domingo, agosto 30, 2015

Saídas e alternativas para o Brasil?



Um monte de gente tem criticado os erros cometidos e os graves problemas que temos. Tenho dito que não existem planos para o futuro, nem da oposição. O que fazer para sairmos da crise atual? Como consertar erros e mazelas deste governo populista que detonou as contas públicas?
Vamos tentar mostrar algumas opções, mas antes precisamos deixar algumas considerações:

  1. A justiça social não é incompatível com o livre mercado e o lucro. A esquerda irresponsável acha isso e prega que o estado de bem estar social não pode viver no livre mercado. Uma grande mentira.
  2. Toda economia que fracassou, a história é prodiga em exemplos, foi quando estouraram os gastos públicos. Gasta-se mais do que se arrecada. Keynes ajudou muito o raciocínio do estado como indutor do processo econômico, a teoria dele teve sua serventia para recuperar os EUA e o mundo pós crise de 1929, que aliás foi agravada por erros cometidos na condução da política econômica na época. Keynes é passado, vários países mostram que podem ter o bem estar social e o mercado livre, com setor produtivo forte e geração de lucros.
  3. A Suécia saiu de grave crise dos anos 90 com a racionalidade e firmeza nas suas ações e posso citar como exemplo, onde o bem estar social e a economia andam de mão dadas. A Suécia é um grande exemplo de modelo que funciona. Claro que lá, pelas condições de cultura, etnia, educação e mesmo variáveis sócio econômicas são favoráveis, mas o modelo customizado serviria para muitos países, pelo menos os pilares dele: Equilíbrio das contas públicas.
  4. O discurso da "justiça social" é maravilhoso e não monopólio de algum altruístas, qualquer cidadão do bem e com um mínimo de instrução quer ver seus país atendendo as mínimas condições de bem estar social, O que estamos assistindo agora, e principalmente no Brasil é um monte de espertalhões que usam este discurso em benefício de projetos pessoais e partidários.
  5. Precisamos ter planos de futuro, de longo prazo. Esquecer as eleições próximas e os companheiros e pensar na nação, no futuro.
Será redundante falarmos que reformas urgentes precisam ser feitas: A reforma política, a reforma tributária, a reforma do código penal e de processo, etc... mas se estabelecermos algumas premissas e metas para o futuro podemos tocar algumas ações em paralelo a estas importantes e inadiáveis reformas.
Vamos lá:
  1. Redução da carga tributária, assim como fez a Suécia nos anos 90 (Reduziu de 52% para 44% do PIB). Ao invés de criar mais impostos (que não passaria no congresso de jeito nenhum) precisamos tentar esta saída para tornar as empresas mais produtivas e competitivas, principalmente na exportação. A desoneração tentada, era boa, mas não funcionou, é preciso insistir nisso, de maneira sistêmica e não privilegiando alguns setores.
  2. Acelerar as privatizações da infra estrutura. Já que o governo tem um buraco nas contas, atrair o capital privado com projetos sustentáveis e de longo prazo. Os gargalos que o Brasil tem na infraestrutura nos tira oportunidade e aumenta os custos e desperdícios. Dá para fazer um programa rápido e eficaz, se ficar longe de debates ideológicos.
  3. Se temos grande dependência das commodities para exportação, é preciso criar condições de melhorar a produtividade do setor mineral e agrícola, mesmo quando a economia global reduzir a demanda. Como agora onde preços e a demanda caem , principalmente na China, nossa economia sofre porque não estávamos preparados para esta fase ruim.
  4. Reduzir a máquina pública, o tamanho do estado, A presidência dos EUA tem 500 funcionários, a nossa aqui tem 18 mil- Clique e leia. Existe uma grave distorção. Porque 39 ministérios, improdutivos e perdulários? É preciso enxugar o estado, URGENTE, com menos tamanho ele será produtivo e eficiente, além de colaborar com a gestão das contas públicas.
O maior problema do Brasil hoje é o deficit público. A inflação é parte disso, a recessão também. O estado precisa cortar na carne e o ajuste fiscal proposto é o começo da saída.
Outras medidas para fortalecer a produtividade da indústria e  dos serviços, focar em alguns pontos da nossa infraestrutura ( como portos e as estradas que escoam a produção agrícola) poderiam funcionar no médio prazo.
Redução da carga tributária com certeza poderia reduzir a arrecadação, mas se acompanhada do corte de gastos não teria tanto impacto, inclusive corroborando este corte, que precisa ser profundo e na carne. Porque temos 113 mil cargos comissionados? 
Os programas chamados sociais precisam de ser melhor explorados, com contrapartida do cidadão, com prazo de validade, para induzir a vontade e a esperança e não deixar uma legião de desocupados.
Incentivar os investimentos via lucro e aumento da produtividade. 
Falar em educação e saúde seria redundante, mas URGE uma solução para estes setores, que com certeza podem melhorar na produtividade se alguns custos forem reduzidos e aplicadas metas de resultados para gestores públicos.
A inovação e a tecnologia devem receber cuidados especiais que podem vir com o aumento da produtividade das empresas. No médio e longo prazo se descuidarmos destas questões estaremos liquidados, vivemos na sociedade do conhecimento e na era da informação.
O Brasil tem muitas vocações e força em algumas premissas que podem nos fazer fortes e competitivos. 
O nosso mercado  é grande, perde para poucos países e nossa força se bem trabalhada pode ser fator de ganho na economia, claro que administrada a questão de demanda agregada, inflação , câmbio , etc.
O Brasil precisa de seriedade e visão futura, não precisa de nomes e heróis. As questões sociais e econômicas são complexas, mas com metas estabelecidas e gestão eficiente podem ter resultados. Não podemos nos comparar com Suécia, Coréia do Sul ou México, ou mesmo Chile e Colômbia, mas se olhar os que estes países fizeram para sair de crises e preparar o futuro, poderíamos aprender.
Infelizmente nosso rumo hoje está pautado em idéias dos anos 50, com exemplos de fracassos claros e provados e enquanto uns seguem firmes rumo ao futuro, estamos afundando como a Venezuela e a Argentina, os dois exemplos, nossos pares, que mostram que insistir nos erros sempre sobra para a sociedade e o futuro.

sexta-feira, agosto 28, 2015

Brasil no final do agosto e o rumo nada...


A recessão se confirma: PIB recua 1,9% no 2º trimestre, e país entra em recessão técnica Clique e leia

Contas do governo têm déficit primário de R$ 7,22 bilhões em julho - É o pior resultado para meses de julho desde 1997 - Clique e leia


A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira que as contas do governo registraram em julho um déficit primário (receitas menos despesas, sem contar juros da dívida pública) de R$ 7,22 bilhões. É o pior resultado para meses de julho desde 1997. Em julho do ano passado, as contas do governo registraram déficit de R$ 2,21 bilhões.
Já nos sete primeiros meses deste ano, o déficit foi de R$ 9,05 bilhões, também o pior resultado desde 1997. Em igual período do ano passado, foi registrado um superávit de R$ 15,14 bilhões.
Segundo o Tesouro, as receitas totais subiram 4,3% nos sete primeiros meses ano (em termos nominais, sem descontar a inflação), contra o mesmo período do ano passado, para R$ 733 bilhões. O aumento das receitas foi de R$ 30,4 bilhões sobre o mesmo período do ano passado.
Já as despesas totais subiram o dobro nos sete primeiros meses deste ano (ainda em termos nominais): 8,7%, para R$ 613 bilhões. Neste caso, o aumento foi de R$ 49,2 bilhões. 
Os gastos de custeio avançaram 14,5% na parcial deste ano, para R$ 139 bilhões – um aumento de R$ 17,68 bilhões.
As despesas com investimentos caíram 31,4% nos sete primeiros meses deste ano, para R$ 32,26 bilhões. A queda frente ao mesmo período de 2014 foi de R$ 14,78 bilhões, de acordo com o Tesouro.

Só se fala em ajuste fiscal, sem consistência. O governo sinaliza em cortar mais despesas, mas não vemos nenhuma ação prática. A arrecadação cai  e as despesas não caem, se estamos já desajustados vamos ficar ainda mais.
O Brasil afunda a passos largos. As prefeituras e estados começam a entrar no sufoco, a máquina econômica vai sentir muito, principalmente nos pequenos municípios que vivem exclusivamente do FPM.

O pior é que não temos nenhum projeto de futuro. Sem nada para amenizar e resgatar a credibilidade. Nem a oposição apresenta nada de concreto que pudesse tranquilizar a sociedade.

