sábado, agosto 15, 2015

A manifestação do dia 16/08 e os rumos do Brasil



A crise do Brasil continua. Não vê quem não quer ou quem não tem interesse em ver. A economia está de mal a pior, chegamos a ponta do sistema. Os indicadores são péssimos e as projeções piores.
Parte da população, ou melhor, a maior parte está indignada e já sentindo o efeito da crise.
Existe uma outra crise, a existencial, de muitos eleitores do PT e Dilma que agora se sentem enganados. Ir a rua amanhã? Eu vou, cumprir meu papel de cidadão, mas não podemos esperar muito.
Esta manifestação, infelizmente, não será divisor de águas da política nacional.
A cada reação corresponde a uma reação em sentido contrário (Física). Na política também é assim.
O governo e o "status quo" reagiu. Não vamos julgar os personagens da reação e nem os interesses deles, mas houve a reação e foi competente.
Esta coisa de impeachment é uma grande ilusão coletiva. Não é fácil, simples e sempre será traumático. Não dá para comparar a situação de Collor com a de hoje. São épocas distintas, personagens diferentes e contexto novo. A dinâmica da política não permite isso.
Dilma reverteu vários percalços que tinha. TCU, TSE, e mesmo na base com a reação que foi positiva para ela. Quem ganhou ou quem perdeu? Não sei, o país continua em crise institucional e econômica.
Algo precisa ser feito. O rumo não existe, nem a aposição apresenta algo de concreto e factível,
Criticar é fácil. Apresentar solução e proposta nem tanto.
O impeachment é um sonho de muitos. Sinceramente não sei se é a melhor opção. Quem ganha com isso? E a qual seriam os próximos passos? Tenho minhas convicções hoje para dizer que o impeachment é uma das piores saídas para o Brasil. A renúncia dela com certeza seria, mas é pouco provável, quase impossível.
Renúncia? Pouco provável. O que sobraria para estancarmos a hemorragia da crise? A figura ilustra bem. Eles já reagiram, a tropa de choque está em campo, só profissional, do bem ou do mal, deixemos para lá. Os custos e os conchavos desta reação nunca saberemos, mas não devem ter sido republicanos, eu acho.
Não importa agora. O Brasil precisa retomar o rumo e estancar a crise. Porque digo isso? Porque a crise institucional contamina a economia que acaba contaminando a crise política. É ciclo vicioso perverso e todos pagamos por isso.
Amanhã teremos um movimento. Deve ser relevante. Nós lavaremos nossa alma e vamos exercer a cidadania, mas não muda o congresso e nem sei se ele quer mudar. Para atingir 2/3 de votos não é fácil, é mudar a constituição. Hoje, independente das questões jurídicas, o impeachment estaria na berlinda, não sei se 2/3 do congresso votaria pró impeachment, e além disso a reação do governo é avassaladora, já começou. 
Uma análise fria de quem seria o maior beneficiário do impeachment dá para ter uma noção do ânimo da classe política. O medo de convulsão social é outro temor, errado, porque estes marginais de movimentos , ditos sociais, não podem pautar o Brasil.
Vamos aguardar os próximos lances. Antes, acreditava no processo de impeachment (mesmo sem eu ser a favor), hoje tenho minhas dúvidas se ele vai prosperar. A CD só vai pautar esta questão se existir o mínimo de chance de passar, e não será fácil. Sonhar é parte da vida, protestar e se indignar da vida política. Vamos fazer os dois, sempre pensando que ainda não vimos um projeto de futuro para o Brasil.
O triste é ver que o Brasil afunda e a conta chegou. A aventura populista, como não poderia ser diferente, vai fazer estragos aqui. Não conto nem com os que se enriqueceram com o "discurso da justiça social", que no fundo, todos nós queremos.

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