Parece que a crise americana é novidade, mas não é. Não é por causa do “sub prime” ou do prejuízo de bancos e financeiras. È oi final de um ciclo, mais um, e todos estes fatores influem, mas não só estes.
O livro Era da Turbulência de Allan Greenspan mostra claramente que a economia vive de ciclos, sua força de subida reside na queda e ajuste.
Greenspan teve como um dos mentores Arthur Burns, grande estudioso dos ciclos econômicos e ele próprio, Allan, acredita piamente que a economia pela “invisible hand” do mercado de Adam Smith é assim, não tenho dúvidas.
De 1980 até os dias de hoje, várias crises econômicas foram presenciadas por nós, sempre após períodos de inflação e/ou recessão por motivos diversos, mas quase sempre com a administração pela mão de ferro poderosa do FED.
Os ciclos ficam nítidos, na crise de 1987 quando Wall Street caiu 22% no mesmo dia, segundo especialistas, pelo enfraquecimento do dólar, mas na verdade, a motivação era a imensa liquidez gerada por investimentos especulativos. O FED administrou, assim como em 1990, as S&L (saving and Loans), empresas que tomavam recursos a 3% e emprestavam a 6%, e acabou na farra especulativa com a quebra de várias empresas e fraude em algumas, como o caso famoso de Charles Keating, amigo do senador Mac Cain, provável candidato republicano na eleição deste ano.
Esta crise de 92, muito semelhante a atual, quebrou várias empresas, colocou bancos em dificuldade e o FED deu liquidez ao sistema. Na verdade contribuinte pagando parte da conta, ou toda.
Quero dizer, que nos anos 80 e 90, a economia americana enfrentou crises, causadas pela liquidez especulativa ou movimentos a partir de crises localizadas que forçavam a intervenção do governo. Segundo alguns este fato custou a eleição de Bush pai na reeleição.
Bill Clinton ganhou a eleição e viveu a fenomenal época do capitalismo da informação, mas ainda assim enfrentou crises, com a bolha da internet e crises de pagamento na Ásia e México que afetaram os Estados Unidos.
Em 11 de Setembro de 2001, o ataque aos Estados Unidos quase leva o país a bancarrota e o mundo a reboque, o FED com Allan Greenspan administrou a crise.
Allan chama de resiliência (capacidade de adaptação) da economia a saída das crises, mas acho que vai, além disso.
A experiência do passado e das crises recentes da década de 80 até aqui e a administração séria de pessoas nos bancos centrais que salvam os Estados Unidos e parte do mundo que anda a reboque da locomotiva.
Bem Bernanke, atual “chairman” do FED é estudioso da crise de 29 e sabe, tanto quanto muito economistas, que aquela crise poderia ser evitada.
Enquanto vivermos a liquidez, especulativa ou não, onde a oferta de papeis fica menor que a demanda, os ciclos estarão se configurando no seu ajuste. Assistimos mais um.
O final não poderá ser feliz para todos, com certeza para os mais cautelosos e bem informados, mas muitos incautos perderão dinheiro grosso. As bolsas de valores aplicam certo “darwinnismo” nos seus atores.
O que esta ocorrendo agora já aconteceu no passado e quem quiser saber o final é só olhar a história recente. Para saber se vai perder ou ganhar? Olha se está no lado comprador ou vendedor. Nas crises os vendedores costumam ganhar mais.
Depois volto com mais coisas de Greenspan e do FED, verdadeiras pérolas.
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