segunda-feira, março 31, 2014

o Golpe de 1964 salvou o Brasil de um outro golpe, da esquerda mundial.

Este é o trecho mais radical do G-11 de Brizola. Estilo Che Guevara.

Algumas informações que as pessoas precisam de conhecer.

1964, foi golpe ou contragolpe?
Uma pergunta somente para iniciar este artigo: Porque Francisco Julião e Gregório Bezerra do Partido Comunista Brasileiro criaram as Ligas Camponesas, armando e treinando seus militantes em táticas de guerrilha e ataque, e ainda, porque Brizola organizou o famoso G-11, células revolucionárias inspiradas na revolução russa de 1917, que arregimentou  quase 50 mil pessoas em 5 mil destas células, nos principais estados brasileiros, com um estatuto extremamente radical e belicoso?
Com certeza não queriam estes ilustres políticos esquerdistas confessos ficar só por ai, organizando milícias e pregando a sua ideologia. Tinham outros interesses.
Não tenho procuração para defender a revolução, não se pode julgar somente acertos de um regime e relevar os erros, mas a história precisa ser justa com as virtudes de cada governo, mesmo que no sentido amplo possamos criticar.
Vamos aos fatos, já devidamente documentados e comprovados pela história.
Estávamos no auge da guerra fria nos anos 60. A União Soviética e os EUA se engalfinhavam na disputa por aliados e territórios disseminando suas ideologias. De um lado o liberalismo americano e do outro o socialismo marxista soviético. Na ocasião não sabíamos quais eram as reais virtudes e os vícios de cada um oponente, mas depois da queda do muro de Berlim em 1989, a verdade veio à tona.
Os regimes comunistas via China e União Soviética com a colaboração de Cuba investiam na expansão de seus domínios e arregimentação de lideranças para atingir seus objetivos. Havia dinheiro, metodologias e lideranças externas conduzindo estas ações no Brasil e usaram estes célebres personagens que cito no início do artigo.
Os chamados folhetos cubanos foram disseminados no governo Jango pelo Movimento de Educação Popular (MEP), os folhetos serviram de inspiração às Ligas Camponesas, de Francisco Julião, e aos Grupos dos Onze (G-11), de Leonel Brizola.
O G-11 seria o embrião do EPL- Exército Popular de Libertação e podia-se  ler nas "Instruções secretas" do EPL e seus G-11, no item 8, "A guarda e o julgamento de prisioneiros": "Esta é uma informação para uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição". Afinal, reforço minha pergunta: Para que Brizola organizava este movimento? Isso não se faz sem recursos, quem o financiava?
Francisco Julião foi o principal líder das Ligas  Camponesas que colocavam fogo em canaviais e depredavam fazendas nos anos 60. No dia 27 Nov 1962, na queda de um Boeing 707 da Varig,  em Lima, Peru,  o Presidente do Banco Central de Cuba estava entre os passageiros. Foram encontrados relatórios de Carlos Franklin Paixão de Araújo, o então responsável pela compra de armas para as Ligas Camponesas.  Estes relatórios descreviam atrasos e malversação dos recursos cubanos investidos nas Ligas. Mais uma vez reforço a questão: Porque eles estariam armando e treinando camponeses e colocando dinheiro aqui?
O exército atento a estes movimentos estava preparado desde a deposição de Vargas em 1945 e o levante de 1955 contra JK, na verdade este levante foi contra o vice-presidente eleito João Goulart e não contra JK.
Jango tinha tendências claras esquerdistas, sofria de grande influência do cunhado Brizola e não seria grande empecilho se viesse mesmo o levante vermelho.
Era claro que o golpe seria questão de tempo.
Segundo a documentação apreendida nas células brizolistas, o golpe seria deflagrado no dia primeiro de maio de 1964, dia do trabalho com forte simbologia nacional e esquerdista.
Tenho para mim que o comício do dia 13 de março de 1964, preparado pelo governo e os sindicatos era para tentar consolidar, ou mesmo demonstrar que existia apoio popular para estas mudanças, mas não era bem assim.
O General Mourão Filho, chamado de apressado por Carlos Lacerda, partiu de Juiz de Fora em 31/03/1964 e deflagrou o golpe de 1964. O general Mourão Filho era um dos primeiros conspiradores. Nas suas memórias, ele cita fatos e sua preocupação com a influência comunista desde 1961 quando serviu no Sul sob o governo de Leonel Brizola. Mourão Filho tinha convicção que o movimento esquerdista existia há muito tempo e era só uma questão de momento para ser disparado.
Não há como negar que o IPES – Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais era financiado pelos EUA e por empresários. Com intenção clara de frear os avanços esquerdistas, era o contra ponto as ações dos Soviéticos na América do Sul e Brasil.
Existiam ações e recursos, dos dois lados. A questão seria quem deflagraria o golpe e quem seria o vencedor.
Não adianta agora demonizar a revolução de 1964. Ele teve seus vícios, mas teve suas virtudes. Talvez a maior delas seja ter impedido o Brasil de cair no golpe da esquerda. Cometeu erros, endureceu e desvirtuou nossa frágil democracia, mas na sua essência não eram estes os objetivos. Muito claro como a luz do sol o antagonismo do grupo de Castelo Branco e dos políticos que apoiavam o golpe, entre eles o próprio JK que votou em Castelo na eleição de 1965 e os chamados militares linha dura, liderados por Costa e Silva.
A linha dura tomou conta e desvirtuou os ideais de 1964, inquestionável e deplorável.
Nunca saberemos como seria se o lado vermelho lograsse seu êxito, mas podemos imaginar. Se muitos críticos acusam os militares que ficaram 21 anos no poder e muito fizeram pelo Brasil de ter entregado o Brasil aos EUA, e que teríamos sido expropriados pelo imperialismo ianque, perguntaria a eles: E se o outro lado ganhasse a guerra, por quem seriamos expropriados?
Não se apaga a história. Erros e acertos todo regime têm, mas é complexa a questão de comparar épocas e governos, com fatores exógenos distintos na política global, crises econômicas e fatores diversos que destoam de época para época.

