quinta-feira, dezembro 19, 2019

Impeachment de Trump e Caso Queiroz, assessor de Flávio Bolsonaro, e ai?





Se eu fosse pitonisa estaria operando na Bolsa de Wall Street, mas gosto de fazer umas previsões. Não é totalmente empírico porque sempre temos umas pitadas de lógica e racionalidade na maioria dos eventos da natureza e da vida. Acho que é parte da natureza humana tentar adivinhar o futuro.

Clique e leia.


Câmara dos EUA aprova impeachment de Trump; Senado decidirá afastamento.





A minha presciência para esses dois casos é a seguinte:

Trump: Ele se fortalecerá com o processo de impeachment. A aceitação dele junto a população vai melhorar. Ele deverá ser reeleito, não por causa disso, mas porque a economia lá está "bombando". EUA crescem a 3% a.a. e vai continuar. Não há no cenário mundial fatores exógenos que possam mudar isso.
O impeachment passou na Câmara dos Deputados de lá porque os Democratas têm maioria. No Senado não passará.
Os Democratas deram um tiro no pé. A Constituição americana protege o presidente. Impeachment é coisa muito séria, seja aqui ou lá. Muitos constitucionalistas americanos acham que é completamente furada a questão jurídica desse processo. A conferir.

Caso Queiroz: Isso incomoda a família Bolsonaro há muito tempo. Sempre teve a tal "rachadinha" e no caso do Rio, tem muitos mais envolvidos, mas o spot cai em cima do senador eleito e filho do presidente. Natural.
Errou, e vai pagar. Não é porque todos fazem errado que te dão permissão e legalidade para fazer. Eu acho.
Bolsonaro vai jogar o cara aos leões, anotem ai. Vai segurar a onda até onde aguentar, mas o caso é espinhoso e parece eivado de provas. A PF, republicana como sempre, não vai dar mole.
Que sejam punidos todos. O Brasil está mudando e mesmo ainda tendo gente não acreditando nisso e não querendo isso, vamos mudar sim, para melhor.
Uma renúncia para salvar o presidente? Pode ser, mas ele ainda precisa ser julgado e condenado, e será. Entregar os anéis para não perder o dedo poderia tirar o presidente do centro do palco. Sem isso, a mídia e a oposição sempre vincularão o caso a ele, fora ainda tentar ligar a família a uestões milicianas no Rio. Existe uma sútil ligação, infelizmente. Quando mais isso se prorrogar, vai sangrar o presidente e sua família e ele vai ter que se livrar do problema. Não acho que ele esteja envolvido, mas se estiver vai ter problema. Não vejo uma relação maior, como querem alguns, desse caso com os crimes dos milicianos e a morte da vereadora.
Por enquanto vejo ele tentando salvar o filho até onde puder e depois vai jogá-los aos leões, lavar as mãos. O Brasil é maior e mais importante do que ele e sua família e afinal, falamos de um delito, um crime, um pecado. Ok, venal para alguns, mas a mudança não pode escolher pessoas e tipos de delitos. Errou, foi pego, foi julgado, tem que pagar. Simples assim.

A conferir.

terça-feira, dezembro 17, 2019

2011 a 2018, a pior década de nossa história. A década perdida.


Vejam esses dois gráficos. Clique neles para aumentar.
Não é preciso comentar muito.
Em 1995 eramos maiores que a China.

As principais razões: Corrupção sistêmica, incomepetência e responsabilidade dos gestores públicos.

Perdemos ( ou quase, pois resta pouco) o bônus demográfico, o boom das comodities de 2000.

Populismo, esquerdismo travestido de malandragem e politicagem.

Só temos a dizer. Triste Brasil.

Quem quiser saber mais veja o excelente artigo da Revista Mercado Comum. Vale a pena ler.

Clique e leia.

A Revista inteira, recomendo: Clique e leia

quinta-feira, dezembro 05, 2019

Resenha sobre o livro Bastidores de 64 Detalhes não revelados do "golpe".



O Zé Aparecido é uma grande figura, um papo excepcional, um cara muito culto e a entrevista acabou indo além do tema do meu livro. Ficou muito interessante. O Zé Aparecido é filósofo com grande visão política.

terça-feira, dezembro 03, 2019

Roda Viva com Yuval Harari


Clique e veja. É longo, mas vale a pena.

Os livros dele:

Li todos. O melhor Sapiens, aliás um dos melhores que li na minha vida. Até já comentei.

Vale a pena ler e conhecer as ideias dele. São visionárias. Não acertará tudo, mas cabe a reflexão.

Já falei sobre Sapiens. Clique e leia

terça-feira, novembro 26, 2019

O estrago populista no Brasil em gráficos.




Acho que não podemos comparar governos. Primeiro porque épocas distintas, fatores exógenos e conjunturais mudam as referências. Segundo, todo governo, em tese, é bem-intencionado e tentará fazer as coisas da melhor forma possível. Por pior que tenha sido, sempre existirão erros e virtudes.
Acho desonestidade intelectual, a não ser que criemos referências e variáveis econômicas, mesmo assim existirá fatores conjunturais a influenciar estas variáveis e demandaria um estudo mais aprofundado em cada uma delas.
Existem vários estudos nessa direção. Vou citar uma aqui e mostrar através de gráficos e deixarei a avaliação do leitor a sua opinião sobre o que o PT e o populismo fizeram com o Brasil. Não vou falar em corrupção, a maior da nossa história e, segundo alguns da humanidade. A corrupção foi fator sim e tem sua parcela de culpa, mas é caso de polícia. O restante vou resumir em duas palavras: incompetência e irresponsabilidade. Para mim bastam.

Temos muitos gráficos e por isso coloco o link direto, inclusive com as fontes.

Só um demonstrativo:



Clique e leia. Vale a pena.


Outros artigos meus- Clique e leia

domingo, novembro 24, 2019

O dinheiro como conhecemos hoje, vai acabar.





O dinheiro como conhecemos hoje, vai acabar.

A disrupção tecnológica que acontece na humanidade, cada vez mais rápida, vai sim acabar com o dinheiro, a moeda de papel como a conhecemos hoje. Quando será isso não podemos precisar, mas já está em processo há muito tempo.
 Não vou entrar em detalhes muito técnicos da economia como Meios de Pagamento Restritos: M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista, Meios de Pagamento Ampliados: M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias; M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic e Poupança financeira: M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez, ou mesmo o multiplicador financeiro, encaixe, etc...
Vamos tentar entender começando com a história da moeda.
As transações se davam na maioria pelo escambo, troca de mercadorias, já a criação de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo Estado coube aos gregos do século VII a.C.
O dinheiro como conhecemos surgiu na idade média, onde ourives eram guardiães de ouro e prata e emitiam recibos com os valores correspondentes ao metal valioso guardado. Os recibos começam a circular e muito rapidamente os ourives viram que poderiam emitir recibos com valores maiores do que o ouro e a prata. Nesse momento surge a figura dos juros, crédito que foram evoluindo na teoria econômica e alimentando e melhorando as transações comerciais em geral.
Mercado futuro e embrião da Bolsa de Valores surge na Holanda para financiar as tulipas e as viagens marítimas.
Na revolução industrial e como personagem dela surgiram as primeiras escolas econômicas para entender essa dinâmica que é muito complexa.
Em 1844 a Lei de Pell na Inglaterra acaba, digamos, com a farra e define o Banco Central da Inglaterra como o único emissor de recibos. O mundo avança com as maravilhas da revolução industrial e os estudos acadêmicos da economia, entendendo seus efeitos, suas vantagens e desvantagens.
A moeda então passa a ser a mola mestra do mundo nas transações econômicas, mas vejamos como isso evolui.
Primeiramente surgiram o talão de cheques e mais adiante os cartões de crédito, a moeda de plástico surgida no início do século XX para que pessoas comprassem combustível a crédito e pagassem depois. O cartão foi expandido para o comércio em geral. O uso de cheques e de cartões de crédito mudam as relações de pagamento com a evolução da tecnologia que era pilar dessas mudanças.
Depois surgiram os caixas eletrônicos, transações on-line e mais recentemente plataformas de pagamento como Pay-pal e outras similares.
Ainda, cada vez mais rápido, surgiram as moedas eletrônicas, tipo Bitcoin e similares, hoje já existem muitas.
As teorias econômicas devem já estar sendo revistas, pois as variáveis de expansão da moeda, encaixe, meios de pagamento, emissão de moeda, lastro, etc. são importantes ferramentas de gestão macroeconômicas e os governos e bancos centrais precisam monitorar e administrar isso.
Já existe um novo meio de pagamento, ainda incipiente no Brasil, mas a utilização de plataformas de telefonia celular e QR codes para pagamento, ou seja, está acabando a moeda de papel como conhecemos. Na minha última viagem à China fiquei impressionado, tudo lá é pago dessa forma.
Tudo isso amparado na evolução tecnológica e na disrupção, que muitas vezes assusta, mas é inexorável. Não há como conter esse processo que atua em todos os segmentos das nossas vidas, a maioria das vezes tornando as coisas melhores.
Já existe uma revolução, na forma de informação, na comunicação, nos transportes, e na forma como transacionamos comercialmente, não é questão de escolha, é um processo que não sabemos onde vai chegar.
No Brasil a moeda eletrônica via celular já está em processo, breve tomará conta do mercado.
Pergunto a maioria das pessoas, qual foi a última vez que assinou ou usou um talão de cheques?
A proliferação de “maquininhas” de cartão, as Finthecs e aplicativos diversos ainda vão aumentar ainda mais as formas distintas de transações comerciais, o dinheiro em papel agoniza há muito tempo.
A questão que precisa ser entendida é como esses métodos podem influenciar as políticas e gestão macroeconômicas. Não acho que serão problemas, até porque é processo e a tecnologia serve a todos, mas precisam ser estudadas e entendidas.
Podem anotar aí. O dinheiro vai acabar e será substituído por outros meios de pagamento, isso tudo se não surgirem ainda mais novidades que os avanços tecnológicos nos proporcionam.

terça-feira, novembro 19, 2019

Protestos em Hong Kong , avant premier do que pode acontecer na China?


Hong Kong , ex-colônia britânica, é um território autônomo no sudeste da China. Foi colônia da Inglaterra do século 19 ate 1997 quando o governo chinês "devolveu" a "autonomia", portanto, teoricamente, Hong Kong e um país independente e os chineses precisam de visto para entrar em HK e vice versa.
Eu já estive, por ofício, muitas vezes a China, desde os anos 90. Sempre passei por Hong Kong, a suntuosa  e bela cidade que nada parecia com a China dos anos 90 e 00. Primeiro mundo, luxo e riqueza, importante centro comercial e financeiro da Ásia.
Agora é um pouco diferente, menos na questão liberdade, democracia, no sentido político, pois na economia, acredito que a China tenha se inspirado em Hong Kong desde 1986 com Deng Xiao Ping, o grande timoneiro do progresso e prosperidade chinesa.

O que acontece lá agora?

As manifestações tiveram início em junho em repúdio a um controverso projeto de lei, apresentado em abril, que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental sob certas circunstâncias.

Clique e leia matéria da BBC - Clique e leia 


Protestos em Hong Kong: o que está acontecendo no território, explicado em 3 minutos.


