quinta-feira, outubro 22, 2009

O juros não podem subir, pelo menos por agora!

Copom mantém a taxa em 8,75%. Clique e veja Valor Online

Ninguém imaginava que o Copom pudesse subir a taxa básica Selic pelas razões que descrevo abaixo. No mundo inteiro as taxas são menores que a nossa, ainda somos campeões do planeta, estamos no "top 3" dos juros mundiais.

O Brasil, como cantei aqui, já atingiu o crescimento, antes do previsto, as projeções para 2010 são de 5,1%, se baixar a taxa o consumo pode causar surpresa nas autoridades e alimentar o fantasma da inflação.

Na onda de segurar a queda do dólar, alguns imaginaram que pudessem abaixar as taxas. Taxas altas atraem recursos externos e segundo alguns, causa da pressão de baixa. Já escrevi aqui, o colunista Antonio Machado vem colocando na pauta a questão do mercado futuro e derivativos cambiais como causa da especulação que agora derruba o dólar. Ainda não é conclusiva para mim esta ilação, mas tem lógica.

O problema cambial é o seguinte: Juros bons com economia bem, reservas altas, crescimento econômico, bolsa de valores subindo e falta de opções de investimentos em outros países trazem dólar para cá. Pressão vendedora para troca por reais e a taxa cai.

O dólar vem em queda livre, mas por causa da depreciação da moeda no mundo também. O elevado déficit americano e outros problemas ianques estão ditando o ritmo do dólar em termos mundiais, aqui é parte desta cantiga.

A taxação não surtirá o efeito necessário para acalmar os exportadores, mas ainda acho que o mercado é o melhor caminho para as taxas cambiais. O BC pode e deve continuar tentando administrar a questão, mas não conseguirá barrar o mercado, seja para alta ou para baixa. Uma medida via resolução ou regra seria pouco provável, uma medida intervencionista neste momento vai bagunçar outras variáveis macroeconômicas que estão indo muito bem.

Os juros continuam altos, a bolsa continua subindo, claro que algumas realizações vão acontecer, mas o viés é de alta. O câmbio vai continuar de lado, as projeções são de R$ 1,75 no final de 2010.

Volatilidade na bolsa e câmbio? Sempre, mas com uma tendência cada vez mais calma e com uma lógica clara da sua trajetória.

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