Com todos os erros e vícios que teve o regime militar, loas a eles, só por terem nos salvado do desastre socialista já teria valido a pena.

quinta-feira, março 20, 2014

As crises mundiais do século XX e XXI e o Brasil



A maior crise mundial até hoje foi a de 1929. Ele foi precedida do governo "socialista" de Woodrow Wilson, talvez o pior presidente que os EUA já teve. Democrata governou duas vezes os EUA, e aproveitou a primeira guerra para implantar medidas centralizadoras., Muitos atribuem a crise de 1929, dentre outras razões, ao legado "socialista' de Wilson.

Sou fã de Alan Greenspan, poderoso ex-chefe do FED, o Banco Central americano, conhece tudo de economia. Quem quiser ver mais sobre Greenspan clique e leia.

Seu primeiro livro A era da Turbulência é ótimo e mostra os períodos críticos que enfrentou no FED, sua história e sua experiência, muito bacana. Devorei o livro.
Agora dei uma pausa na minha pesquisa (na verdade vou no paralelo) sobre 1964 e leio o Mapa e o Território do mesmo Alan Greenspan.
O livro é muito técnico, cheio de gráficos e estatística, mas quem gosta de economia vai devorar.
Ele decifra a crise mundial de 2008 e diz com todas as letras que poderia ter sido pior do que a 1929. Para mim a experiência de Ben Bernanke (presidente do FED na época) foi decisiva para arrefecer os impactos desta crise. Ben Bernanke é um profundo estudioso da crise de 1929 e muitos acham que ela poderia ter sido evitada. A intervenção e ação coordenada dos governos da UE e dos EUA mais Reino Unido foram determinantes.  A intervenção e o dinheiro público envolvido foram criticados, mas não teríamos outra opção. Na era do conhecimento e na sociedade da informação os efeitos mais graves desta crise seriam nefastos ao mundo. Não custa lembrar que Hitler, Mussolini e o outras ditaduras vieram pós crise de 1929.
Na crise de 2008, foram trilhões de dólares que viraram pó. Depois do histórico 09/10/2013 quando as ações atingiram o maior pico da história o mundo veio abaixo. 
Tudo começa, segundo Greenspan, pelo aumento da poupança entre 2004 e a consequente queda dos juros. Muita oferta de dinheiro, liquidez extrema somada a prosperidade mundial dos anos 2000, pós estouro das empresas ponto com. O mundo  se recuperou rapidamente deste estouro de bolha, assim como na crise da bolsa de 1987. Ninguém poderia imaginar a dimensão do estouro desta bolha de 2008 que começou com a Lehman Brothers (empresa ajudada pelo governo para atingir metas de moradia) , olha o perigo, a Lehman Brothers ficou insolvente e denotou a bomba.
Claro que a crise teve a reverberação pelos tal subprimes hipotecários. Papeis que foram passando de mão em mão, inclusive infectando o mercado europeu, numa espiral  que acabou e gerou bilhões de prejuízos em balanços de empresas acendendo o sinal amarelo e depois o vermelho da crise;
Para se ter uma idéia das perdas: em 15/09/2008 as ações perderam 16 trilhões de US$. depois foram a 35 bilhões, mais 7 trilhões da perda imobiliária (queda do valor de ativos) só nos EUA, estima-se que foram perdidos 50 trilhões de dólares quando considerados os efeitos na economia real também, ou seja o PIB mundial de 2008 perdeu impressionantes 4/5 do seu valor. É mole?
Explicando a crise (que ele e mais alguns previram) Greenspan lança uma tese interessante neste livro. O que ele chama de "espírito animal". O Efeito Manada , como é conhecido o movimento, reforça sua tese e explica em parte a rapidez e o volume das perdas em 2008.
Ele acha que a teoria econômica e todas as ferramentas de projeção e previsão, gráficos e modelos econométricos que mostra correlação e casualidade de variáveis não inclui o tal "espirito animal" presente no ser humano e nas suas ações no mercado. Faz todo sentido e a repercussão disto na ambiente globalizado e na sociedade da informação tem seus efeitos potencializados.
Estou ainda lendo o livro, mas já que falamos de crises, seria bom um sumário de algumas crises mundiais pós 1990.

