Jovem sem trabalho pode ser estopim de distúrbios globais.
Li uma entrevista com Don Tapscott, canadense e autor de
livros como Wikinomics- Como a
colaboração em massa pode mudar seu negócio e A hora da Geração Digital. Clique e veja
È mais que sabido que estamos vivendo há muito tempo na
sociedade do conhecimento e na era da informação. Isso não é um projeto da
humanidade, mas um processo., e por ai concluímos
que existem sempre alguns pontos
positivos e negativos, inerente de qualquer processo.
A entrevista com este especialista em inovação e no impacto
social da tecnologia me chamou a atenção pelo fato de ter colocado a relação da
crise mundial com o conseqüente desemprego e os distúrbios globais.
Exemplos não faltam, a Primavera Árabe recente derrubou
governos autoritários e corruptos e a articulação toda se deveu em grande parte
as redes sociais, Twitter, FaceBook, etc.
O mundo vive de ondas e em ciclos
diversos, econômicos e sociais, desde a
prosperidade pós guerra dos anos 50, aos processos inflacionários e libertários da juventude com diversas
manifestações no mundo todo, 1960 foi a época de distúrbios que muitos ainda se
lembram.
Na entrevista Don Tapscott prevê de certa forma que esta
crise mundial, se agravada, pode gerar uma grande insatisfação com o aumento do
desemprego e queda da renda, na tese dele, teríamos distúrbios sociais com a ajuda
das redes sociais, e segundo suas palavras, “ estes distúrbios podem fazer os
dos anos 60 parecerem coisa de criança”.
Concordo em parte que uma crise mundial mais séria precisa
ser entendida sob a luz da tecnologia e informação, estas ferramentas podem
servir para mobilizar e alimentar as manifestações, mas são elementos de
combate para os governos que trabalham para evitar o pior. A crise global de
1929 poderia ser evitada se fosse bem
administrada, isso é mais do que comprovado hoje.
Os ciclos econômicos e sociais existem isso é fato. Se vamos
ter movimentos como os anos 60, dependerá do rigor e tamanho da crise mundial
que nos ronda. Isso também é fato e precisamos acreditar que os governos dos
países poderosos estão atentos e agindo.
Não consigo nem prever o que aconteceria se a previsão de
Don Tapscott estiver correta, mas como ele mesmo cita em sua entrevista “ o
futuro não é algo que se possa prever, mas algo que precisamos construir,
alcançar”.
Os riscos existem, mas acho que as probabilidades são
menores que as possibilidades. O Brasil
começa a ser afetado pelos maus ventos globais. Nos anos 2000 tínhamos chances
de continuar as reformas para colocar este país definitivamente como uma nação
do futuro. A opção por um caminho é sempre em detrimento de outro. Lula errou em
muitas coisas e se acontecer o pior, o preço a ser pago será mais alto. O PIB
passou de 4,5% para 1,5% de previsões para 2012. Isso representa desemprego e
queda de renda. Os efeitos ainda não são mensuráveis e dependem também da
extensão desta crise.
Não é motivo para pânico, pelo menos ainda. Vamos torcer que
tudo dê certo. Se voltarem as manifestações a exemplo dos anos 60, o Brasil não
ficará de fora.
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