Mas é muito  mais do que isso. É o clamor da liberdade, das mudanças políticas, de um sistema democrático puro, sem a tutela da China.
Com pluralidade partidária, liberdade de expressão, voto universal, ou seja, a democracia pura e simples e não nos moldes que como a China determina o rumo político. Esse é o mote.

A juventude com sua natural rebeldia e as redes sociais fizeram o restante da articulação. Foi assim na Primavera Arábe de 2011. Para quem não se lembra: Primavera Árabe É o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que eclodiu em 2011. A raiz dos protestos é o agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. Países envolvidos Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein.

Abalou o mundo islâmico e foi contido onde foi possível na total repressão.

Acredito que em Hong Kong não será diferente, aliás não está sendo, mas a semente estará plantada.

A falta de liberdade com a crise econômica é combustível certo para revoltas. O mundo é assim. O antídoto sempre foi a repressão ou a queda do governo atacado. O final é incerto, mas é previsível, pelo menos enquanto houver gordura econômica para queimar.

Sabe por que digo isso? Eu sempre disse que em algum momento a China terá movimentos e sedição dessa natureza. Quando a economia fraquejar, quando o ciclo da prosperidade, que para o bem mundial, ainda durará, tem gordura para queimar, os protestos vão tomar conta de lá. Os jovens com a ferramenta tecnologia, hoje disseminada na China e o governo com sua máquina de guerra e a repressão.

Em 1989 no tal massacre da Paz Celestial foi assim. Após a abertura de 1986, econômica, que fique bem claro, a juventude achou que poderia ir além nas questões da liberdade e da democracia. Foram massacrados.

A abertura de 86 foi necessária, a China era um barril de pólvora. Funcionou até aqui, tem muito ainda pela frente. A liberdade e a democracia são relativizadas, mas ainda sem agredir a população, ou  a maioria, enganadas pela prosperidade e geração de riqueza que existe por lá.
Funciona, não há como negar, mas até quando?
Para mim, essa questão de HK é avant premier do que acontecerá na China, não dá para precisar quando e não como será o desfecho.

Falo isso como testemunha, da prosperidade, dos avanços relativos nas questões da internet e da liberdade, democracia nada.

Sou testemunha e posso contar. Posso fazer projeções porque não é difícil imaginar a inflexão para baixo da economia em um determinado momento, e aliada as redes sociais e a rebeldia juvenil, escrevam ai: Não tem erro. Só espero que dure muito.



quinta-feira, novembro 14, 2019

A prisão após condenação em segunda instância.

Essa discussão jurídica é complexa e apaixonante, são fortes os argumentos contra e a favor do cumprimento de pena após a condenação em segunda instância. Nunca chegaremos a um consenso. Algumas coisas que extrapolam as questões jurídicas precisam ser refletidas.
O que vem a ser trânsito em julgado? Quando ocorre no trâmite de um processo? .
A presunção de inocência se confunde com a falta de culpa? Aqui é o cerne da questão. .
No primeiro grau, como falam os juristas, são apresentadas as provas, oitivas, testemunhas, etc. Ali é analisada a materialidade da culpa, ou não. Na segunda instância normalmente são confirmadas as questões processuais, inclusive a confirmação da culpa ou não. Não seria já transito em julgado? Sabemos que ainda caberia recursos para o STJ e o STF em alguns casos. Uma festa na floresta de recursos que dependendo do crime por chegar a 100, custo a acreditar nisso. .
A maioria dos países não existe isso, salvo raras exceções ou mesmo, o réu pode recorrer em liberdade sob pagamento de fiança. Primeiro mundo é assim. .
A justiça falha e esses são os maiores argumentos para manter a tal “presunção de inocência”, mas ela falha se não punir os criminosos. Onde fica a virtude? .
Lula foi sim o instrumento para reverter uma situação esdrúxula no STF. A insegurança jurídica é nosso maior mal hoje. Como atrair investidores externos, relações comerciais externas sustentáveis se não temos leis que funcionam, ou mudam de acordo com interesses da elite ou poderosos? .
Vamos a cronologia do vexame e comprovar como os ventos políticos e da elite dirigem nossas leis. Sim, existe um mecanismo que protege a elite, é muito evidente isso: .
Em 1973 alterou-se a lei processual penal, em regime de urgência, e deu origem à lei 5.941/73, conhecida como Lei Fleury, abrindo a possibilidade do réu primário, e de bons antecedentes, aguardar o julgamento em liberdade, mas nada mudava quanto à prisão em após a condenação em segunda instância. .
Em 1977, a Lei Fleury foi revogada sob o argumento de que ela permitia a impunidade de pessoas influentes. Foi substituída a lei 6.416/77, que alterou o sistema de prisão provisória, caso de Fleury. A prisão em segunda instância permanece. .
O princípio da presunção da inocência foi legitimado na CF de 88. Como em vários outros temas, faltava regulamentação. O conflito entre a CF e o CPP fica evidente. A súmula 9 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sanou a dúvida e prisão após condenação em segunda instância não ofendia a garantia constitucional da presunção de inocência — continuava permitida a prisão em segunda instância. .
Em 2008, com a Reforma do Código de Processo Penal Brasileiro, os procedimentos criminais foram modificados em diversos pontos, reduzidos de cinco para três as hipóteses de prisão antes do julgamento: se hoje contamos com a prisão em flagrante, a prisão temporária e a prisão preventiva antes dessa alteração legal ainda se acresciam a essas a prisão decorrente de pronúncia no procedimento do júri, e a prisão em razão de sentença condenatória de 1ª Instância. .
O Supremo Tribunal Federal, após o Mensalão, em 2009, mudou o entendimento, quando julgou o habeas corpus (HC) 84.078 — que tratava do caso de um condenado por tentativa de homicídio— estabelecendo pela primeira vez o direito do condenado em segunda instância recorrer em liberdade. Grifo meu: Pela primeira vez. Será que teve influência dos poderosos que estavam sendo condenados no escândalo do Mensalão? Pode apostar que sim. Detalhe: o crime que mudou a regra prescreveu e o réu saiu livre, leve e solto. .
Em 2016, no julgamento de outro HC, o 126.292, a jurisprudência sobre o tema mudou novamente e determinou o início da execução da pena. É sim possível a execução da pena depois de decisão condenatória confirmada em segunda instância disse o STF. .
Em 2019, volta o entendimento de que “a presunção da inocência” do artigo 5 da CF de 88 é direito fundamental. Só haverá prisão após o trânsito em julgado, mesmo que isso represente a chance de prescrição do crime e a letargia na punição do culpado.Convenhamos, após julgado e condenado por duas cortes, sendo a segunda colegiada, observada e confirmada a materialidade do crime cometido, a chance de o réu ser inocente é pífia, restando-lhe recursos e recursos, se tiver, claro, dinheiro para pagar bons advogados. Isso não é mais do que privilégios no enfrentamento a justiça para pessoas abastadas e a manutenção da impunidade. .
Nossa imagem é prejudicada. A sociedade assiste atônita a institucionalização da chicana. Pesquisas mostram que 75% da população apoia a manutenção da prisão após condenação em segunda instância. .
Lula foi o vetor de tudo isso? Muito certo que tenha sido. Queria entender como os recursos que envolvem Lula andam rápido no STF, enquanto centenas, talvez milhares, ficam na fila. Um processo no STF de 21 de abril de 1956 só foi julgado 31 de maio de 2019, levou 63 anos. Um dia espero saber qual é o critério deles. .
Lula precisa ser decifrado como político e como cidadão. .
Como cidadão, ele está solto, mas não está livre. Ele ainda responderá a 8 processos e mesmo com toda louvação é réu condenado, com trânsito em julgado já em várias instâncias. Próximo dia 27 haverá julgamento no TRF-4 do caso do sítio em Atibaia, segundo alguns o mais crítico para Lula. Ele já está condenado na primeira instância pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e 11 meses de reclusão. .
Como político ele é inelegível por conta da Lei da Ficha Limpa e não pode concorrer a nada. Pode influenciar nas eleições? Parece que sim, teremos chance de comprovar isso nas eleições do ano que vem. Na minha visão, ele influencia 25% (no máximo) dos eleitores, a marca histórica da esquerda, apesar de esquerda o Lula tem nada. Eu acho, só acho. .
E Bolsonaro? Ele surpreende desta vez. Com seu estilo de confronto, não se manifestou no episódio, pelo menos até agora. Pode ser maturidade, respeito ao conceito da independência dos poderes (Montesquieu agradece), ou mesmo estratégia que ainda não sabemos. .
Bolsonaro precisa consertar a economia e o Brasil voltar a crescer, esse é seu desafio e não Lula o chamando para briga. Aposto que ele não dará palanque a Lula. Parte da mídia tradicional dará palco a Lula, mas hoje o mundo mudou na disseminação da informação, vamos ver os próximos capítulos. A narrativa de preso político de Lula não se sustenta, salvo para a claque dele, mas isso acontecia com ele preso ou solto. .
O ataque a agenda atual do governo, que tem muitos méritos e parece acertada, só dará frutos a Lula se a economia continuar patinando. As desigualdades não acabarão da noite para o dia, são muitos anos de desmandos, corrupção e irresponsabilidades, mas, entretanto, a sociedade poderá sentir em qual direção os ventos vão soprar. .
A chance de aumentar a polarização entre eles é real, é preciso ver até onde isso vai chegar. Violência, badernas e conflitos têm de ter limites. A lei e a ordem são pilares da democracia e precisam ser exercidas, doe a quem doer. .
O Congresso pode salvar a pátria e restabelecer a justiça. Vários projetos tramitam lá, desde PEC (que demanda 2/3 dos votos e é complicada a aprovação) até mexidas no CPP, limite de recursos protelatórios, etc. Algo sairá de lá, tenho certeza, demora, mas sairá. Considerando que 75% da população é a favor da prisão após a segunda instância, o Congresso não fugirá de seu papel, pode apostar. .
Os defensores da “presunção de inocência” alegarão que o Artigo 5 é cláusula pétrea e não pode ser modificada. Haverá embates com certeza, mas a sociedade escolheu seu lado. Cláusula pétrea que estimula a impunidade e oficializa a chicana? Algo está errado. .
Eu como modesto cidadão, pagador de impostos, acho que manutenção de privilégios a criminosos que têm dinheiro e pagam bons advogados e a instituição da impunidade e da chicana, oficialmente no país, não tem nada de pétrea e nem é direito fundamental, só se for para alguns, sempre da elite. Simples assim. .
Lugar de bandido é na cadeia, principalmente depois de julgado e condenado, seja ele de que raça, cor, classe social, partido político, sexo, ele for. .
Só assim teremos futuro. 

sábado, outubro 26, 2019

Porque fracassam as nações. Excelente livro.


Vou sempre que possível colocar passagens desse livro, coisas que considero relevantes, apesar do livro sem todo relevante, com contexto histórico e da colonização de vários países, mostrando claramente porque alguns progridem e outros fracassam.
No caso aqui, vou falar sobre a URSS que até 1989 parecia ser o sonho de regime econômico, a panaceia da igualdade. Depois o sonho acabou e a saca ruiu.

