segunda-feira, maio 23, 2011

A Recuperação da Economia e dos Lucros nos EUA Corre Risco de Sair dos Trilhos?

Quero deixar aqui registrada uma previsão e análise bem interessante sobre a economia americana. Concordo com muito disso ai.

A Recuperação da Economia e dos Lucros nos EUA Corre Risco de Sair dos Trilhos? Foi um artigo que li do Goldman Sachs.
Alguns trechos:
  1. Desde o ponto mais baixo da crise econômico-financeira, o PIB real dos EUA cresceu 4,9% e o PIB global cresceu 7,9%, atribuíveis à expansão acelerada em países como Alemanha, China e Índia. Durante este período, o S&P 5001 gerou um retorno de 100%, o Índice de Dívida Corporativa High Yield do Barclays observou alta de 115% e as ações globais, tomando-se como base o MSCI All Country World Index2, tiveram retorno de 77%.
  2. Assim, a questão fundamental na mente dos investidores é se as recentes quedas nos mercados são uma repetição do final de abril de 2010 (quando o mercado caiu 17%, mas logo depois se recuperou e atingiu novas altas), ou se este é o início de uma desaceleração mais séria, com implicações significativas para suas carteiras. Para endereçar esta pergunta, começaremos com uma rápida atualização sobre o estado da recuperação e um exame dos indicadores antecedentes mais recentes nos EUA e nos países emergentes. Em seguida, revisaremos os principais fatores que podem (mas não devem) prejudicar a recuperação norte-americana: alta no preço do petróleo, inflação, habitação e o fim do QEII.
  3. Apesar disso, nós acreditamos que ainda haja uma série de razões – quatro, mais especificamente – para ficar otimista a respeito da recuperação. Em primeiro lugar, nossos colegas no Goldman Sachs Economics, Commodities, and Strategy Research (GS ECS) chamam a atenção para o fato de que a deterioração nos dados do mercado de trabalho e indicadores antecedentes de atividade em abril foram causados em grande parte por distorções em fatores de ajuste sazonal, sendo alguns resultantes da crise financeira. Mais especificamente, os meses mais fracos da recessão ocorreram durante o inverno, no final de 2008 e início de 2009, enquanto os pontos mais fortes da recuperação foram registrados na primavera de 2009 e 2010. Isto pode ter exagerado o ajuste sazonal realizado em abril de 2011. Vale a pena ressaltar que, aplicando fatores de ajuste sazonal utilizados antes da crise financeira, a deterioração observada teria sido muito menos pronunciada – embora alguma desaceleração em relação aos níveis de março ainda seria evidente.
  4. Em segundo lugar, o setor empresarial, particularmente, tem mostrado crescimento contínuo, mesmo com a expansão menor no primeiro trimestre de 2011 e a escalada dos preços. É importante mencionar que, mesmo após as quedas acentuadas citadas acima, os níveis atuais das principais pesquisas de clima de negócios ainda apontam para um crescimento médio acima de 3% nos próximos 1-2 trimestres. Nós esperamos que os investimentos corporativos, em especial, suportem o crescimento do PIB no futuro próximo, uma vez que o investimento líquido em relação ao PIB está nos mínimos históricos, e o crescimento dos lucros segue forte (veja nossa revisão de resultados mais abaixo).
  5. Em terceiro lugar, o crescimento da contratação no setor privado atingiu uma nova máxima pós-crise em abril, contrapondo-se aos sinais apontados pelas pesquisas de pedidos iniciais de auxílio-desemprego e do setor doméstico. É importante mencionar que o número de contratações privadas leva em conta o fato de que empresas de pequeno e médio portes, consideradas o motor do crescimento do número de vagas de trabalho, aceleraram a contratação no primeiro trimestre deste ano. Nós acreditamos que a melhoria contínua no emprego deva oferecer suporte aos gastos dos consumidores – permitindo que a retomada do consumo observada nos últimos dois trimestres possa continuar.
  6. Por fim, o pano de fundo para o crescimento global permanece resiliente. A zona do euro reportou, no primeiro trimestre de 2011, um crescimento robusto de 3,2% anualizado sobre o último trimestre de 2010, puxado por crescimento acelerado nas economias centrais. A Alemanha apresentou crescimento acima do potencial, de 6,1% ao ano, mas ainda mais estimulante foi a aceleração do crescimento na França, que subiu a 3,9% ao ano após expansão tímida no final de 2010. A situação entre as economias periféricas foi mais mista, porém. O crescimento na Grécia recuperou-se fortemente (alta de 3,4% ao ano), enquanto Portugal aprofundou-se mais na recessão, registrando contração de 2,8% ao ano.
Nossas Conclusões de Investimento: Apesar dos diversos entraves econômicos e políticos citados acima, nós seguimos acreditando que o crescimento econômico continuará positivo. Os lucros das empresas devem continuar a crescer, fornecendo um suporte crescente aos níveis de preços das ações. Vale ressaltar que, para as empresas do S&P 500, a alavancagem operacional ainda alta, a exposição ao crescimento global e a alavancagem no gasto corporativo fornecem algum suporte aos lucros, em nossa visão, mesmo se o PIB dos EUA continuar a desacelerar. Apesar disso, a volatilidade deve continuar alta no curto prazo, conforme o debate sobre o aumento do teto da dívida pública americana e a restruturação da dívida grega ganham as manchetes. Mesmo assim, nós continuamos confortáveis com nosso valor justo para o S&P 500 no final do ano (um intervalo entre 1.300 e 1.375 pontos). Mais importante, “valor justo” não significa “sobrevalorizado”, sugerindo que nossos clientes devam continuar a construir, ou manter, sua alocação estratégica a ações nos Estados Unidos, especialmente dado o potencial para surpresas positivas em nossas projeções para os lucros no ano e a probabilidade de 25% que atribuímos a um cenário em que o S&P 500 encerre o ano em 1.450 pontos.

Vamos acompanhar. Gostei da análise.

Nenhum comentário: