sexta-feira, dezembro 18, 2015

Agonia da república I


Até 1945 quando Vargas foi derrubado o Brasil viveu períodos bons e ruins, excetuando 1930 e 1937 com os golpes e o Estado Novo, vinhamos relativamente bem.
A partir dai, os partidos começam a se estruturar, Temos governos democráticos até 1961, com altos e baixos na economia, mas sempre avante. O governo JK de 1955 a 1960 foi uma maravilha. Não obstante a guerra fria e as movimentações vermelhas via Rússia, China e Cuba, o Brasil viveu um crescimento médio de 7% na era JK. A prosperidade com geração de emprego e renda é a melhor forma de buscar a justiça social, o resto é falácia com todos os exemplos recentes e passados na história da humanidade.
Após a crise de 1961 com Jango, renúncia de Jânio, e finalmente o golpe de 64, que eu chamo e tenho certeza que foi um contra golpe- Quem quiser ver mais, clique e leia

Tivemos o milagre econômico nos anos 70, chegamos a crescer 11% ao ano, que saudade da prosperidade! As pessoas tinham luvas para trocar de empregos e a mão de obra especializada mandava no mercado.
Na década de 70 o mundo enfrenta duas pancadas, fortes, a alta do petróleo em 1973 e 1979 (na guerra dos 6 dias em 67 começou na prática). Ambos levaram alguns países a bancarrota, seja pela dependência da importação e pelo problema causado pelo aumento repentino dos custos que deságua na inflação, a era da inflação mundial, em todos os cantos do planeta.
A grave crise que vivemos em 1981, 1982 e 1983, com recessão e inflação antecipou a queda do governo militar, surge a Nova República.
A revolução de 64 é derrubada em 1985 e começam os governos democráticos, com vantagens e desvantagens, principalmente quando se perde o foco na nação e começa a luta somente pensando em  eleição. O planejamento futuro é trocado pelas ambições partidárias e a manutenção do poder, a qualquer preço como foi a fraude do Plano Cruzado em 1986.
Nosso calvário, podemos dizer começa aqui? Em alguns aspectos sim.
Em 1988 a constituinte, "para limpar o lixo autoritário", no jargão de muitos oportunistas, criamos um imbróglio terrível de complicar a nos carta magna que já tinha um monte de remendos, mais um.
A CF cidadã como alguns chamam acabou abrindo lagunas e dúvidas que culminaram com falta de regulamentações e regras esdruxulas que prejudicam o país até hoje.
Com inflação de 89% ao mês, isso mesmo, para quem não se recorda, nossa economia estava esfacelada. Ganha Collor a eleição de 1989, a primeira eleição direta deste 1960.
Com uma prepotência impressionante e a legitimidade das urnas, Collor enfrenta a plutocracia e os carteis nacionais. É deposto, uma grande conspiração, haja visto que ele caiu por conta de uma obra na casa da Dinda e de uma Elba (carro da época) e depois de renunciar e perder seus direitos acaba sendo absolvido dos seus "crimes" no STF e hoje é senador eleito por Alagoas.
Itamar Franco assume o governo com graves problemas econômicos e monta uma governo de coalizão, de salvação.
Finalmente a inflação é debelada, surge o plano Real - Clique e leia mais
Com a moeda estabilizada e o dragão inflacionário aprisionado o país parece retomar o rumo. FHC que havia sido o ministro da fazenda de Itamar e junto com outros , entre os quais cito, Eliseu Rezende, Ciro Gomes e a equipe da Casa das Garças do Rio, André Lara Resende, Gustavo Franco, Arminio Fraga, Pedro Malan, etc. Construíram este plano, o alicerce do futuro.
A lei de 2000 denominada Lei de responsabilidade fiscal é um dos pilares da organização econômica junto com o Plano Real.
Estamos prontos. Lépidos e fagueiros, para rumar ao futuro com democracia e liberdade, economia organizada e grande potencial do país, pelo mercado, pelas riquezas naturais, o Brasil é abençoado por deus e bonito por natureza.
A constituinte cidadã de 88 com suas travas e incoerências, a organização social com jeito de "well fare state" do PSDB e as constantes crises durante o período de 1994 a 2000 acabam por atrapalhar esta caminhada, mas o rumo estava correto. Quem quiser ver o histórico das crise, clique aqui.
Crises mundiais e dois grandes equívocos de FHC, a questão energética que acabou no racionamento de 2001 e a releição em 1993 maculam seu governo, mas não sem tirar o mérito de ter "organizado" o país e deixado pavimentada a estrada do futuro.
A justiça social sempre foi e será deficiência nossa. Todos os governos devem olhar, mas com o cuidado de que o estado como indutor e não promotor é a receita do sucesso.
A prosperidade, o crescimento econômico, a geração de emprego e renda é que vão gerar as oportunidades e os recursos para a educação e saúde, estas sim responsabilidades do estado, principalmente para a população carente.
O PT vence em 2002 a eleição. Lula depois de muitas derrotas e um discurso volúvel  e oportunista começa a governar o país. Arrumado e preparado quero frisar aqui.
Começa bem, com equipe de grande qualidade liderados por Henrique Meireles, consegue dar mais norte e rumo ao país. A cartilha do Plano Real e seus pilares estavam sendo seguidos. O mundo entra em um processo de crescimento, a onda mundial das commodities ajuda o Brasil. Vento em popa e o governo Lula surfando na onda.
Em 2005 estoura o "Mensalão", a ação Penal 470 que descobre ligações espúrias entre o Planalto e o Congresso com a compra de parlamentares.
Lula sangra e compromete sua reeleição de 2006, mas consegue milagrosamente e com erros da oposição seu novo mandato.

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