terça-feira, abril 14, 2020

O impacto covid19- Relatório banco Mundial 2020 - América Sul e alguns comentários


Li o relatório com 64 páginas e um sumário dos principais pontos na minha visão.

Quem quiser ter acesso ao relatório completo- Clique e veja aqui - Para download

Para ler as figuras inseridas aqui em melhor resolução é só clicar nelas.

Vamos lá algumas partes:


Não existe conflito entre salvar as vidas e a economia. Também acho. Veja a tradução deste trecho.

Tentar encontrar o “equilíbrio certo” entre custos de saúde e custos econômicos pode parecer moralmente inaceitável.
Muitos questionariam que um custo humano poderia ser comparado a um custo material. Mas a realidade é que custos de saúde e econômicos são custos humanos, pois afetam pessoas e famílias. Há sim uma perda humana trágica quando um parente ou amigo querido morre, mas também há uma perda humana grave quando as pessoas acabam sem emprego, os meios de subsistência são destruídos, as crianças precisam interromper seus estudos ou os jovens precisam começar suas carreiras de trabalho em mercados de trabalho deprimidos.
A verdadeira questão não é se os custos econômicos de conter a epidemia de Covid-19 devem ser considerados: eles certamente deveriam. A questão é se melhores opções políticas podem levar a um custo total mais baixo para sociedades, sob a forma de uma combinação menos prejudicial de custos de saúde e custos econômicos.
A resposta inicial a essa pergunta foi moldada por epidemiologistas, que ajudaram a prever a rapidez com que o vírus  poderia se espalhar e quantas mortes causaria. Um estudo influente do Imperial College em Londres  utilizou um modelo de microssimulação para prever o resultado de duas possíveis respostas políticas ao surto de Covid-19: supressão e mitigação. A supressão depende de medidas como quarentenas e medidas obrigatórias distanciamento social para reduzir o número de casos secundários que cada caso Covid-19 gera. A mitigação depende sobre medidas similares direcionadas aos grupos populacionais mais vulneráveis ​​(como idosos ou pessoas com condições pré-existentes), mas não tem como objetivo interromper completamente a transmissão, aumento da imunidade da população.

Comentário meu: A desilusão, o fim da esperança, quebra de empresas, sonho de muita família, a perda do emprego, eventualmente a fome,  também mata. Recessão, segundo este estudo mata 30 mil pessoas para cada 1% de queda da economia. Um referência talvez, mas está ai.

Estudo elaborado em parceria por economistas e médicos brasileiros e do Reino Unido aponta que o aumento de um ponto percentual no índice de desemprego eleva em 0,5% a taxa de mortalidade. Clique e leia

Criaram um modelo matemático para medir a expansão vírus.



Comentário meu: Interessante, mas acadêmico demais e tenho minhas dúvidas se  uma doença nova e com tantas peculiaridades diferentes de cada país isso funcionará "worldwide".
Um outro fator que furou vários modelos econômicos, ou tirou a precisão, é a questão antropológica, ou o comportamental como podemos dizer. Aqui é o caso e um complicador para a eficácia deste modelo, mas é também uma referência.



Criaram um modelo para medir da economia com queda no indicador de NO2. 

Segundo o relatório: 

Na tentativa de responder a essa pergunta, foram analisados grandes dados sobre dióxido de nitrogênio (NO2) de todo o mundo para este relatório. Tais emissões são medidas por instrumentos a bordo de satélites na forma de troposféricos. Densidades verticais da coluna de partículas. A troposfera é a área da atmosfera mais próxima do homem atividade - abaixo de 10 km, aproximadamente a altitude máxima de cruzeiro de aeronaves comerciais. Uma coluna é a área em que a leitura ocorre, que pode chegar a 13 km de latitude por 25 km de longitude. A unidade de medição é 1e15 moléculas de NO2 por cm quadrado. 
Vários estudos acadêmicos analisaram a correlação entre as emissões de NO2 e a atividade econômica. Para Por exemplo, Lin e McElroy (2011) mostraram que as leituras de NO2 sobre a China se assemelhavam às estimativas do PIB durante e após a crise financeira global. Morris e Zhang (2019) exploraram essa descoberta para avaliar a confiabilidade das estimativas de PIB da China em diferentes momentos e criaram medidas combinadas de crescimento econômico com base nas emissões reportadas de PIB e NO2.



