domingo, novembro 15, 2015

Sangue de inocentes na rivalidade muçulmana, o sangue em Paris- Considerações


Muito dizem que o problema é Israel, ou mesmo a disputa Sunitas e xiitas. A disputa pelo direito de sucessão legítima do Profeta, duas correntes tornaram-se majoritárias: os xiitas e os sunitas. Tal disputa teve seu início em 632 d.C. e permanece até hoje quando lideres selvagens como Sadam Hussein persegue e massacra os xiitas por ser sunita e vice versa.
Além disso, a região inóspita e problemática tem centenas de tribos que vivem quase na idade média, com radicalismo religioso e cultural. O símbolo mais claro desta condição é a tal de burca, largamente usada no oriente médio.
Maomé e o islamismo têm várias interpretações, a maioria delas equivocadas quando prega a morte e o sangue como meio de louvor. Acho que aqui começa o problema, vamos fazer considerações:
  1. Na região pobre, miserável, com ditadores sanguinários ou reis bilionários exploradores do petróleo existe um grande gap social e econômico. Não a custa do imperialismo ou do capitalismo, mas da falta de bom senso das lideranças.
  2. O ambiente miserável, onde não existe geração de emprego e renda, a guerra pode ser a solução para a sobrevivência de muitos. Alia-se a isso o medo dos rivais e os grupos rebeldes se formam, para a defesa, mas que na maioria das vezes vira ataque.
  3. A ebulição do oriente médio com diversas guerras, começou de verdade a fortalecer estes grupos terroristas após o desmantelamento do Iraque. Após a invasão ao Kwait e a interferência americana o problema mais grave havia sido a guerra entre Irã e Iraque.
  4. Com o Iraque desmantelado, surge a Al-Qaeda de Osama Bin Laden, milionário saudita que usa o cavalo de batalha do radicalismo islâmico e organiza o terro, com dinheiro e treinamento. O ápice foi o atentado as torres gêmeas em New York com 4 mil mortes de inocentes e civis.
  5. A guerra começou ali, mas não uma guerra convencional como já havia ocorrido antes. Uma guerra covarde com morte de civis e inocentes.
  6. A evolução de mídias sociais, da internet acaba for facilitar a divulgação destes grupos e a arregimentação de pessoas no mundo todo. 
  7. Ainda esta evolução tecnológica é o motor da Primavera Árabe que derruba regimes e aumenta a revolta, misturando aspectos econômicos, políticos, religiosos e sociais. A bagunça ganha força e combustível.
  8. Conflitos isolados, mas graves, no Afeganistão, Iraque e há 2 anos Síria só fizeram agregar mais "soldados" e fortalecer estes grupos rebeldes. Restritos geograficamente os grupos começam a ter acesso a territórios e fontes de renda como poços de petróleo e cobrança de tributos, muito mais achaques com certeza. Eles se fortalecem mais. 
  9. A instabilidade na região promove o Talibã,  Al-Qaeda e outros tantos, curdos, tribos xiitas e sunitas e finalmente o ISIS, o temido e sanguinário Estado Islâmico.
  10. A tendência é que estes grupos, mesmo com rivalidades extremas , se unam, principalmente se o inimigo for EUA e Israel.
  11. Atentados menores estão sendo feito, mas intensificados recentemente, e agora tem este sanguinário massacre em Paris. Covarde e injustificável matou 129 civis inocentes e feriu outros 350. Um novo "11 de Setembro" em uma sexta feira 13.
  12. O mundo se uniu contra os radicais. Agora o fortalecimento do regime sírio pode ser uma forma de combater ainda mais o ISIS que se responsabilizou pelos ataques.
  13. Eles serão duramente atacados e a França juntamente com os aliados não deixará de graça. Mais mortes de inocentes a vista e perigo nas cidades européia e ocidentais.
  14. O Brasil, pelo menos por enquanto, está livre desta praga, mas não podemos relevar o problema, existem células destes radicais em Foz do Iguassu e na Argentina e Paraguay.
Na minha visão a origem deste problema é a falta de perspectivas. Não há atividade econômica, geração de emprego e renda. A guerra é meio de vida.
Lideranças se aproveitam do caos geográfico e econômico e dos contrabandistas de armas e se fortalecem, arregimentam jovens rebeldes sem causa e vivem nababescamente explorando estes incautos. Corrupção, contrabando, mercado negro de armas, drogas e exploração dos civis são os pilares destes lideres que usam a religião como mote, mas no fundo é meio de vida para eles.
Na África a situação é parecida há muito tempo e ainda sofre com este radicalismo muçulmano. Os conflitos internos e guerras civis, verdadeiros genocídios em muitos casos é muito semelhante a situação no oriente médio. Quem teve oportunidade de assistir um filme do Netflix chamado "Beast of Nation" pode ter uma noção de como se dá estes conflitos e porque a população inocente destas áreas em conflito não tem opção. Ou lutam com os rebeldes ou morrem, aliás para comer e sobreviver estas pessoas precisam aderir aos grupos. 

Quem quiser ver o trailer. Eu recomendo e pode ser feita uma analogia ao estado atual no oriente médio.

E as soluções?
  1. Reorganização geográfica e intervenção da ONU. Na África muitos conflitos foram resolvidos assim.
  2. Fortalecimento de governos e investimentos para reativar a economia e tentar criar emprego e renda. Sei que não é fácil em ambiente de corrupção e falta de credibilidade, mas poderia ser tentado dentro de cada vocação regional.
  3. Aniquilar o ISIS, via suas atividades econômicas e seus abastecimentos de armas e logística e militarmente. Usar a inteligência para caçar e matar os líderes.
Onde há pobreza existe a opressão e corrupção. As lideranças populistas e oportunistas se aproveitam. Inocentes são usados para que estes líderes justifiquem seu papel, sempre com o mote religioso ou ideológico, mas no fundo sabemos o que eles querem de verdade.
A liberdade e a democracia nem sempre será a melhor condição para este estágio onde se encontram estas tribos e grupos, mas a opção pela criação de empregos e renda deveria ser uma opção do primeiro mundo e dos países desenvolvidos que estão cada vez mais envolvidos no problema e vítimas via atentados. 
A xenofobia, os interesses antagônicos dos grandes países ocidentais e a falta de convergência para encontrar uma solução agravam o problema, mas urge a busca de uma solução e precisa ser conjunta entre os países do G-8 mundial. Passou da hora.

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