quinta-feira, agosto 20, 2015

Ecos de agosto na crise institucional - 20/08/2015



A situação ainda está crítica.  No campo institucional e econômico estão todos os atores perdidos, a imprevisibilidade é a marca de agosto.


  1.  No cenário econômico a recessão mostra suas garras, os bons indicadores caem e os maus sobem. Desemprego e inflação, alem da perspectivas de mais recessão em 2016 dominam a cena e apavoram os atores. 
  2. No campo politico, Dilma arrefeceu a onda contraria com a adesão de Renan e de raposas politicas, queimadas com certeza, mas profissionais. Dizem que o governo está terceirizado para Renan. Impeachment? Renúncia? Pouco provável, pelo menos por enquanto, mas não impossível.
  3. O parlamentarismo "branco"tocado por Eduardo Cunha a revelia de Dilma, agora está na mão de Renan Calheiros e Eduardo Cunha [e bombardeado por acusações. É ilusão achar que Eduardo Cunha renúncia, antes serão precisas provas contundentes contra ele, o "batom na cueca"como falam os deputados, por enquanto não apareceu.
  4. A dinâmica continua, TCU, TSE e outros percalços que somados aos problemas econômicos agravam a crise institucional.
  5. No fundo nem governo e nem oposição apresentam um plano concreto para solução da crise econômica e politica. Muita confusão. 
Considerando estes fatos, me fez trazer uma reflexão inspirada no Livro do Paulo Rabello de Castro, O Mito do Estado Grátis quando aborda a transformação da China nos anos 80 com Deng Chiao Ping, o grande mentor da prosperidade e mudança na China.
Aspas: Deng foi um homem de gestão publica eficiente. Ele sabia que só discursos não provocam transformações. É preciso decisões firmes, seguidas de acoes consistentes e, em seguida, calibradas por aferições e revisões sucessivas dos resultados obtidos. Fecho aspas. Pág.  238.
O que foi feito aqui? Nada. Um ajuste fiscal sem consistência, inexequível, aumento de impostos para sacrificar ainda mais a classe produtiva que já pena com a recessão. 
Agora, em medida claramente direcionada ao setor automobilístico, coloca mais crédito fácil e barato afrontando a seriedade e credibilidade do ajuste fiscal que se propõem. 
Medida inócua e temporária não vai resolver nada e mancha a austeridade do ajuste, Mais privilégios a um segmento?
Menos intervenção e mais governo com planos consistentes e credibilidade poderiam animar s investimentos e conter as demissões, já que este é o calo da vez.
Interferir menos e governar mais, assim se faz melhor e este governo com todos os seus erros mostrou o pior. Intervenção desastrada e falta de ajustes e correções do rumo.
Um plano de metas de médio e longo prazo deveriam ser colocados na pauta.
nem a oposição consegue isso e Renan, o "primeiro ministro"atual coloca uma "espuma"como disse corretamente Eduardo Cunha.  
Vamos afundando, sem rumo, sem propostas concretas.
Gente esperando o quanto pior melhor, mas esquecendo que todos pagamos a conta.
Sinceramente espero sair desta imprevisibilidade. Isso para tudo, abala as instituições e só traz incerteza e problemas que distanciam a solução.
Uma pessoa sensata e realista, sem emoção e paixão politica vai querer dormir agora e acordar mais na frente, quando tudo estiver mais claro.
Enquanto isso a conta fica mais salgada.

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