Tenho alertado aqui que existem misturas de fatos econômicos explosivos no Brasil. Vamos lá:
- O Câmbio está em níveis de 1999, a R$ 1,536. As intervenções do BC não estão conseguindo levantar a moeda verde americana. Hoje o Brasil é o país mais caro e o Real a moeda mais forte do planeta. Em tese isso ajuda no combate a inflação, o sistema é livre e tem o lado positivo, mas em contrapartida, os exportadores e alguns setores perdem competitividade. A balança está indo bem, pelo aumento da demanda e do preço das commodities e isso pode ser temporário. Além de viajar o brasileiro compra fora do Brasil.
- Segundo ouvi na Band, o Brasil é o terceiro país em fluxo de recursos externos no setor produtivo. Recebeu em 7 meses de 2011, US$ 38 bilhões, perdendo para os EUA e China.
- A entrada de dinheiro de fora e uma ameça de inflação ainda não debelada, fez o Brasil aumentar os juros, e isso traz ainda mais fluxo de capitais para aqui, o especulativo, isso impacta no fortalecimento do Real.
- O Brasil arrecada mais, mas gasta mais, gastos públicos em excesso. Isso não dá margem a queda de juros, então ficamos na espiral que pode causar problemas futuros.
- A soma de: Ameaça de inflação+ moeda fortíssima+ juros campeões da terra+ gastos públicos descontrolados+ falta de infraestrutura = problemas futuros.
- O Brasil ainda vive um ciclo virtuoso, mas isso não será eterno e na primeira crise as feridas serão expostas, já disse e repito.
- A soma deste cenário macroeconômico pode nos deixar uma conta cara. Nosso endividamento cresce, nossa infraestrutura definha e quando precisarmos ser competitivos, ai a bomba explode.
- Nem falo na bolha do crédito e nos preços irreais de imóveis. As pessoas se esquecem que tudo na economia é cíclico, já estamos no limite do limite e a prosperidade mascara as mazelas.
Conclusão: Não é fácil resolver isso, mas é preciso começar a pensar em alternativas de gestão destes fatores ocorrendo ao mesmo tempo. Mexer na taxa de câmbio? Não sei, já tomaram medidas e nada, eu mesmo cantei a pedra aqui. Juros? Aumentar mais, é suicídio, mas ao mesmo tempo a inflação ameaça, mesmo o ministro da fazenda dizendo que cumpre meta. DUVIDO. Aposto com quem quiser que estoura a meta de 4,5% não será atingida este ano. Ainda temos aquecimento da demanda pelos assistencialismos e crescimento do consumo via crédito, duas coisas terríveis no longo prazo.
Solução na minha visão: Corte de gastos, prioridade de investimentos na infraestrutura (coisa que o PAC acha que faz, mas não faz). Seja o que Deus quiser. Espero estar errado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário