terça-feira, setembro 16, 2008

A quebra do Lehman Brothers e a comparação com 1929.

A quebra do Lehman Brothers- Clique e leia, precisa ser melhor entendida. O FED (Banco Central americano) já havia ajudado com recursos públicos dois grandes bancos, exauridos pela crise imobiliária americana, o Freddie Mac e a Fannie Mae - Clique e leia. Foram us$ 200 bilhões, isso mesmo 200 bilhões de dólares, injetados para dar liquidez e evitar a crise maior no sistema financeiro americano, o efeito cascata. Lembrem-se que o sistema é interligado e todos transacionam com todos praticamente.
O Lehman Brothers, banco de 158 anos, enfrentava dificuldades, os controladores tentaram vender por preço de banana, mas acredito que os problemas eram tantos que não conseguiram comprador. O FED optou pela não ajuda porque a situação deles deve ser irremediada. Não sei ainda se eles estão no Chapter eleven (Concordata americana), nem sei se aplica-se a liquidação de instituições financeira, ou quebraram, mas deve ser insustentável a situação.
O FED, discricionário e competente, tem feito seu papel de administrar esta crise originada na bolha imobiliária iniciada na verdade em 2006. Estamos no final da crise com a quebra destes bancos. A bolha estoura e alguns sentem seus efeitos, neste caso, o sistema financeiro americano que deverá levar alguns incautos banqueiros europeus e asiáticos, mas é só. Lembrem-se que na espiral do mercado comprador e no seu final as taxas e os "spreads" são tentadores e a ganho é proporcional ao risco. Quem nunca viveu momentos de oferta de papeis miraculosos, a taxas inacreditáveis, mas que na verdade são um "mico" fabuloso e estão na verdade saindo da mãos dos profissionais especuladores?
A crise tem uma dicotomia, está no mundo virtual do mercado financeiro, não na economia real. A liquidez gerada cria um monte de papeis que são repassados e repassados aumentando esta liquidez e gerando quando surge o ponto de inflexão, o famoso "mico", alguém fica com a bomba na mão. A crise que arrasta bancos, mas não todos, veja o caso do Bank of América que comprou a Merril Lynch, é causada pelo efeito ganância misturada com criatividade do segmento na criação de "papeis" e a liquidez que cria o mercado comprador até o estouro da bolha.
Alguns comparam esta crise a de 1929. Vejo opiniões diversas, mas o consenso é que não existe comparação. Podemos até dizer que é uma das mais graves crises financeiras, mas lembrem-se de 1987, de 1997, de 2001 e outras menores. Crise financeira sempre é grave, mas serve para livrar o mercado de especuladores imcompetentes que apostam tudo na liquidez do mercado, ganham rios de dinheiro e depois entregam tudo. Pena que sempre sobra para alguns pobres cidadãos, jogadores com certeza, mas que não podem assumir estes prejuízos.
Em 1929 não existiam as ferramentas atuais, a comunicação e a internet, a infomática e a experiência dos banqueiros, por exemplo, Ben Bernanke, atual presidente do FED, é especialista na crise de 1929.
Falar que vivemos momentos iguais aos de 29 me parece errado, mas vivemos um momento sério. Falar em crise mundial também me parece equivocado. Passamos por ajuste na economia virtual, a economia real está segura pela força dos emergentes e China e Índia que manterão o ciclo ainda por bom tempo.
Óbvio, haverá ajuste, correção de rumos, alguns pagaram esta conta, mas o mundo sobreviverá e aprenderá mais uma vez com a experiência vivida.

Nenhum comentário: