sexta-feira, março 31, 2023

O novo arcabouço fiscal , e ai?

 


Vamos lá, não se fala outra coisa. Tema complexo que precisa ser entendido, se não todo, pelo menos o básico e, principalmente, como isso pode afetar nossas vidas, afinal, a economia é que acaba regendo nossa vida.

Algumas considerações primeiramente, antes de colocar as obervações que vi.
  • Melhor ter alguma regra e visibilidade do que nenhuma. Estavamos assim.
  • Na teoria tudo funciona e os planos são sempre bem intencionados. Não quero antecipar crítica ou elogio, mas algumas idéias são bem interessantes se funcionarem na prática e no mundo real.
  • Orçamento é peça de ficção, diria Roberto Campos, mas as despesas não são, são reais e primárias, obrigatórias. As  discricionárias em muitas situações são definidas por governos e sempre visando o ataque ao dinheiro público, por isso é importante o controle de gastos e administração do "caixa". Planjemento é essencial, mas precisa ter racionalidade e não ser ficção ou narrativa política.
  • É básico. Não se pode gastrar mais do que se ganha, só com investimentos que dão retorno, mas sempre tudo planejado e com contingências.
  • O plano tem ideias boas, mas ainda sem explicação de muitos detalhes. Além disso será submetido ao Congresso e pode ser modificado, espero que para melhor.

O novo arcabouço fiscal apresentado tem muitas coisas boas (ideias), mas peca por detalhes ainda não esclarecidos.
 Aqui a apresentação em power point. Clique e leia.

Uma matéria da exame com muitos detalhes e explicações. Clique e leia

Algumas observações pelo que vi, li e soube até aqui. Claro que precisamos ainda esperar a aprovação no Congresso e o final da história.

O compromisso com o superávit primário é ótima ideia. Quero ver na prática. A ideia das bandas é muito interessante e pode trazer mais para a realidade. 
Como já disse, melhor ter alguma visibilidade do que nenhuma.
Pelo que entendi eles estão focando muito em aumento de receita , extra, com fiscalização e possívelmente tributação em algumas segmentos como o caso de aplicativos diversos. Isso é ruim. Somos o INGANA, impostos da Inglaterra e serviços de Gana. O país não suporta mais carga tributária, nenhuma.
Não se falou em corte de despesas. O tamanho do Estado brasileiro demandaria cortes. Brasil gasta muio e mal. Neste governo que se proclama de esquerda, se intitulam desenvolvimentistas (o estado é a locomotiva) isso jamais aconteceria. Cortar despesas seria essencial. Não cortar gastos e despesas é ruim, na minha opinião.
Devemos ter aumento de impostos? Muito provável, apesar de não anunciado e negado.
Eles apostam tudo em aumento de receita que só virá com crescimento econômico ou aumento de tributos. Não existe outra opção. Qual o caminho mais curto?
Com os gastos elevados do Estado (como é hoje) a chance de inflação e baixo crescimento é grande (infelizmente  projetado). Inflação demanda juros altos e baixo investimento virando o péssimo ciclo vicioso que já conhecemos. Abaixar os juros no grito, queima a credibilidade e piora o apetite de investimentos, fora o risco de virarmos uma Argentina e depois Venezuela, 
A chance disso acontecer é pequena, mas sem responsabilidade fiscal e com populismo, ai é caminho sem volta.

Precisamos agora ver os detalhes e a aprovação final pelo Congresso.
Não podemos dizer que está ruim, mas existem armadilhas e pontos nebulosos.
Melhor que o teto de gastos? Não dá para dizer ainda, o teto era um norte de administração financeira, este ainda é uma ideia. Espero que funcione.
Armadilha pior é aposta no aumento de arrecadação ( o pilar é a receita) e isso só vem com crescimento e/ou aumento de impostos. 
Aumentar impostos é mais fácil e já está no horizonte (caso dos aplicativos de compras e jogos).
Sou contra qualquer aumento de impostos.
É preciso cautela com a narrativa "fazer rico pagar mais". Isso nunca funcionou e não será aqui que vai funcionar. O mundo é pródigo de exemplos.
O Brasil tem bastante problemas já. Estado gigante, privilégios, insegurança jurídica e judiciário superlativo (juridicocracia na minha visão), fora o nível da classe política, só para citar alguns de nossos dilemas.
Precisamos torcer. Confiar, desconfiando.
A conferir o final deste filme.

domingo, março 19, 2023

Porque alguns países prosperam e outros não? A pergunta começa a ser respondida? Sim....muitas teses interessantes.

 




Teses não faltam....aliás destes 3 livros só não li o primeiro. A Jornada da Humanidade, e pretendo ler rápido.
Confesso, como leitor inveterado, Sapiens e Porque Fracassam as Nações estão entre os 5 melhores livros que li na minha vida, e olha que a lista é grande, em vários estilos.
O melhor? Para entender o tema desta postagem? Fico com o Porque Fracassam as nações e com o complemento do Sapiens fica claro o entendimento, o retrato do Brasil é pintado em cores e versos, triste e realista.
Para quem se interessar, segue aqui uma resenha noYoutube sobre o Porque Fracassam as nações...pode ser longo, mas quem gosta do tema deve gostar. Confesso que ainda não vi esta resenha, mas li o livro e eventualmente passo os olhos, vou assistir este resumo.

Recomendo para quem tem tempo e gosta da pauta.



Mas vamos lá....agora a postagem é sobre este último livro, lançado agora, ansioso para ler.

Tomei conhecimento por um artigo na BBC News.

O economista israelense Oded Galor se propôs uma missão que pode muito bem ser classificada de ambiciosa: explicar como o homo sapiens foi capaz de gerar tamanha riqueza e desenvolvimento tecnológico ao longo da história e responder por que essa riqueza foi distribuída de forma tão desigual no mundo.