Um resumo encontrado aqui ilustra bem, clique e leia. Crises financeiras de 1991  2011.

período de 1991-2011 presenciou as seguintes crises financeiras:

1992-1993: Black Wednesday

Ataques especulativos às moedas do Mecanismo de taxas de câmbio europeu. Esta crise iniciou-se a 16 de setembro de 1992 com a decisão do governo conservador britânico de retirar a libra esterlina do sistema anteriormente mencionado, por não conseguir manter a moeda britânica nos limites exigidos. Isto causou um ataque de especulação quanto ao real valor das moedas do continente (naquela época, o Euro ainda não existia, e os países europeus todos possuíam ainda suas moedas nacionais), totalizando perdas de cerca de 3.4 bilhões de libras.

1994-1995: Crise econômica do México de 1994

Também conhecida em espanhol como "el horror de diciembre", foi ataque especulativo agravado pela inadimplência do México - esta crise se inicia com a inesperada desvalorização do peso mexicano, em dezembro de 1994. Seu efeito reverberou por toda a economia do cone-sul atingindo o Brasil especialmente, naquilo que ficou conhecido pela imprensa mundial como o "Efeito tequila". Teve que ser contornada a partir de um pacote de assistência ao México, que também acalmaria os investidores internacionais, restaurando a confiança no potencial de investimentos no país.

1997-1998: Crise financeira asiática

Desvalorizações e crise bancária em vários países da Ásia. Com esta crise financeira, muito da fama dos "Tigres Asiáticos", de possuírem economias progressistas e sólidas desmoronou. Iniciada na Tailândia, com o colapso da moeda local, o baht, ela se alastrou para mais cinco países, praticamente todos os denominados tigres. Na Indonésia, a crise soou mais forte, chegando a causar distúrbios de rua, a queda do ditador Suharto, e em última análise contribuiu até para a independência de Timor, então ocupada militarmente por aquele país.

1998: Crise financeira russa

desvalorização do rublo e inadimplência da Rússia - Cenário bastante parecido com o do México, onde, uma vez demonstrada a fraqueza da economia de um país, logo se inicia a especulação generalizada. O Brasil em especial sofreu com a crise russa, sendo o episódio onde reconhecidamente as conquistas obtidas com o Plano Real de 1994 quase foram destruídas pela especulação em massa que varreu as economias mundiais naquele momento.

2000: Bolha "ponto com"

A bolha da internet, que alcançou seu auge em março de 2000, foi causada pela rápida valorização das ações de empresas ligadas à internet. Com o tempo, muitos investidores perceberam que o retorno não viria e começaram a vender suas ações, em um efeito manada que derrubou a bolsa de valores Nasdaq.