A crise é grande, politica, econômica e institucional. Todos pagaremos, alguns já pagam e os mais humildes vão ser os mais penalizados. De tudo que se vangloria o PT e Lula, dos ganhos sociais, que por um tempo não foram sofismas, passam a ser parte do passado e as pessoas já perdem isso. A estagflação é mortal para os mais pobres. O desemprego desgrega famílias, a inflação limita a qualidade de vidas das pessoas.
Vamos rezar.



quinta-feira, agosto 20, 2015

Ecos de agosto na crise institucional - 20/08/2015



A situação ainda está crítica.  No campo institucional e econômico estão todos os atores perdidos, a imprevisibilidade é a marca de agosto.


  1.  No cenário econômico a recessão mostra suas garras, os bons indicadores caem e os maus sobem. Desemprego e inflação, alem da perspectivas de mais recessão em 2016 dominam a cena e apavoram os atores. 
  2. No campo politico, Dilma arrefeceu a onda contraria com a adesão de Renan e de raposas politicas, queimadas com certeza, mas profissionais. Dizem que o governo está terceirizado para Renan. Impeachment? Renúncia? Pouco provável, pelo menos por enquanto, mas não impossível.
  3. O parlamentarismo "branco"tocado por Eduardo Cunha a revelia de Dilma, agora está na mão de Renan Calheiros e Eduardo Cunha [e bombardeado por acusações. É ilusão achar que Eduardo Cunha renúncia, antes serão precisas provas contundentes contra ele, o "batom na cueca"como falam os deputados, por enquanto não apareceu.
  4. A dinâmica continua, TCU, TSE e outros percalços que somados aos problemas econômicos agravam a crise institucional.
  5. No fundo nem governo e nem oposição apresentam um plano concreto para solução da crise econômica e politica. Muita confusão. 
Considerando estes fatos, me fez trazer uma reflexão inspirada no Livro do Paulo Rabello de Castro, O Mito do Estado Grátis quando aborda a transformação da China nos anos 80 com Deng Chiao Ping, o grande mentor da prosperidade e mudança na China.
Aspas: Deng foi um homem de gestão publica eficiente. Ele sabia que só discursos não provocam transformações. É preciso decisões firmes, seguidas de acoes consistentes e, em seguida, calibradas por aferições e revisões sucessivas dos resultados obtidos. Fecho aspas. Pág.  238.
O que foi feito aqui? Nada. Um ajuste fiscal sem consistência, inexequível, aumento de impostos para sacrificar ainda mais a classe produtiva que já pena com a recessão. 
Agora, em medida claramente direcionada ao setor automobilístico, coloca mais crédito fácil e barato afrontando a seriedade e credibilidade do ajuste fiscal que se propõem. 
Medida inócua e temporária não vai resolver nada e mancha a austeridade do ajuste, Mais privilégios a um segmento?
Menos intervenção e mais governo com planos consistentes e credibilidade poderiam animar s investimentos e conter as demissões, já que este é o calo da vez.
Interferir menos e governar mais, assim se faz melhor e este governo com todos os seus erros mostrou o pior. Intervenção desastrada e falta de ajustes e correções do rumo.
Um plano de metas de médio e longo prazo deveriam ser colocados na pauta.
nem a oposição consegue isso e Renan, o "primeiro ministro"atual coloca uma "espuma"como disse corretamente Eduardo Cunha.  
Vamos afundando, sem rumo, sem propostas concretas.
Gente esperando o quanto pior melhor, mas esquecendo que todos pagamos a conta.
Sinceramente espero sair desta imprevisibilidade. Isso para tudo, abala as instituições e só traz incerteza e problemas que distanciam a solução.
Uma pessoa sensata e realista, sem emoção e paixão politica vai querer dormir agora e acordar mais na frente, quando tudo estiver mais claro.
Enquanto isso a conta fica mais salgada.