Trecho do livro na página 131:

Até 1928, a maioria dos russos vivia no campo. A tecnologia usada pelos camponeses era primária e poucos eram os incentivos à produtividade. Com efeito, os derradeiros vestígios do feudalismo russo só foram erradicados pouco antes da Primeira Guerra Mundial. 
Um imenso potencial econômico irrealizado foi despertado ao realocar-se tamanho volume de mão de obra da agricultura para a indústria. A industrialização stalinista foi uma maneira brutal de liberar esse potencial. 
Por decreto, Stálin desviou aqueles recursos tão mal empregados para a indústria, onde seriam
utilizados de forma mais produtiva, ainda que a indústria em si fosse organizada de maneira muito ineficiente, sobretudo se comparada ao que se poderia ter alcançado. 
De fato, entre 1928 e 1960 a renda nacional cresceu a uma taxa de 6% ao ano, provavelmente o mais agressivo surto de crescimento econômico já registrado até então. Esse rápido crescimento econômico foi consequência não de uma mudança tecnológica, mas da realocação de mão de obra e da acumulação de capital, por meio da criação de novas ferramentas e fábricas.
O crescimento foi tão abrupto que mesmerizou gerações de ocidentais, não só Lincoln Steffens. A Agência Central de Inteligência americana, a CIA, ficou mesmerizada. Os próprios líderes soviéticos deixaram-se fascinar – como aconteceu com Nikita Khrushchev, que se vangloriou, em 1956, num discurso a diplomatas ocidentais: “Vamos enterrar vocês [o Ocidente].” Ainda em 1977, um economista inglês defendia, em um livro de referência muito considerado nos meios acadêmicos,
que as economias ao estilo soviético eram superiores às capitalistas em termos de crescimento econômico, sendo capazes de proporcionar emprego pleno e estabilidade de preços e até de injetar na população motivações altruístas. O pobre e velho capitalismo ocidental cansado de guerra só se saía melhor mesmo na concessão de liberdades políticas.

Vamos comentar isso:

Impressionante o crescimento de 6% a.a. durante quase 35 anos. Alguém pode querer comparar á China atual, mas são contextos diferentes, não cabe a comparação.
Stalin errou muito, mesmo quando incentivou a produtividade via bônus e outras medidas, não funcionou. Faltou a criatividade, a destruição criativa e mesmo com avanços tecnológicos, a falta de liberdade não deixou que esses avanços fossem adiante.
Nota-se, já escrevi antes, que até 1989 com a queda do Muro de Berlim e desnudado o regime comunista, ainda não sabíamos dos estragos que o regime era capaz.
Na verdade o regime faliu muito antes de 1989, desde 1985  Mikhail Gorbachev  , visionário, previu o fracasso e tentou implantar a Perestroika, uma mudança na economia que acabou derrubando o regime.
A centralização e a mão forte do estado foi responsável pela falsa prosperidade que depois não se sustentou, como temos vários exemplos.
Os recursos foram utilizados e o potencial de crescimento explorado, mas sem sustentabilidade pela falta de liberdade e criatividade.
A manutenção dessa prosperidade na URSS custou milhões de vítimas, prisões e opressão. Quando a produtividade desejada por Stalin não foi atingida, eles tentaram a repressão e punição aos operários relapsos que não tinham motivação alguma para produzir mais e mais.

Por hoje comento isso, sempre que achar algum tema colocarei aqui.

Recomendo com força esse livro. Sensacional.


sexta-feira, outubro 18, 2019

Economia pode surpreender positivamente em 2019


Economia pode surpreender positivamente em 2019 e PIB deve superar as previsões atuais que andam entre 0,8% e 1% de crescimento.