2000-2001: Crise turca

A Turquia sofre com a rápida corrosão de sua moeda, levando a forte especulação e aumento de preços.

2001-2002: Crise econômica da Argentina

Quebra do sistema bancário, dando origem a uma carestia de proporções imensas, que evolui para o caos nas ruas das principais cidades. O presidente na época, Fernando De La Rua, é forçado a renunciar, e o país entra em virtual falência, da qual só recentemente se recupera, após abandonar tardiamente o receituário de economia neo-liberal.

2008: Crise financeira de 2008-2009

Agora, o alvo de quebras e especulações é a economia mais forte do mundo, a norte-americana. Iniciada no setor imobiliário, ela acaba por se estender a todos os setores da economia. Obviamente, como o país mais importante dentro do atual sistema capitalista, não demora a estender seus problemas a todos os outros países, desenvolvidos ou não. É desse modo que vamos encontrar, atualmente, um certo desdobramento desta crise nas economias consideradas mais fracas da Europa, como Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália. Nestes países, há grandes dívidas externas, extrema desvalorização da moeda, desemprego em níveis bastante altos e descompasso dos parceiros europeus sobre como resolver os problemas dos mais fracos.
Bibliografia:
Financial crisis (em inglês) . Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_crisis . Acesso em: 25 ago. 2011

COMENTO:
  1. O Brasil vivia sua tentativa de estabilização da moeda o Real em 1994. 
  2. Fomos atingidos por duas destas de forma muito intensa, a de 1994 e a de 1998. As outras tiveram pouco efeito aqui, mas não no mundo e na economia global.
  3. Dá para imaginar que estas turbulências comprometeram a prosperidade mundial.
  4. Vamos fazer um paralelo entre os anos 90 e os anos 2000. Nos anos 90 tivemos tivemos pelo menos 7 em 10 anos de problemas globais. Nos anos 2000 só 2 anos e uma grande prosperidade mundial com toda a liquidez que desaguou na crise de 2008.
  5. Não gosto de comparar épocas diferentes e governos, é desonestidade intelectual e precisamos no mínimo traçar referências. Mas vamos falar sério. Por mais que Lula se ache o salvador da patria, ele pegou o país arrumado e céu de brigadeiro na economia global. Fez pouco e deixou de fazer quando nos comparamos com nossos pares dos Brics ou mesmo países como México, Chile, Colômbia e Peru.
  6. Este gráfico da Rússia ilustra o que quero dizer acima:


Esta aqui a real da prosperidade.

Evidente que tomamos caminhos errados no governo do PT que começou bem e até recebeu diversos elogios da minha parte. O caminho populista, intervencionismos, erros na politica externa, aumento de salário sem produtividade correspondente, gastos públicos em excesso, maquiagem de contas e vários outros erros nos levam a uma situação problemática agora. Não sou eu quem digo, nosso benchmarking com nossos pares mostram isso.

Em economia, quando se toma um caminho é em detrimento de outro. A conta chegou.

Faltou planejamento de longo prazo e onde tentaram fazer, houve erro e falhou. Vide setor elétrico e energético em geral. Metas de investimento não foram cumpridas, promessas de campanha não foram realizadas, enfim, se preocuparam demais em fazer política e esqueceram o Brasil.

Colocaram agora o Paul Krugman para falar que estamos bem, mas ele é conhecido esquerdista americano e errou feio nas projeções e comentários relacionados a Argentina, Quem quiser ver mais leia aqui a crítica aos seus prognósticos sobre a economia argentina.

Clique e leia na Forbes:  Paul Krugman's Very Strange Ideas About Argentina's Economy - Autor: Tim Worstall

quinta-feira, março 06, 2014

Existe ainda a ameaça de racionamento para 2014?




Não posso nem lembar de 2001, me dá arrepio, o racionamento foi um desastre na minha vida profissional e pessoal e de mais de 300 colaboradores que tínhamos na empresa. Hoje está tudo bem, mas as cicatrizes ficaram. Vivi isso na pele, mas para o Brasil ainda foi pior, o prejuízo foi imensurável, a energia mais cara é a que não existe. Isso trava a economia e afunda ainda mais a nossa combalida produtividade que falta há tempo no Brasil.

