terça-feira, fevereiro 10, 2009

O plano decenal de planejamento energético

Dia 06/02 o governo lançou o PDE- Clique e veja.

Existem coisas interessantes, coisas conflituosas com a preocupação com o aquecimento global e como sempre, metas que parecem inexequíveis. Para mim concordo com o planejamento a longo prazo no setor energético. Para cada 1% de crescimento de PIB precisamos de 2% de crescimento energético. Os atores institucionais devem sim olhar para frente.

André Trigueiro faz um comentário na CNB sobre as termoelétricas- Vale a pena ouvir



Faço algumas considerações:

A saída para o Brasil é a energia nuclear. Os riscos de acidentes são mínimos. Vejam porque:

Risco = severidade do acidente x probabilidade de ocorrência

Perigo = Risco/Controle dos riscos

No caso nuclear a severidade é alta, mas a probabilidade é mínima, extamente por causa da prevenção e controle dos riscos. Em termos de poluição e impactos ambientais, a nuclear é uma das fontes mais limpas.

Com relação as termoelétricas, alvo de críticas de Trigueiro, podemos dizer que existem hoje mecanismos mais limpos, a gaseificação do carvão, muito usado nas usinas modernas nos EUA. O carvão do Brasil é péssimo e teriamos que importar carvão. Térmicas, só em emergência na minha opinião. Combustíveis fósseis é retrocesso puro!

Existem fontes renováveis como resíduos, com potencial de 5.000 MW, o PDE prevê 1.200 até 2030, tímida a medida. Nos EUA e Canadá existem empresas com mais de 1.000 MW de potência instalada a partir de resíduos.

Energia eólica (com baixo fator de capacidade) e solar, ainda são projetos, mas devem ser estudados, pois é questão de tempo a sua viabilidade comercial em escala, a exemplos de países como Alemanha.

Outro ponto: Eficiência energética, em todos sentidos e segmentos. Utilização da lei de uso de solo para obrigar medidas mais eficientes nas construções e transportes, principalmente nas grandes cidades. O PDE é tímido também neste quesito.

UM FATOR VITAL: Apoio e políticas públicas, de governos, federal, estadual e municipal, inclusive com benefícios fiscais (nossa carga tributária no setor é altissíma) e agilidade nas aprovações e licenças ambientais.

Em todo caso é melhor ter um plano que não ter. O setor elétrico não pode e não dever ser contingenciado pela crise atual, ao contrário, deve ser olhado com mais cuidado ainda. Quando a máquina econômica voltar a girar, a demanda por energia será primordial na retomada e a oferta deve atender esta demanda.
Antes da crise e no início de 2008 as projeções davam para problemas em 2011, postergamos isso, mas não nos livramos. Os atrasos inevitáveis nos aproveitamentos da Amazônia e em Angra III devem colocar as barbas do governo de molho. A crise acabará em 3 anos no máximo, eu acho que em menos tempo. Lá devemos estar preparados energeticamente, com um viés importante e crucial hoje. O MEIO AMBIENTE.

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