https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus

Economista adora fazer previsões e projeções. Sempre foi assim e sempre será.
Na verdade, existem sim padrões e muita racionalidade, mas a economia apesar de ser uma ciência, não é física, nem química e nem matemática, com a precisão e exatidão.  A economia envolve a ação humana, o homem não possui um comportamento previsível que possa ser sempre antecipado.  Além disso tem as ações governamentais, políticas macroeconômicas que mudam ou podem desencadear movimentos opostos nas premissas e variáveis estudadas que originam uma previsão e uma projeção.
Existem sistemas, algoritmos com muitas previsões acertadas e projeções corretas, algumas mais simples, outras mais complexas. Tem uma máxima que no meio dizem dos economistas “celebridades”. Quando um desses erra, ele diz: Minhas previsões foram ouvidas e houve os ajustes necessários. Quando acerta, coloca na conta do sucesso.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) sempre publica o relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), com sua projeção de crescimento para economia global. Aqui temos o Boletim Focus, que reúne muitos operadores do mercado e fazem um “consenso” dos indicadores que o mercado trabalha. Há também os bancos, corretoras, as consultorias, enfim, palpites e revisões não faltam. Normalmente existem poucas variações no geral, e poucos saem da curva padrão. Eu diria que a teoria da “Manada” muito usada na economia se aplica aqui com perfeição para explicar esse “consenso”. Reitero, o trabalho, na maioria das vezes, é sério, estudos profundos são feitos, sistemas são usados e os algoritmos existem, cada vez mais modernos e precisos. Agora a IA, Inteligência Artificial é novo brinquedo da turma.
Fiz esses rodeios para tentar mostrar que os erros existem, e a própria dinâmica da economia, com ações do ser humano, interferências governamentais e fatores exógenos globais mudam isso sempre. Vejamos algumas considerações minhas de que economia pode surpreender, porque antes o cenário era assim:
1.       Mudança de governo, expectativa alta, otimismo e as coisas não foram como imaginamos no começo de 2019. A previsão de crescimento do PIB de 2018 do FMI chegou a 2,5% em 2019 no Brasil e 3,5% no mundo. Agora o FMI projeta 0,8% e o mundo em 3%.
2.       A guerra comercial entre URSS e EUA, segundo alguns afetando todos os países em desenvolvimento pela incerteza e chance de desaceleração mundial.
3.       Alto desemprego e a economia nacional patinando, a crise forte na Argentina, parceiro comercial importante do Brasil.
Estava tudo muito claro que 2019 estava quase morto e a esperança passava a 2020. O que começou a mudar, vou tentar mostrar com alguns argumentos:
1.       Indicadores recentes, de setembro mostram que houve grande redução de despesas dos governos. Por penúria com certeza, mas houve. A deflação de setembro, mesmo sendo causada pela baixa atividade, dá gás ao governo para medidas mais assertivas como abaixar a taxa de juros ainda mais.
2.       A ânsia arrecadatória é sempre grande quando muda governo, e esse ano não foi diferente. Para exemplificar, a arrecadação de junho foi a maior desde 2014 com R$ 120 bilhões e crescimento real de 4,68% comparado a 2018. Só cresce arrecadação neste patamar com a economia em expansão
3.       A queda brutal dos juros da SELIC esse ano e que tem hoje nosso menor patamar histórico, ainda com projeção de chegar em 4,75% em 2019. A redução de juros tem impacto profundo no caixa do governo que economiza no “serviço da dívida”. Quase 45% do caixa é destinado a dívida.
4.       A deflação de setembro de -0,04%, a maior em 21 anos para o mês, e a inflação acumulada em 12 meses de 2,89% dá força para medidas mais fortes visando buscar o crescimento econômico sem preocupação com a famigerada inflação via taxa de juros. O ponto crítico aqui é o desafio de fazer chegar essa redução no setor produtivo, já que o sistema financeiro ainda pratica os “spreads” criminosos que inibem o consumo e o investimento.
5.       O desemprego que gira em 12% dá sinal de queda e em setembro apresenta indicadores que começam a reagir na contratação formal em 14 capitais, com ótimo desempenho.
6.       As vendas no comércio cresceram em agosto 0,1%, tímidas, mas pode ser a inflexão da curva para voltar a crescer adiante, características de final de ano.
7.       A indústria automobilística, mesmo com a crise da Argentina, o maior parceiro, apresentou crescimento.
8.       A indústria e o consumo de cimento apresentam crescimento moderado, mas isso é sinal que existe perspectiva para o setor imobiliário e de infraestrutura. Com juros baixos o segmento imobiliário que agrega muitas indústrias e é excelente gerador de emprego, tem boa expectação.
9.       A indústria ainda patina, mas dá sinais de vida, principalmente a de bens de capital com sinal claro de que a máquina começa a rodar.
10.   Converso com amigos do mercado financeiro, da indústria e do comércio, gosto de sentir a opinião de quem está na frente de batalha, no mundo real. Há quase uma unanimidade de que há sim sinais de melhoria.
11.   A reforma da Previdência caminha e a Tributária também, mesmo não sendo a solução ótima para muitos, alguma coisa está sendo feita e precisava ser feita.
12.   O câmbio segue as flutuações de mercado, as exportações vão bem, mesmo com o possível arrefecimento da economia global. Os EUA com o menor desemprego em 50 anos e crescimento acaba influenciando a economia global e exorcizando os fantasmas da retração que muitos ainda esperam
13.   A confiança parece que voltou, investimentos externos na normalidade e a expectativa do leilão da tal “Cessão Onerosa” do Pré Sal com estimativa de faturar R$ 100 bilhões, podendo ser mais pois o leilão da ANP em outubro tem ágio de 300% com arrecadação recorde de R$ 8 bilhões. Bom presságio.
Não, ainda não estamos bem, o céu ainda não é de brigadeiro e muito precisa ser feito, mas convenhamos, o estrago era enorme. Ainda em 2019 a estimativa do buraco é de R$ 130 bilhões. Mesmo com o tamanho do problema, todos estes sinais positivos são alento e combustível na economia.
Não existe mágica e as soluções não saem da cartola. Uma aparente e quase certa má vontade da grande mídia, apesar de ter perdido muito de sua importância, a “franqueza e espontaneidade”, digamos, do presidente que muitas vezes ultrapassa os limites do senso comum, atrapalham, mas estamos caminhando, isso é fato.
Arrisco aqui um palpite. A partir das minhas consultas e pesquisas que faço por conta própria, por meu interesse: O PIB esse ano será maior do que a projeção atual de 0,8%.  Já ouvi que o PIB já medido está em 1,3% e pode chegar até a 1,8%. Faz sentido se a onda está mesmo a favor. Final de ano sempre é momento de expansão e crescimento com geração de emprego.
Vou cravar: 1,4% ao ano.
Não sou pitonisa, é palpite com base na racionalidade de algumas variáveis e movimentos observados. Se fosse pitonisa estaria operando em Wall Street, mas vale o “chute”, fica aqui registrado.
Como tenho dito em redes sociais aos críticos ferozes do governo: Os cães ladram e a caravana passa. Detalhe, não sou governista ou “bolsonarista”, sou patriota e quero ver o Brasil para frente, só isso. Não é questão de otimismo ou péssimo, é observação.
A conferir se teremos boas e positivas surpresas ainda em 2019. O Boletim Focus com quase certeza fará seus ajustes.

sábado, setembro 21, 2019

Direita x Esquerda ?