Entre julho de 2001 a setembro de 2002 tivemos uma das piores crises do setor elétrico no Brasil, mas muito bem administrada, deve ser considerado. Quem quiser ver mais olhe aqui.

O setor elétrico é dividido entre período seco e úmido. Seco de novembro a maio e úmido de dezembro a abril.
Normalmente os reservatórios devem ser recompostos no período úmido para aguentar o seco.

Sem entrar muito em detalhes técnicos, vamos colocar as principais características do problema de 2001.
  1. Faltou planejamento no setor
  2. Os reservatórios no sul tinham água, mas não tinha linhas de transmissão, apesar das fontes do sul  não conseguirem suportar a carga do sudeste, poderia ter amenizado a crise.
  3. Não havia as termoelétricas  
  4. Faltou água e foi preciso racionar o fornecimento.
Agora, em 2014, temos uma situação diferente:
  1. Houve planejamento, mas deu errado. A modicidade tarifária a qualquer custo, criou um preço artificial. Não se brinca com preços e a conta chega para ser paga. Veja planejamento da EPE
  2. Há linhas de transmissão servindo bem ao Brasil, mas muitas não entraram em operação por questões de atrasos, problemas ambientais, etc. Fará falta.
  3. A expansão da geração existiu, mas ainda insuficiente porque as usinas atuais trabalham a "fio d'água" e são mais suscetíveis as questões hidrológicas e meteorológicas.  As eólicas que seriam a promessa, têm problemas diversos de projetos, não sustenta a carga e não é energia de base, mas sim complementar. A aposta foi superdimensionada pelas autoridades do setor.
  4. A base de térmicas existentes é de 21 mil MW, já estão rodando quase 18 mil MW e o CMO já está nas alturas, parece que R$ 1.600,00 por MWH, por isso a conta será salgada. Paga o tesouro ou o consumidor. Não existe almoço grátis.
  5. A base de térmicas não consegue segurar a carga porque não pode rodar 24/7, ou seja ainda dependemos dos reservatórios.
  6. A carga aumentou muito. Principalmente o consumo residencial. É verdade que a economia cresce menos do que o desejado, mas isso alivia o setor elétrico. Não poderíamos inferir que a falta de energia trava o crescimento econômico do país porque os problemas são vários, inclusive a energia.
  7. A carga residencial é pequena comparada com a industrial, mas no chamado horário de ponta é problema sério, principalmente quando falta combustível (água).
  8. Hoje temos duas pontas no sistema 19 horas e 14 horas, antes era só as 19 horas.
  9. Nunca houve redução de reservatórios em janeiro, este ano aconteceu. Veja matéria.
  10. Temos 118 mil MW de capacidade instalada, mas nesta conta é preciso considerar o fator de capacidade, ou seja não temos esta disponibilidade 100%. Nosso pico de demanda já bateu 85 mil MW por conta do calor. Isso foi causa de muitos destes "apagões" que tivemos, podem apostar.
  11. A situação dos reservatórios é crítica e pior do que em 2001, mas a situação hoje tem premissas diferentes, mas não menos preocupantes. As previsões de chuva para março não atendem o setor elétrico. Infelizmente. Clique e veja matéria.
  12. Pelo jeito, são as águas de março e a enchente das goiabas fechando o verão e aumentando nossa preocupação.
Tomara que eu esteja errado, mas fico ainda mais preocupado com uma coisa: Eles empurrarem com a barriga o problema e a bomba estourar. O segredo da administração de uma crise, é se antecipar a ela. Até agora, pelo menos oficialmente não vimos nada. Sei de movimentos entre os atores e o governo, racionamento branco talvez, medidas e propaganda de economia, mas sei também que a presidente dá murro na mesa quando se fala nisso. Vamos esperar e rezar. Vamos também confiar nas pessoas responsáveis do Brasil.

sábado, março 01, 2014

A penalização das gerações


Escrito em 2006, mas bem atual e pior, sem os dados do Governo Dilma que estão abaixo dos países emergentes e da média mundial. Só perderia para Collor.
Estamos indo ladeira abaixo. Triste.

