Vamos ver o que aconteceu de verdade em 2014 e confirmar ou não as projeções para 2015 para fazermos o que sempre fazemos no final de ano.
Projeções feitas para 2014:
IGPM 8,4%
IPCA 6,2%
Câmbio US$=R$ 2,60
Selic: 10,25%
PIB: 2%
Produção Industrial: 2,1%
Balança Comercial: US$ 13 bilhões
Desemprego 5,7%
O que aconteceu de fato:
IGPM 3,78%
IPCA 6,38%
Câmbio US$=R$ 2,65
Selic: 11,50%
PIB: 0,13%
Produção Industrial: -2,5%
Balança Comercial: US$ 1 1,8
Desemprego 4,8%
Erro feio para o PIB, a Selic e a Produção industrial que acabaram por influenciar outros indicadores como o IGPM que caiu muito e o desemprego que continua baixo apesar do baixo crescimento.
E para 2015?
IGPM 5,72%
IPCA 6,54%
Câmbio US$=R$ 2,75
Selic: 12,50%
PIB: 0,55%
Produção Industrial: 1,1%
Balança Comercial: US$ 4,8 bilhões
Desemprego 6,5% ( este é por minha conta)
Podemos inferir e concluir que 2015 será um ano pior do que 2014. Fora os EUA (o que ajuda muito) estar bombando, isso trará reflexos no câmbio e pode nos atrapalhar.
O preço baixo do petróleo ajuda o mundo em geral, mas aqui foi tiro no pé do pré sal e pode afetar muito nossa combalida economia.
Vamos acompanhar.
Meus receios para 2015:
- O ministro Joaquim Levy não aguente a mulher muito tempo
- O PT não consegue cortar despesas e precisamos de ajustes
- Haverá aumento de impostos, quais? CIDE, CPMF ou outra sigla que vai aumentar nossa sopa de letrinhas já com 92 tipos de tributos de toda ordem.
- Crise política institucional, dependendo do que aparecer no caso Petrobrás e agravada pelo baixo desempenho de nossa economia. Nuvens negras vão rondar em Brasília.
- O setor elétrico pode passar por problemas mais graves como um racionamento, e a conta deve ficar muito mais salgada.
Vamos torcer pelo Brasil. Antes de críticos somos brasileiros.
Quem se interessar, esta aqui a publicação do último Boletim Focus de 2014- Clique e leia
Vou colocar em vermelho o que acertei e alertei e que os indicadores foram confirmados.
Projeções para 2014 e 2015:
Comentários meus:
- Inflação continua ameaçando e crescimento ainda é baixo, vi projeções do nosso PIB que variam de 1,5% a 2,5%, inclusive o FMI fala em 2,5%, o menor dos países emergentes. Meu palpite, apesar de ser ainda cedo, é algo em torno de 2%, repete este ano. A copa do mundo não vai garantir crescimento do PIB, anotem ai.
- O FMI projeto 3,9% o crescimento mundial, 3,7% e, 2014 e 3,9% em 2015. MELHORANDO.
- EUA cresceu 1,7% e, 2013, projeta-se 2,5% e, 2014. Lá inflação baixa, desemprego em queda e deficit fiscal em baixa. VÃO BOMBAR, já havia falado isso aqui no começo deste ano.
- EUA bombando diminui a compra de ativos, isso pode interferir no nosso câmbio, aliás no mundo todo. A locomotiva segue firme e os países devem fazer seu dever de casa.
- China cresce 7,6% em 2013 e projeta-se 7,7% em 2014 e 8,2% em 2015. Inflação lá ainda em alta, mas administrada. Mudanças políticas importantes que fazem a máquina acelerar. Vão bombar.
- Na UE também as perspectivas são ótimas. Crescimento de 0,4% em 2013, projeção de 1,2% em 2014 e 1,7% e, 2015. Inflação baixa e ainda alguns riscos para os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia (o pior deles) e Espanha. Inflação baixa, estabilidade financeira melhorando e deficit fiscal melhorando também.
- Análise fria: Não tem como ficar mais claro que estamos na contramão do mundo. Conjuntura mundial favorável já perdemos nos anos 2000 com Lula e seu messianismo, Dilma precisa acordar, o problema só deve agravar se não forem tomadas medidas.
- Vamos ao caso do Brasil:
- Devido a melhora mundial pelo crescimento de todos e a locomotiva em pleno vapor e ao nosso câmbio melhor vamos reduzir o déficit no Balanço de Pagamentos de US$ 81 bilhões em 2013 (3,7% do PIB) para projeção de US$ 72 bi em 2014 (3,4% do PIB) e US$ 79 bi em 2015 (3,7% do PIB).
- Na balança comercial espera-se saldo positivo de US$ 13 bi em 2014 e US$ 20 bi em 2015 exatamente pelo ambiente mundial favorável e o cambio favorecido.Ou seja aumento das exportações com certeza. Importamos 30% da China e EUA e devemos manter estes números.