Direita x Esquerda

Publicado no Site Gazeta Livre- Clique e veja
Quando se fala em direita e esquerda falamos de regime econômico, de socialismo e capitalismo. Muitos confundem com regime político, mas não é. Os neologismos, liberais, neoliberais, progressistas, conservadores, socialismo do século XXI, etc. não passam de retórica, a essência está na forma como é conduzida a economia de uma nação. Hoje podemos falar em sistemas econômicos híbridos, com pilares do capitalismo misturados aos do socialismo, a própria evolução da humanidade nos leva a isso, e é muito saudável.
Este tema não sairá nunca da pauta, os próprios extremos se encarregarão de dar manutenção a polêmica. Não chamaria de dialética, apesar de no passado até tenha se enquadrado como tal. A própria dinâmica e a correção de rumo de ambos mudaram muito essa questão quando falamos de sistema econômico.
O mundo desde o início da civilização, há 10 mil anos (ou 15 mil segundo algumas teorias) vive um processo que começa na própria sobrevivência, passando a formas coletivas de cooperação, tecido social começa a se formar e a produzir. As pequenas mudanças já produziram melhorias nas condições de vida, moradia, alimentação e aumento da população.
O mundo caminhou ao longo de milhares de anos de forma frugal e simples até há 250 anos atrás quando começa a revolução no iluminismo e na consequente revolução industrial a seguir, que é marco na evolução da humanidade. Antes era tudo igual, a vida era a mesma em todos os lugares, com dificuldades e problemas. A fome foi por diversas ocasiões uma constante em catástrofes que assistimos ao longo do tempo.
Para termos uma ideia, podemos comentar alguns indicadores até na transição para a revolução industrial, o homem tinha como base a agricultura e pouco comércio, que girava devagar a máquina econômica. Com o advento das máquinas, a produção industrial provocou o êxodo rural para as cidades, onde as mulheres passaram a ter mais trabalho e as crianças que eram obrigadas a ajudar na lida diária da lavoura; puderam estudar e criar valor nas suas vidas, com lazer e melhoria da qualidade de vida. Alguns dados corroboram que o fenômeno evolutivo não foi só econômico: em 1700 a altura média do homem era 1,68 metros, hoje é 1,70. Há 300 anos quem ingeria 900 calorias diárias era superalimentado, hoje a média ocidental é de 2.400 calorias diárias. A expectativa de vida passou de 36 anos no Reino Unido para mais de 70.
Podem ter certeza que o capitalismo é o motor disso tudo, na produtividade, na inovação tecnológica e na liberdade para criar e investir, corrigir erros quando necessário, mas gerando o combustível que é sagrado nessa máquina - o lucro, que para alguns socialistas é palavrão.
Quando Engels em 1840 escreveu sobre os pobres ingleses, em muito pouco tempo a vida deles melhoraria a ponto de muitos questionarem se os livros A situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra e o Manifesto Comunista seriam escritos.
Talvez aqui tenha surgido o primeiro embate entre o socialismo x capitalismo. Com justa e legítima razão, era preciso pensar como proteger os mais “fracos” e desfavorecidos.
A revolução industrial, as máquinas e os avanços tecnológicos da época não trouxeram desemprego, pobreza e injustiça social, ao contrário, graças a esta revolução a humanidade avançou e avança a passos largos.
Ainda mais acelerada, a disrupção tecnológica atual, desde que começou nos anos 60 para valer, tem provocado alguns problemas, o mais grave talvez seja a concentração de renda.
Olhados as relações PIB x endividamento, participação do sistema financeiro x PIB desde os anos 60 para cá, podemos constatar um fenômeno grave para a maioria da população: o rentismo aumenta exponencialmente e o dinheiro que deveria estar indo para a produção, geração de emprego e renda, aparece concentrado em bancos.
Para cada US$1 de economia real se tem US$40 na ciranda financeira e a próxima fase devem ser as criptomoedas que podem aumentar ainda mais a concentração da riqueza.
A desigualdade social não tem questionamento, segundo um escritor que mostra o óbvio e virou a sensação da esquerda moderna.
- Nas seis décadas que transcorreram entre 1914 e 1973, a taxa de crescimento econômico excedeu a taxa de retorno do capital. Isso conduziu a melhora na vida dos trabalhadores. Neste período tivemos as duas grandes guerras e a crise de 1929 que destruíram grande parte do capital.
- Nos quarenta anos que se seguiram a 1973 a taxa de retorno do capital excedeu a taxa de crescimento econômico que desacelerou.
O Capital no século XXI, um livro de economia escrito por Thomas Piketty afirma que quanto maior a taxa de retorno do capital comparada ao crescimento econômico, mais desigualdades. Não há dúvida, é inquestionável. A questão é como enfrentar isso.
Piketty com base em muitas projeções e mostrando a clara distorção na distribuição de renda mundial tenta se apresentar como o salvador da pátria, descobridor da panaceia da humanidade, assim como Mark e Engels pareceram ser no seu tempo, até se provar que o socialismo e o comunismo não funcionavam e teve o fim decretado em 1989 com a implosão da URSS. Como diz a Margareth Thatcher, o socialismo dura enquanto dura o dinheiro.
Enquanto o socialismo vê que existem formas, normalmente mágicas de salvar bilhões de miseráveis, o capitalismo tem outra visão e precisa ficar claro que a sua lógica é que o cidadão consumidor tenha qualidade de vida e consumo, crescentes. Capitalismo vê o mercado como solução, o socialismo a intervenção do estado. Quando cessa o movimento e a dinâmica do mercado livre, o próprio capitalismo incorre em riscos. Quando acaba o dinheiro, o socialismo fracassa.
O capitalismo sempre precisa de revisão, a própria dinâmica do seu processo identifica as ameaças e corrige o rumo, como será no caso do rentismo e da concentração de renda que ameaçam com força o capitalismo moderno.
O socialismo vê como problema, o capitalismo como oportunidade a grande massa da população ainda em condições de melhoria de renda. A diferença entre ambos é como atacar a questão e os meios e ferramentas a serem utilizadas.
A questão central é uma só, não existem fórmulas mágicas, NÃO EXISTE igualdade entre seres humanos, nunca existiu e nunca existirá. Existe TRATAMENTO IGUALITÁRIO diante da lei, onde elas funcionam, na Democracia. Sempre que se quis "igualar" seres humanos - que são naturalmente únicos e diferentes entre si - se violentou a liberdade e a individualidade, solapando a todos pela preguiça e mediocridade, matando talentos e aptidões individuais como o empreendedorismo e a inovação.
Fato: A ordem política moderna, desde a Revolução Francesa, fez as pessoas acreditarem que a igualdade e liberdade individuais são valores fundamentais. Mas eles são contraditórios. A igualdade só pode ser assegurada se forem diminuídas as liberdades daqueles que estão em melhores condições. Simples assim.
Se quiserem relativizar a liberdade, talvez um modelo socialista possa funcionar na prática, mas a democracia e a liberdade são irmãs siameses, inegociáveis para a prosperidade e progresso humano e uma depende da outra. Qualquer sistema que prescinda das duas está fadado ao insucesso.
O capitalismo é processo, o socialismo é projeto. Processo segue uma dinâmica própria, natural, projetos estão sujeitos as falhas humanas. A história é pródiga de exemplos.
Isso não quer dizer que um sempre será justo e outro injusto, a virtude estará no meio sempre e ambos os regimes econômicos tiveram evolução acadêmica e correção de rumos. Não existe no mundo atual um sistema puro, como idealizado e pensado no passado.
A panaceia não existe, mas as distorções precisam ser administradas e corrigidas para proteger o mais fraco. As pessoas de bem são assim, não existe monopólio da virtude e bondade do socialismo, como não existe a crueldade do lucro a qualquer preço no capitalismo. Todos nós, acadêmicos, políticos, formadores de opinião, mesmo empreendedores e trabalhadores precisamos ter consciência disso e tentar mitigar o sofrimento causado pela pobreza e tentar corrigir as injustiças sociais e desigualdades que atingem os menos favorecidos.
Uma coisa eu não tenho dúvida: A justiça social verdadeira e sustentável só existirá com prosperidade e progresso. A mola mestra disso chama-se LUCRO, o verdadeiro combustível do crescimento e do investimento.
O resto é conversa fiada de aproveitadores, a maioria em proveito próprio, de um flagelo da humanidade que é a desigualdade e as injustiças sociais.