Segunda-feira, 17 de Julho de 2006
A penalização de várias gerações A diferença entre o remédio e o veneno é o tamanho da dose ministrada! Axioma popular.
Vamos fazer um protesto bem pragmático. Alguns números serão colocados até por serem bem interessantes e demonstrarem as assertivas e ilações desse texto.
Defendo há muito a tese que minha geração e as que me sucederam foram perdidas no contexto econômico e das oportunidades. Isto acaba desaguando em outras tragédias sociais como desemprego, aumento da violência, etc. Quem viveu o “milagre econômico” de 70 sabe do que se trata.
A análise baseia-se em dados do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que nada mais é que a soma de todas as riquezas do país.Se estivermos produzindo e gerando riqueza é fácil enxergar os atores e seus papeis. Quando o país cresce, as dificuldades da população quase sempre desaparecem ou são reduzidas. Claro que governar não é só fazer crescer um país, pois existem fatores exógenos, crises mundiais, fragilidade do estado, inflação e outras variáveis que determinam a qualidade e competência de um governante e sua equipe.
Existe estudo do Professor Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, muito interessante. Ele mede um índice denominado IDP (Índice de Desempenho Presidencial) e leva em consideração parâmetros para avaliação e julgamento dentro do critério estabelecido.Sem entrar em questões muito acadêmicas e técnicas, busquei somente o PIB, assumindo a premissa que ele por si só é alicerce para grandes benefícios a população, principalmente tratando-se de oportunidade, perspectivas de futuro, emprego e renda. Levantei o PIB médio dos governos passados de 1930 para cá. Por que? Pessoas nascidas antes de 1930 estão em sua maioria aposentadas ou fora do mercado. Queria demonstrar que pessoas nascidas na geração conhecida como “Baby Boom” (década de 50 e 60) foram penalizadas com crises econômicas e no caso do Brasil por desmandos e incompetência de governos.Quem nasceu em 70 e 80 ainda não enxergou o que é prosperidade apesar de sua plenitude para o trabalho. È clara como a luz do sol a questão que demonstra que de 1980 até 2005 tivemos pífios indicadores do PIB, excetuando 3 anos do governo Itamar em 92, 93 e 94.O que por si só não representa nada como geração de emprego e renda. Olha o quadro abaixo que fica clara a afirmação supra.
* - Aqui começa o calvário das gerações nascidas em 50, 60, 70 e 80. Pois quem nasceu em 80 e hoje se encontra com 25 anos não viu o país crescer, perdendo suas oportunidades em plena capacidade de trabalho.
** - Aqui tivemos três anos de prosperidade com a estabilização da moeda e o Plano Real. É muito pouco para um país continental como o nosso com índices demográficos e vegetativos altos. O Brasil precisaria crescer no mínimo 3,5% ao ano para atender suas demandas de justiça social, geração de emprego e renda atendendo a população entrante.
*** - A Projeção para o Governo Lula é nebulosa. Com índices projetados para o ano que vem, o máximo que atingiria seria um crescimento médio de 2,5%. Isso se o Brasil crescer 3,5 % ano que vem. Se acontecer problemas como os verificados agora, podemos ter a média ainda mais baixa.
Os números falam por si só. Quem viveu momentos de prosperidade no Brasil sabe do que estamos falando e das potencialidades perdidas desde 1980 até os dias atuais.A recente queda do PIB em contrafluxo da economia mundial e a potencialidade perdida são estarrecedores. Exemplos fulgentes como China e Korea do Sul e recuperação de vários paises sul-americanos que poderiam ser comparados a nós no contexto analisado são a prova que andamos na contramão.
Podemos afirmar que pelo PIB médio, os piores presidentes do Brasil de 1930 para cá foram: Collor, Figueiredo, FHC, Lula (tudo projeta assim) e Sarney. Nota-se que tudo isso aconteceu de 1980 para cá. Por estudos do Professor Reinaldo Gonçalves, de 1900 até 2005, poucos fariam parte desta tenebrosa lista dos campeões do flagelo econômico do Brasil.
Neste momento temos ventos favoráveis na economia mundial e aqui no Brasil queda e decepção com nossos indicadores. É um momento de refletirmos se não estamos vivendo algo de errado há muito tempo, precisamente 20 anos. O que mais dói é nossa capacidade de assistir tudo isso, com a sensação de ter o tempo perdido sem mais ser alcançado.
Se até nossos filhos foram penalizados por crises políticas e desmando dos dirigentes, só nos resta torcer que nossos netos possam buscar e viver um país melhor.
Não podemos ter ilusão que estados assistencialistas recursos abundantes para investimentos voltarão a existir, mas a esperança que alguma saída seja encontrada é grande. O maior imposto e juros que existem são os colocados para o jovem brasileiro, com a desesperança e falta de perspectivas. As oportunidades, a geração de emprego e renda são peças fundamentais no combate a pobreza. O que assistimos há muitos tempos são discursos e programas assistencialistas que funcionam nas lousas dos ministérios em Brasília e nas estatísticas que convêm aos pares que as divulgam.Se não crescemos pelo menos 3,5% ao ano, estamos cometendo a injustiça social com nossos jovens e entrantes no mercado de trabalho e não podemos permitir mais. Afinal somos vítimas desta arma.
Murilo Prado Badaró
Economista e Empresário