Comentário meu:  Modelo acadêmico usado para outras finalidades há mais tempo, deve funcionar com mais precisão do que o modelo criado para expansão do vírus. É uma referência de qualquer forma. O estrago é claro e perceptível mesmo se não fosse aplicado qualquer modelo. A questão comportamental pode ser inserida aqui com certeza.

 A queda prevista  PIB por cada país 



Comentário meu: Os principais países em volume do PIB, México, Brasil e Argentina vão sentir muito. 5% ou mais de queda na economia é muita coisa. Infelizmente. A recuperação pode ser rápida, este seria consolo.



Ações de governos para dar liquidez ao mercado. Uso de dinheiro público para salvar as empresas e os empregos e não deixar  estrago na economia ser ainda maior.
A exemplo de 2008 e e 1929 muita coisa oi aprendida.
Escrevi sobre isso. O papel do governo na crise.


Zoom no Brasil


O relatório fala de todos os países, mas demos um zoom no Brasil. Não precisa comentar.

O relatório ainda fala das dificuldades encontradas por países de baixa renda, natural, a infraestrutura da saúde  cada um é diferente.

Um ponto que fica claro. Os que mais tiveram sucesso no combate foram os que mais testaram a população, testes em massa. Citam a Coréia do Sul como exemplo.

A bússola da política anda de acordo com a economia. Ainda é imprevisível se teremos eleições aqui no Brasil, com grandes chances de adiamento para 2021 ou 2022, e mesmo a eleição nos EUA, dependendo do estrago pode mudar. Pouco provável, mas não impossível. Com certeza não será dentro dos padrões normais e Trump que tinha vantagem pela prosperidade econômica, perdeu seu cacife.
Aqui, o ministro da saúde está de partida, era a estrela, sai por cima e atirando. Bolsonaro se isola mais, apostou alto. Como já disse, deu um All In (para quem jogar poker entender) e arrumou um pagador o ministro. Resta saber quem ganhará. O tamanho da calamidade dirá quem foi o vencedor, mas o estrago, as mortes e o flagelo econômico estão na mesa. Triste, mas é real. No fundo não há vencedor, todos perderemos.
Esta tudo confuso, as atitudes de Bolsonaro são estranhas. Ok que ele precisa  ter uma narrativa otimista, mas muitas vezes é surreal, não parece estratégia, pode ser um devaneio. Será? Isso é um perigo. Ele não poderia desautorizar a equipe técnica, não convém ao general ir contra a sua tropa. É complicado entender isso.
Há correntes nas duas direções, isolamento é certo, vertical ou horizontal é a questão, já admitida timidamente pela OMS, prefiro não opinar, não tenho conhecimento para isso.
Bom, as aves de rapina que querem politizar e faturar com o caos, espreitam o pior cenário. Não sabemos ainda o final deste filme. A mídia, ou parte dela, não ajuda em nada, na minha opinião, aumenta o medo e o pânico da população. Eles precisam sim noticiar os fatos, mas podem ter um viés mais positivo, por exemplo, contar as histórias de recuperação e sobrevivência. 

A narrativa do fim do capitalismo começa a ser contada pelos aproveitadores, mas os fatos são outros. Crises são parte do capitalismo sim, isso nunca foi negado e os ciclos econômicos parte da história da humanidade.
Podem apostar que esta não foi a primeira e nem será a última, infelizmente.

Vão aqui dois artigos que ilustram estas ilações minhas. Podem apostar nelas. Só clicar e ver.

A falácia do discurso que a pobreza de muitos é criada pela riqueza de alguns.


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