- Investimento externo em 2013 foi de US$ 63 bilhões, deve cair para US$ 55 bi em 2014 e US$ 60 em 2015 - Devemos perder recursos de fora pela falta de credibilidade no país (mudança de regras, déficit fiscal alto e incertezas).
- Reservas se mantém boas na ordem de US$ 375 bilhões podendo chegar a US$ 380 em 2015 mesmo com a "administração" do câmbio pelo BC. Definitivamente este não é nosso calcanhar de Aquiles e nunca foi na verdade fora do discurso político.
- Com relação ao PIB podemos inferir (baseado nas informações que estamos estudando e com quase certeza devem se confirmar):
- Agronegócio que sustentou nosso PIB em 2012 e 2013 deve piorar- Parte pela infraestrutura e pelos custos Brasil, não obstante a melhora mundial.
- Inflação com viés de forte alta. Alimentos em alta (pela expansão mundial e concorrência interna), fim de desonerações, aumento do salário mínimo de 6,85% (acima da produtividade). Preços administrados teve alta de 1,5% em 2013 (segurou a inflação em 6%), para 2014 a projeção é de 4,3%, ou seja inflação represada e perigosa.
- Energia com sérios problemas. Pela mexida no marco, pela discussão das concessões das distribuidoras, pela uso das UTEs( Usinas Térmicas) e pelo preço do PLD (mercado spot) com viés de forte alta. O preço baixo foi um pouco "forçado", o mercado reage agora, somando-se a isso o baixo nível dos reservatório. Chove muito, mas no lugar errado, ainda tem janeiro (e já aconteceu antes) para normalizar, mas senão, as UTEs vão rodar forte e vão encarecer muito a conta de energia, a não ser que o governo faça alguma "mágica", mas correndo o risco de arrebentar ainda mais nossa credibilidade com investidores.
- Nossos indicadores não estão bons, alguns péssimos, dentre os emergentes podemos dizer que somos os piores em 2013 e seremos em 2014 e 2015. TOMARA QUE EU ESTEJA ERRADO.
- Nosso deficit nominal (Receitas - despesas) em 2013 foi 3,3% do PIB. Em 2014 deve ser de 4,3% (maior desde 2003) e 3,7% em 2015. ISSO É GRAVE.
- Divida total de 34,5% do PIB em 2013, projeção de 34,5% em 2014 e 35% em 2015. Dívida não é ruim se temos como administrar. Nos países ricos a dívida chega a 100% ou mais do PIB, mas eles têm equilíbrio fiscal e perspectivas de pagamento. Dai os juros são baixos e a dívida administrável. Aqui por conta disso, deterioração do déficit fiscal (gasta mais que arrecada e vai no mercado buscar) nossa imagem vai decaindo, o risco soberano (das agências de riscos) deve piorar e entramos no ciclo vicioso que só corrobora os maus presságios para 2014 e 2015.
- Ainda falando em Déficit , a arrecadação deve aumentar (pelo cenário mundial) mesmo com a volta das desonerações (que em contrapartida pressionam a inflação). LOAS A ELES, NOSSA CARGA TRIBUTÁRIA DEVE BATER 40% PIB. QUALQUER DESONERAÇÃO É BEM VINDA. Já falaram em Belindia (Mistura de Bélgica e Índia) hoje somos o INGANA- Impostos da Inglaterra e serviços de Gana.
- Os gastos públicos em expansão são o maior problema do Brasil. Da despesa total, 80% é com salários, benefícios previdenciários e transferências, sendo que 32% é na seguridade, 18,9% com pessoa, 18,4% transferências aos estados e municípios (muito pouco e por isso a tese do pacto federativo de Aécio tem forte apelo junto a prefeitos). Investimentos, pasmem, são só 4,8%.
- Por conta do déficit fiscal e altas despesas (gasta mais do que arrecada) nosso endividamento é alto, não deve cair e depende da Selic , juros que combatem a inflação, mas remuneração da grana que o governo levanta para rolar suas dividas. No ambiente de alta da Selic (por conta da inflação) só podemos concluir que nosso endividamento só deve aumentar.
- Estamos em sérios riscos. Dilma é favorita para ganhar a eleição, meu medo é que o problema se agrave para ela em 2014 e 2015 principalmente. Seja quem for, é preciso ajustes, sérios e responsáveis na condução da política econômica do governo. O modelo esgotou. O Brasil já funcionou e hoje não funciona mais, cria a ilusão de que tudo pode estar bem. O discurso (esperto e oportunista) da distribuição de renda e redução da miséria traz a conta para ser paga, esta ai.Se nos comparam com pares nossos, os emergentes, estamos em flagrante desvantagem nos indicadores, não é ilação minha, são dados que podem ser vistos aqui e em diversas publicações.Nossa saúde é um caos, nossa infraestrutura também, nossa educação perde feio no ranking mundial e o que me dói é que:ESTA NAÇÃO JÁ FUNCIONOU UM DIA.