A criminalidade no Brasil



Escrito em 2005, mas bem atual.

Sexta, 04 de Novembro de 2005
Existe solução?A Melhor estratégia é ver resultados
Sabedoria Popular
Como vai a violência no Brasil? O resultado final do referendo deu sinais que a população quer se defender, ou ter o direito de faze-lo.
Índices alarmantes e inquestionáveis.Vamos esquecer os problemas de São Paulo e Rio de Janeiro e pensar como andam as outras cidades, incluídas as capitais de médio porte como Belo horizonte, Curitiba, e outras mais.A paranóia esta tomando conta e com razão.
O que ocorre na real? Falta de policiamento? Drogas? Impunidade? Problemas sociais?
Vamos fazer uma análise fria.
A questão já tomou conta das grandes metrópoles e o cidadão comum é refém dos problemas da violência, seqüestros relâmpagos, furtos e roubos. As classes sociais não são diferenciadas e o que existe é questão quantitativa no resultado do delito.Quando o cidadão é de classe A,ou B o resultado para o meliante é melhor.
A problemática e a solução passam por uma série de premissas:
Primeira: A impunidade
Relato de advogados amigos e as estatísticas corroboram que a grande parte dos marginais são reincidentes. A justiça é ineficiente ou o código penal é debilitado, defasado.
Marginais presos no primeiro delito são soltos e repetentes.
Segunda: As drogas
Não sei se devemos olhar as drogas como causa ou conseqüência. Acho que é mais conseqüência.As oportunidades de emprego e melhor educação são inimigas ferozes das drogas.
Terceiro: Falta de ação de governo, corrupção na polícia, baixa salários dos agentes, etc.
Este pode ser um dos elos do circulo vicioso que vivemos, mas não o cerne da questão.
Quarto: Problema social, falta de oportunidades.
Este sim deve ser mais avaliado.
Na minha geração e nas que me antecederam e viveram o milagre econômico são testemunhas vivas. Pena que eu não poderia ser considerado mão de obra ativa, pela idade, mas sou testemunha pela vivencia e pelos estudos.
A prosperidade econômica gera oportunidades, emprego e renda. A oportunidade gera consciência e a pergunta que fica?
Se o Basil crescesse a índices de 7, 8 ou até 5% ao ano sustentável e vigoroso os nosso jovens, grande maioria dos delinqüentes, estariam nessa situação?
Não é fácil a solução e o ataque ao problema deve ocorrer em várias frentes: A melhoria da educação, por exemplo, o aprimoramento e eficientização da justiça, a modernização do código penal, e por ai vai.Se o Brasil crescesse, com geração de emprego e renda , os jovens marginalizados que já têm em casa pais desempregados estariam a mercê do crime?
Fica a reflexão.Na década de 70, do milagre econômico o jovem tinha oportunidade e emprego, perspectivas.
Não que possamos voltar no tempo e reviver o estado investidor, ou que o ambiente político era ditadura ou não. Vamos tentar a volta a prosperidade.A luz no final do túnel está ai com esta reação da economia em 2005. Vamos aguardar para ver.
A conjuntura é outra, mas saída existe e vide exemplo da China em mudança de situação econômica e política.Sem méritos de regime políticos ou ideologias econômicas.
Estamos todos reféns e com certeza o poder público pode ser o catalizador das melhorias. Se não puder ajudar, pelo menos não atrapalhe e não sei se é o que assistimos hoje.
Prosperidade já. Impunidade nunca, inclusive com movimentos sociais tipo MST.
Não existe crime organizado. Existe estado desorganizado.
Murilo Prado Badaró
Economista e Empresário