segunda-feira, setembro 16, 2019

E o ataque na Arábia Saudita? Como fica o Brasil?


Sobre o ataque aos poços de petróleo na Arabia Saudita.- Clique e veja
  1. Não creio que o Irã esteja envolvido, se estiver, é de forma indireta e está testando Trump.
  2. A guerra civil do Iemen existe um grupo inimigo da Arábia, tudo indica que foram eles, terroristas.
  3. O preço subiu 15% porque a redução da produção é estimada em 5 milhões de barris, a maior paralisação da produção em conflitos na história.
  4. Arábia tem estoques enormes e os EUA também têm. Os preços devem cair porque preço alto incentiva a produção do Xisto e outras tecnológicas e os produtores não gostam muito. Os preços altos serão temporários.
  5. A Venezuela pode ter um folego com esta alta , mas será paliativo, nem petróleo eles conseguem produzir mais,país acabou nas mãos de Maduro e do socialismo do século XXI. Piada;
  6. A empresa estatal Saudita fará um IPO e se deu bem com essa história, mas me recuso a pensar que eles possam ter provocado isso para valorização dos ativos, como ocorreu com as empresas petroleiras, mas não seria impossível.
  7. Uma turbulência que gera mais incerteza global, mas não acredito em guerra e ataque americano ao Irã, isso é especulação de gente que é louca para ver o Trump começando um conflito armado. Não cabe mais isso no mundo atual, guerras agora só se for cibernética ou conflitos locais e regionais no terceiro mundo.
  8. A incerteza traz mais nebulosidade a uma possível freada no crescimento global, mas ainda sem confirmação, só corrobora que a demanda por Petróleo não seria tão alta para manutenção dos preços altos. Se os preços ficarem altos por muito tempo ( o que não acredito) pode jogar lenha na fogueira de uma crise de freio na economia mundial. Espero que não.
  9. Esses preços mais altos, mas temporários na minha visão, podem afetar alguns países, mas não o Brasil que hoje depende pouco do petróleo externo, e além disso a correção de preços que a Petrobrás fará (ou deve fazer) não impactará na inflação, ou o impacto será pequeno, quase desprezível. O risco pode ser o diesel que está no limite para gerar uma nova crise com os caminhoneiros, ai sim, seria problema grave como assistimos em 2018 e levou de 1% a 2 % do PIB.
  10. O COPOM amanhã deve abaixar os juros, sem se preocupar com esse fato, até porque precisamos crescer e os juros baixo hoje é nossa melhor saída para prosperidade.Precisamos crescer, crescer e crescer.
  11. Até que ponto isso vai atrapalhar o Brasil? Depende da duração da crise e da alta do petróleo, mas os efeitos serão pequenos e mesmo na economia global isso é mais marola do que tsunami.
Eu acho, só acho.

sábado, setembro 07, 2019

A evolução da exportação mundial e do PIB desde os anos 60




Clique e veja os clips completos

Exportações


PIB


Muito bacana os gráficos animados.
Mostra claramente a evolução da China e a manutenção sempre dos países do G-7 na cabeceira da economia global.
A relação nosso PIB x exportações é ridícula, mas mostra que temos muito potencial ainda para avançar e crescer.
Sou testemunha ocular da ascensão chinesa. Tive oportunidade de viajar mais de uma dezena de vezes para lá, desde os anos 90 até recentemente. Vi as estatísticas e a pujança, e lá ainda tem muita gordura para queimar, ainda bem.
Os EUA é a locomotiva mundial, sem dúvida.
É aqui que enxergamos claramente o que é primeiro mundo e terceiro mundo.