quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Aumento de gastos do governo-Pesquisa CNT/Sensus

1-)Fechando no Vermelho – Gastos do governo aumentam 81% em 10 anos acima da inflação

A custa da desejável estabilidade da moeda olhamos sempre para o lado do aumento de juros na ânsia de contenção do consumo.Existe a teoria que diz que quando tem mais gente querendo comprar do que a produção pode atender, os preços sobem.
Os juros altos,verdadeiro achaque, significam trava no consumo. Em contrapartida, o consumo é o combustível da máquina econômica.Perde-se força, cai a renda, empregos diminuem e caímos em ciclo vicioso perverso. Fazer o que?Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Mas o assunto aqui correlato a questões de estabilidade e juros é o aumento do déficit público com aumento das despesas de governo que cresceram 81,3% em dez anos (1995-2005).Com pífios investimentos, não acertamos o déficit fiscal e mesmo ao sacrifício de um brutal superávit primário não fechamos a conta nacional.Ou seja, vivemos ainda desmandos e mazelas pouco recomendadas a administração de finanças públicas e a estabilidade da moeda, base da política econômica atual,pode virar um tiro pela culatra mesmo com todo custo social para atingi-la.
Dados: O aumento dos gastos não vem sendo bancado pelo famoso superávit primário.Aumentar despesas sem contrapartida na receita é problema na certa e nossa carga tributária, a maior do planeta está justificada aqui.Se pelo menos os gastos fossem com investimentos!
O que acontece se você gastar mais do que ganha?Simples não?
O mais grave: Em 2005, foi alardeado superávit primário de R$ 93,5 bilhões correspondente a 4,84% do PIB.
Pasmem:Os juros cresceram em maiores proporções e sorveram 8,13% do PIB, isso mesmo, R$ 157 bilhões pagos a instituições financeiras financiando ou rolando papeis de governo.
Resultado: O Déficit nominal (real) foi de R$ 63,6 bilhões ou 3,29% do PIB.Quem pagará esta conta?
Conta fechada: O governo gasta muito e mal, investe pouco, ecoa um superávit primário e no final temos é um déficit nominal de alguns bilhões que poderiam estar colocados em capital social básico no mínimo.
Receita de bolo: Redução de despesas públicas, aumento dos investimentos, redução da carga tributária com redução dos juros. Se adotada a receita, o país tenderá a crescer gerando emprego,renda e atendendo as demandas sociais que são enormes.
Vamos crescer que todos ganharão, ou melhor, vamos acompanhar o ritmo mundial!
O pior mal que o novo governo pode fazer, sendo repetição de Lula ou não, é tapar o sol com a peneira e achar que governo voltado ao social é dar complementação de renda sem esforço a população. É louvar que assistencialismo,reforma agrária,benefícios sociais, etc. sustentam uma nação no longo prazo.Para reduzir desequílibrios e desigualdades sociais só com crescimento e oportunidade. O resto é eleitoreiro e irresponsabilidade!
Tem um velho ditado bíblico que diz: Antes de dar o peixe, dá a vara de pescar!

2-)Pesquisa CNT/Sensus

Considerando que não acredito politicamente nas coisas resolvidas, vamos fazer uma análise estatística dos dados divulgados na pesquisa:
A- As intenções hoje são relativas, pois virão as campanhas e as coisas mudarão.Lembram-se de Collor,FHC e vários outros exemplos que há 8 meses da eleição nem existiam e ganharam.
B- A rejeição deve ser considerada o ponto mais importante juntamente com o conhecimento do candidato pelo eleitor.Aqui sim podemos estimar o potencial de crescimento e o piso e teto que os candidatos podem ter.
C- A rejeição (candidato que não votaria) de Lula que era de 46,7% em novembro caiu para 35,8% agora: Rejeição alta, mas em queda e comparada aos outros candidatos a menor(sic).Realmente não entendi este número divulgado pelo EM.
D- Dos outros candidatos (segundo os dados) Heloísa Helena tem 47,5%, Rigotto 45%,Serra 41,7% e Alkimim 39,9%.A rejeição de Garotinho é a maior com 59,7%.Isso hoje,coloca Garotinho fora da disputa, ainda bem!Mas ele é perigoso e pode ter a legenda do PMDB pelo trabalho já feito e gastos também. Não se menciona o conhecimento pelo eleitor do candidato, mas presumimos que deve ser pela ordem: Lula, Serra, Heloisa Helena, Alkmim e Rigotto.
E- Considerando Lula a aprovação do governo subiu de 46,7% para 53,3% o que não necessariamente significa voto, mas a recuperação é grande e evidente. A desaprovação cai de 46,7% para 38% que corrobora a ressurreição de Lula.
F- Outro fato curioso é que o voto é definido por problemas sociais e não pela moralidade pública com 31,8% e 30,1% respectivamente.Isso mostra o assistencialismo de Lula fazendo efeito, mas também que a questão da moralidade pode pegar mais na frente.
Eu acredito muito em pesquisa, mas no momento certo e com as devidas explicações e metodologia.Há muito se tenta manipular eleições no Brasil via pesquisa e muitas vezes o incauto eleitor é carregado por dados ajustados, não fraudados, mas ajustados. Não questiono a seriedade dos institutos, apesar de ter sempre os venais e irresponsáveis.Eles vivem de seus resultados acertados. Esta pesquisa sinaliza que Lula está em franca recuperação e a polarização com o PSDB é outro ponto de destaque. A campanha não foi iniciada e Lula corre só.Quero ver quando começarem os programas de TV e a campanha propriamente dita. Muita água ainda vai passar debaixo desta ponte, diriam aqui no interior de Minas.

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