Claro que existem boas intenções e algumas coisas importantes, mas o consenso é que meteram os pés pelas mãos.
Olhem esta: Confusão jurídica e quebra de contratos
Na verdade existem 500 emendas na MP antes de ser votada. Como diz um amigo, a professora dá uma prova e todos os alunos tiram nota zero. Quem está errado?
A chuva de contestações em cima da MP já mostra a celeuma.
Outro fato é o "blur" criado em muitas questões, indefinições, falta de regulamentações e falta de transparência ou explicações em algumas das regras criadas.
O setor elétrico está em pânico, principalmente as geradoras.
O prejuízo com a queda das ações é mais de R$ 20 bilhões, isso, mesmo bilhões.
Alguns pontos críticos na minha visão:
- Perda de alavancagem das geradoras que podem comprometer a futura expansão. Os ativos eram garantia para fianciamentos, com a MP perdem estes ativos.
- Indefinição em investimentos futuros dos ativos que passam as mãos do governo. Como ficará o reinvestimento se os operadores não são mais donos?
- Possível quebra de contrato na venda de energia entre os atores no mercado bilateral. Como ficam os contratos de longo prazo da "energia velha" destas usinas "repatriadas"?
- Indefinição de como serão administradas questões como a CCC (Conta Combustível) que acabou, mas não pode acabar na prática senão algumas cidades no norte do país ficam sem energia. E não são povoados, são cidades médias e algumas importantes.
Por esta confusão toda, ações na justiça, etc...a chance desta medida naufragar é grande e existe.
Hoje constatei isso: Vejam ai -Governo já tem plano B para cortar tarifa elétrica se empresas não renovarem concessões
Governo estuda já alternativas para manter sua principal motivação, com viés político, a redução das tarifas.
Como já disse, existem coisas que podem ser aproveitadas na MP, inclusive ela foi lançada para resolver o problema grave das concessões que estariam vencendo.
Hoje já tem gente achando que seria melhor enfrentar a confusão e colocar as concessões em leilão como determina a constituição. Aliás, tentaram mexer na regra no passado e arrumaram celeuma que agora com uma maior ainda estão querendo consertar.
No mínimo isso esta sendo visto como quebra de regras. Para investidores configura insegurança e isso é ruim para a imagem do país. A incerteza em empreendimentos de longo prazo é problema sério, principalmente para o capital externo que está fortemente presente no setor elétrico nacional.
Agora é fazer do limão a limonada, alguns estragos estão feitos e são irreparáveis. Triste Brasil