A Teoria Unificada do Crescimento, de forma bastante resumida, pode ser descrita da seguinte forma:Pule Matérias recomendadas e continue lendo

  • O cérebro do homo sapiens deu vantagem sobre outras espécies e proporcionou a introdução de inovações
  • Inovações possibilitam mais recursos para um grupo humano. Com mais recursos, mais crianças nascem, mais crianças conseguem sobreviver, e a população aumenta
  • Consequentemente, com uma população maior, em determinado momento os recursos para sustentá-la se tornam insuficientes e há um retorno às condições anteriores de pobreza. Esse ciclo se repete por centenas de milhares de anos
  • Mas a revolução industrial no século 19 criou a necessidade de desenvolvimento educacional. Assim, as famílias optam por menos filhos para investir em formação escolar, e as taxas de fertilidade caem
  • Para Galor, o progresso tecnológico desde então se converteu em mais prosperidade e não em uma população maior
  • No entanto, as desigualdades de riqueza entre nações persistem por fatores como geografia, instituições locais, cultura, diversidade genética e impactos da revolução agrícola.

Sim, todas as teorias têm pontos em comum.
A desiguladade é eterna e permamente, não há como impedir, a consciência e o entendimento das origens e mazelas que geram as desiguladades são formas de entender e mitigar o problema, que é sério, mas milenar.
Não, nunca consertaremos isso, mas podemos administrar, principalmente por mentes lúcidas e racionais que não querem a "panaceia". Ela não existe e o mundo vive em permanente transformação.
A economia não é fator de soma zero, isso é fato, comprovado.
Quem quiser ler sobre o tema.

A falácia do discurso que a pobreza de muitos é criada pela riqueza de alguns.



O mundo vai gerando prosperidade, sempre, e vai continuar, com as injustiças e desparidades que sempre existiram.

Vou ler o livro e recomendo os outros dois. 
No meu entendimento todas as teorias convergem e são complementares, vários fatores determinam o futuro de um povo e um país, as vezes fators exógenos, anacrônicos, destroem o futuro de um país, mas o mundo é assim.
Para mim, o homen sempre será o respondável e a eleite política de uma nação é determinante para o futuro e a justiça social.
Sim, com leis fortes, educação, formação cultural, bons costumes, valores, família, religião, etc....
Quando a elite é boa e responsável,as instituições funcionam A conclusão é esta.
Melhor não falar nada do Brasil atual, mas quem ler os livros vão entender o que quero dizer.
Infelizmente.

segunda-feira, março 13, 2023

Os presidentes do Brasil desde a Proclamação da República

 

Histórias Não (Ou Mal) Contadas - Revoltas, Golpes e Revoluções No Brasil - Rodrigo Trespach

Ainda sobre este livro, muito bom por sinal, os presidentes do Brasil...
Coloco meu artigo sobre dos anos 30 para cá, quais foram eleitos pleo destino, digamos assim.

OS PRESIDENTES DO BRASIL DESDE 1930

Publicado em 27 de junho de 2017 por Murilo Prado Badaró  Clique e leia


Na página 285 deste livro até 288 um resumo dos presidentes.

                                         REPÚBLICA TUPINIQUIM 
Entender a história política do Brasil, da República em especial, é um exercício de paciência. Passados 128 anos desde que o marechal Deodoro destronou D. Pedro II, 14  presidentes brasileiros (nomeados e eleitos direta ou indiretamente) não concluíram seus mandatos: dois faleceram antes mesmo de assumir (Rodrigues Alves, em sua segunda gestão, e Tancredo Neves) e dois morreram na vigência do governo (Afonso Pena e Costa e Silva); dois foram afastados antes de tomar posse (Júlio Prestes e Pedro Aleixo); um cometeu suicídio durante o mandato (Getúlio Vargas) e três renunciaram (Deodoro da Fonseca, Jânio Quadros e Fernando Collor); cinco foram afastados ou derrubados do poder (Washington Luís, Getúlio Vargas, Café Filho, João Goulart e Dilma Rousseff). 
Sem considerar os interinos (deputados, senadores ou vice-presidentes), 15 presidentes eleitos (direta ou indiretamente) concluíram seus mandados (incluindo o não eleito Castelo Branco, que assumiu após o golpe de 1964).
Dois eram militares eleitos democraticamente (Hermes da Fonseca e Dutra) e três oficiais eleitos indiretamente durante a ditadura militar (Médici, Geisel e Figueiredo).
Exerceram integralmente a presidência da República Prudente de Morais (1894-1898), Campos Sales (1898- 1902), Rodrigues Alves (1902-1906), Hermes da Fonseca (1910-1914), Wenceslau Brás (1914-1918), Epitácio Pessoa (1919-1922), Artur Bernardes (1922-1926), Eurico Gaspar
Dutra (1946-1951), Juscelino Kubitschek (1956-1961), Humberto Castelo Branco (1964-1967), Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979), João Figueiredo (1979-1985), Fernando Henrique Cardoso (1995- 2003) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). 
Desconsiderando a própria ação militar que derrubou a monarquia e todas as revoltas, pressões, articulações e maquinações em que as Forças Armadas estiveram envolvidas, os militares intervieram diretamente em cinco oportunidades ao longo do período republicano. Duas vezes
agiram em favor da democracia (derrubaram uma ditadura em 1945 e garantiram a sucessão presidencial em 1955) e três vezes atuaram contra ela (em 1930, 1937 e 1964). Dos presidentes militares pós-golpe de 1964, só Costa e Silva não terminou seu mandato (1967-1969). Seu vice eleito, o civil Pedro Aleixo, foi impedido de assumir o poder por uma
junta de militares.