sábado, agosto 15, 2015

A manifestação do dia 16/08 e os rumos do Brasil



A crise do Brasil continua. Não vê quem não quer ou quem não tem interesse em ver. A economia está de mal a pior, chegamos a ponta do sistema. Os indicadores são péssimos e as projeções piores.
Parte da população, ou melhor, a maior parte está indignada e já sentindo o efeito da crise.
Existe uma outra crise, a existencial, de muitos eleitores do PT e Dilma que agora se sentem enganados. Ir a rua amanhã? Eu vou, cumprir meu papel de cidadão, mas não podemos esperar muito.
Esta manifestação, infelizmente, não será divisor de águas da política nacional.
A cada reação corresponde a uma reação em sentido contrário (Física). Na política também é assim.
O governo e o "status quo" reagiu. Não vamos julgar os personagens da reação e nem os interesses deles, mas houve a reação e foi competente.
Esta coisa de impeachment é uma grande ilusão coletiva. Não é fácil, simples e sempre será traumático. Não dá para comparar a situação de Collor com a de hoje. São épocas distintas, personagens diferentes e contexto novo. A dinâmica da política não permite isso.
Dilma reverteu vários percalços que tinha. TCU, TSE, e mesmo na base com a reação que foi positiva para ela. Quem ganhou ou quem perdeu? Não sei, o país continua em crise institucional e econômica.
Algo precisa ser feito. O rumo não existe, nem a aposição apresenta algo de concreto e factível,
Criticar é fácil. Apresentar solução e proposta nem tanto.
O impeachment é um sonho de muitos. Sinceramente não sei se é a melhor opção. Quem ganha com isso? E a qual seriam os próximos passos? Tenho minhas convicções hoje para dizer que o impeachment é uma das piores saídas para o Brasil. A renúncia dela com certeza seria, mas é pouco provável, quase impossível.
Renúncia? Pouco provável. O que sobraria para estancarmos a hemorragia da crise? A figura ilustra bem. Eles já reagiram, a tropa de choque está em campo, só profissional, do bem ou do mal, deixemos para lá. Os custos e os conchavos desta reação nunca saberemos, mas não devem ter sido republicanos, eu acho.
Não importa agora. O Brasil precisa retomar o rumo e estancar a crise. Porque digo isso? Porque a crise institucional contamina a economia que acaba contaminando a crise política. É ciclo vicioso perverso e todos pagamos por isso.
Amanhã teremos um movimento. Deve ser relevante. Nós lavaremos nossa alma e vamos exercer a cidadania, mas não muda o congresso e nem sei se ele quer mudar. Para atingir 2/3 de votos não é fácil, é mudar a constituição. Hoje, independente das questões jurídicas, o impeachment estaria na berlinda, não sei se 2/3 do congresso votaria pró impeachment, e além disso a reação do governo é avassaladora, já começou. 
Uma análise fria de quem seria o maior beneficiário do impeachment dá para ter uma noção do ânimo da classe política. O medo de convulsão social é outro temor, errado, porque estes marginais de movimentos , ditos sociais, não podem pautar o Brasil.
Vamos aguardar os próximos lances. Antes, acreditava no processo de impeachment (mesmo sem eu ser a favor), hoje tenho minhas dúvidas se ele vai prosperar. A CD só vai pautar esta questão se existir o mínimo de chance de passar, e não será fácil. Sonhar é parte da vida, protestar e se indignar da vida política. Vamos fazer os dois, sempre pensando que ainda não vimos um projeto de futuro para o Brasil.
O triste é ver que o Brasil afunda e a conta chegou. A aventura populista, como não poderia ser diferente, vai fazer estragos aqui. Não conto nem com os que se enriqueceram com o "discurso da justiça social", que no fundo, todos nós queremos.

quinta-feira, agosto 06, 2015

Agosto de 2015- Ecos da crise institucional- A história se repete?

Resultado de imagem para explosão

Agosto no Brasil é marcado por vários episódios da vida política do Brasil. Muitos consideram mau agouro, mas a vida segue. Coincidência ou não, estamos vivendo mais um mês de agosto com sinais de que teremos muitas turbulências.
Escrevi outro dia no FB: A dinâmica da política não permite que fatos sejam repetidos de forma idêntica e com os mesmos efeitos, até porque os personagens mudam. Entretanto é possível fazer analogias. Digo isso porque na crise que estamos vivendo vai ter um episódio que pode ser análogo a crise de 93 que tirou Collor do poder.

Collor foi a TV e conclamou o povo para vestir verde e amarelo e mostrar apoio ao seu governo. O povo foi para rua de preto e colocou lenha na fogueira do Impeachment.
 

Escrevi isso quando foi anunciado o programa que o PT fará na TV, exatamente hoje dia 06/08. Segundo conversas o conteúdo deste programa será uma comparação entre os anos do PT e a era FHC. Sem entrar no mérito, é um tremendo sofisma e desonestidade intelectual comparar governos sem traçar as referências de comparação. Com todo respeito aos acertos do PT ( e foram muitos), eles erraram muito mais, a conta esta ai e todos pagaremos. Apesar dos erros crassos cometidos na economia o Brasil avançou. Diria que poderíamos ir mais surfando na onda da prosperidade global do inicio do século XXI -2000 a 2010, tirando 2008 e 2009 que tivemos a crise.

