sexta-feira, abril 03, 2009

As medidas do G-20


Clique nas figuras para aumentar. Gráficos e projeções do UBS em abril de 2009.
Ainda continuam as informações contraditórias de cenários otimistas e pessimistas com relação a retomada do crescimento e arrefecimento da crise.
As ações dos governos continuam e o G-20 dá mais um alento ao mercado.
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Em suma, as principais medidas do G-20 em Londres são:

1. US$ 1 trilhão ao FMI já e mais US$ 5 trilhões na economia do mundo até o final de 2010 e outros US$ 100 bilhões injetados em bancos de desenvolvimento multilateral;

2. Mais corte de juros e de gastos públicos e tentativa de chegar a produção do mundo em 4%.

3. Melhorar a regulação do mercado financeiro com a criação do: FSB (Conselho de Estabilidade Financeira) órgão novo. Este organismo terá representantes dos países do G20 e em ação conjunta com o FMI, avaliar os riscos financeiros e macroeconômicos que ameaçam o mercado.

Trecho do documento: “eliminar os ativos "podres" (de alto risco de calote) dos bancos, o endurecimento das regulamentações sobre "hedge funds" (fundos de alto risco).....e o combate aos paraísos fiscais”. E mais, "O sigilo bancário do passado tem de acabar (...) Estamos entrando em um processo profundo de reestruturação de nosso sistema financeiro para o futuro."

4. Combater as ações que levam ao protecionismo econômico. Compromisso em não montar novas barreiras “antimercado” e protecionistas. Tentativa para conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial, em curso na OMC *Organização Mundial do Comércio”. Injeção de US$ 250 bilhões, nos próximos dois anos, para financiar as o comércio mundial.

5. US$ 50 bilhões para apoio a programas de proteção social em países pobres . Ações voltadas para segurança alimentar, e mais US$ 6 bilhões por meio da venda de ouro depositado na reservas do FMI nos próximos anos

Eles buscam a retomada do crescimento com mais uma ação coordenada além do que já está sendo feito em cada país nas suas peculiaridades. Belo exemplo de união.

Mas enquanto isso as projeções continuam para 2009 e 2010. Há controvérsias e “gaps” entre estas projeções. No final darei minha opinião.

O relatório do UBS de abril diz o seguinte:

1- Revisaram a previsão de 1,2% (mesma do BC) para retração de 1,2%. A queda da indústria no primeiro trimestre de 2009, comparado a 2008 foi de 17%. Mesmo com uma retomada tímida e surpreendente nestes primeiros meses de 2009, a recuperação deste buraco será difícil. Basicamente defendem o cenário da retração com as seguintes argumentações: redução do consumo interno pela restrição do crédito, diminuição da demanda global e falta de confiança em geral.

Minha avaliação: Fatores exógenos como estas ações do G-20 podem fazer o efeito desejado e mudar radicalmente estas projeções. A queda dos serviços no Brasil não foi tão acentuada como da indústria e mesmo na indústria, segmentos sofreram mais, outros menos.
As projeções deverão ser revistas semana a semana. Ações em curso vão ter algum efeito e, além disso, o fundo do poço, como no caso da queda de 17% da indústria nacional, deu-se no momento da explosão da crise. Agora a poeira está abaixando, o rescaldo está sendo feito. Um sintoma é a bolsa de valores que parece retomar firme o caminho de volta aos 50 mil pontos, normalmente a bolsa se antecipa aos acntecimentos econômicos.
Continuo otimista ainda para 2009, fica aqui registrado.


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