igual em toda a parte.

Um abraço desde Lisboa, deste professor e eterno estudante

Jorge P.G.- "O Sino da Aldeia porque avisar é preciso"

www.osinodaaldeia.blogspot.com