Escrevi diversas vezes aqui sobre a questão da liquidez mundial desde a década de 90.
Clique e veja - Agosto de 2007 onde explico o valor virtual de ações e seu valor real.
Em outras duas postagens, no começo de 2008, escrevo sobre considerações de Alan Greenspan e sua análise sobre o memso ponto: O excesso de liquidez mundial. Clique e veja uma e outra postagem. Na segunda já analisavamos a crise antes da eclosão.
Vamos lá: A Veja (páginas 128 e 129) desta semana publica o seguinte:
O Planeta finanças, gigante, mas gasoso. E segue afimando sobre ativos financeiros:
1-Em menos de três décadas o planeta inchou de 12 trilhões para 170 trilhões de dólares.
2-Em 1980 o PIB mundial era de 10 trilhões de dólares e os ativos financeiros de 12 trilhões de dólares
3-Em 2006 o PIB era de 48 trilhões de dólares os ativos de 170 trilhões, crescimento de 1.300%.
4- A maior composição destes ativos é a bolsa de valores e ações com 55 trilhões.
5-No Brasil a relação PIB/Ativos é de 200%, nos outros emergentes e desenvolvidos varia de 446% no Japão a 162% na Rússia.
6- Em 1990 eram 33 países com ativos, em 2006 eram 72 países.
Ou seja: Existem mais recursos para comprar os bens e serviços produzidos do que a produção real. O valor é irreal, virtual. No caso ainda existe um risco de inflação que já se configura em alguns países ou/e uma bolha como assistimos agora. O mercado perde a força compradora e a pressão vendedora faz os mercados desabarem, os preços tendem a se ajustar para a real situação. A ciclotimia, que tanto gosto de dizer, é real, existe com ou sem a interferência do homem ou de governos.
O que causa isso? A liquidez, a geração de riqueza soma-se a ganãncia e a criatividade do segmento financeiro e vão securitizando e criando papeis mirabolantes. Para quem não entende direito é o seguinte: De cada 1 dólar conseguidos nos fianciamentos imobiliários, este mesmo dólar foi sendo securitizado, passado para frente para outras instituições e virou 44 dólares, isso mesmo a alavancagem foi de 1 para 44, está ai a explicação para este valor virtual.
Nas ações acontece o mesmo, o mercado compra forte, derivativos vão sendo criados e de uma hora para outra, geralmente na mão de amadores o mercado desaba.
Alan Greenspan diz que estas crises não são de todo mal, é parte do jogo da economia livre. O ruim é que como assistimos, bancos centrais colocam dinheiro de contribuintes, que nada têm como o caso, para salvar o sistema. Certo ou errado? Díficil responder, a crise de 29 poderia ser evitada se o governo interviesse, mas isso é passado e sempre bom aprender com os erros.
A crise será debelada, a economia real ainda é forte, mas todo cuidado é pouco. A infra-estrutura (portos, estradas, aeroportos, energia, etc.) dá sinais de esgotamento no mundo todo e a inflação ronda os países em expansão. Natural: existem mais compradores do que vendedores e os preços tendem a subir.
Não acho que ainda é motivo de preocupação extrema, crise já acontece desde o ponto de inflexão apareceu, provavelmente em 2006 com a bolha imobiliária americana, mas a atenção deve ser grande. Depois do estouro da bolha poderemos estar diante da temida inflação, que não será igual aos anos 80, mas ainda sim fará estragos.
Quanto a bolsa de valores, ainda não acho que deu ponto de compra, mas breve será festa na floresta para quem entrar. Podem anotar ai. Assim que arrumada a confusão a Bovespa sobe forte e pode voltar a 72.000 pontos. Pitonisa? Não "feeling".
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