quinta-feira, junho 04, 2009

O bom momento do câmbio e da bolsa

Clique e veja a ótima coluna do Antonio Machado falando sobre um alerta de problema com a apreciação do real.

Há muito ele fala da alavancagem do câmbio via as especulações na BM&F. Ele sustenta que a entrada líquida de dólares é insuficiente para a pressão vendedora e queda. Saimos de 2,40 e hoje estamos batendo os 2,00.
O juros ainda altos é motivador de entrada de dólares, as bolsas retomam movimento e o investidor externo volta. Anote ai: Desde setembro o Brasil teve uma saída de US$ 22 bilhões da Bovespa. Este ano até aqui, a bolsa já valorizou 40% e recuperou US$ 11 bilhões externos.
Acho que ainda teremos fluxo de dinheiro de fora. Isso faz a bolsa subir, os volumes mostram isso, mas segundo Anotonio Machado, insuficientes para derrubar o câmbio.
O BC atua comprando, isso quer dizer que se não estivesse fazendo, o dólar poderia estar mais baixo.
O regime de câmbio no Brasil está bom, livre e com pouca ingerência. Para manter isso o governo não pode atropelar, mas o alerta dele para as armadilhas da especulação podem fazer sentido. O saldo líquido (entrada - saída) foi de US$ 330 milhões, isso é suficiente para derrubar a moeda do tio Sam com pressão vendedora?
Na verdade as operações Carry Trade (toma emprestado fora e aplica aqui) continuam, mas com a tendência de queda da Selic, tendem a diminuir, não acabar, ainda ficaremos campeões das taxas de juros mundiais e a banca nadando de braçada nos spreads criminosos deste país.
A bolsa deve continuar recebendo dinheiro. Os volumes de negociação diários estão altos, mostram fluxo forte, mas ela está perigosa, já subiu muito e rápido.
A soma de fatores: juros baixos no mundo+ juros altos aqui + apreciação da nossa moeda+ bons indicadores na economia, apesar da crise = tendência de entrada de recursos externos.
O cuidado que alerta Antonio Machado é a especulação e flexibildiade da BM&F com derivativos cambiais e a artificialidade da apreciação do real. Ai pode morar o perigo e qualquer movimento no sentido de estourar uma eventual bolha pode derrubar todo o mercado, inclusive de crédito.


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