O cenário hoje é apavorante, nunca fui alarmista, mas coloquei a imagem de uma explosão porque estamos vivendo uma crise institucional e econômica sem precedentes.

Projeções econômicas já dão 3% de queda do PIB e inflação de 2 dígitos, isso é configurada uma estagflação, um desastre econômico. Andam culpando "crise mundial", Lava Jato, etc, mas no fundo o que aconteceu foi na verdade erros e equívocos cometidos pelo populismo e politicagem.

Quando o executivo culpa o congresso pela tal "agenda Bomba" ele só acirra os ânimos e complica cada vez mais sua situação. Não existe mais base aliada do governo esta é a verdade.

Neste cenário tudo fica ruim, salário perde poder de compra, desemprego aumenta, arrecadação cai, etc...uma bola negativa vai crescendo retroalimentado as projeções negativas e os efeitos ruins na economia real.

Ontem em Brasília ouvi no congresso de alguns prefeitos a queda brutal na arrecadação via FPM ( Fundo de Participação dos Municípios), para muitas prefeituras a única fonte de renda da cidade.

Só um exemplo, real, sem citar o nome da cidade: Arrecadação prevista e orçada para Julho era de R$ 270 mil, o repasse foi de R$ 70 mil. Dá para imaginar o estrago que isso faz?

Atraso de salários e fornecedores, isso repercute no comércio da cidade que acaba repercutindo em outros segmentos da cadeia produtiva e econômica.

O problema chegou a ponta do sistema. Eu não consigo imaginar o tamanho desta encrenca, mas será grande. A mídia e a população ainda ouve falar aqui e acolá que estamos em crise, muito ainda não sentiram no bolso, mas o "bicho" está chegando.

Pois bem, o reflexo disso, instintivamente por alguns, dolorosamente por outros, com base em informações e conhecimento de outros tantos a popularidade na Dilma despenca e chega a 8% de aceitação. Dados de hoje da pesquisa Datafolha. É a maior taxa de reprovação de um presidente já registrada na série histórica do Datafolha desde 1990. Clique e veja

O quadro político que senti em Brasília:

  1. Pedalas fiscais e a grande probabilidade da rejeição das contas dela pelo TCU dará gancho para abertura de um processo de impeachment. Não podemos ainda afirmar que irá acontecer, mas diria que a chance da instauração deste processo é de 90% hoje. O rito deve se dar pelo plenário e depois começará a correr o processo. Não será Eduardo Cunha somente, será o Congresso e acho que com o apoio de muitos petistas.
  2. A chance deste impeachment passar não pode ser precisa, mas a chance é grande. A aceitação dela pela população, os graves problemas econômicos que demanda uma quebra deste ciclo perverso são mais do que motivações para este desfecho. Diria que é hoje mais do que 60%, sem reconhecer que ela vai lutar, não dá para saber em quanto tempo isso vai acontecer e será uma batalha feroz.
  3. Hoje haverá "panelaço" no programa do PT, mais forte que o anterior com certeza. As pessoas não só da elite (como alguns querem afirmar) já estão sentindo os efeitos da crise.
  4. Dia 16/08 está sendo convocada manifestação pública e este episódio pode ser o divisor de águas para a deflagração definitiva do impeachment.
  5. Não sou a favor de  impeachments, mas chegamos um ponto que o futuro do país e a governabilidade são mais importantes para nosso futuro. Eu hoje digo que com Dilma lá a crise só aumenta e a dor será maior para toda população.
  6. Outras opções ao impeachment seriam um parlamentarismo (acho pouco provável porque hoje já está acontecendo de fato), a renúncia dela? Seria, mas acho neste momento ainda improvável, apesar de que se ela sentir que não tem jeito pode seguir este caminho. Dirá como Jânio Quadros em 1961 que forças ocultas fizeram-na tomar esta decisão. Hoje acho que ela não faria, até pelo seu estilo de "xerifona", mas não seria impossível e aliás, seria bom para o país.
  7. No congresso alguns deputados advogam a convocação de novas eleições, seria a melhor alternativa para o Brasil estancar a hemorragia desta crise econômica e política, mas também acho pouco provável, mas não impossível.
Vamos acompanhando, mas diria que a contagem regressiva para começar o impeachment começou, mas reitero que qualquer previsão de resultado ainda é prematura, mas começando a ficar bem clara. Vamos esperar dia 16 e as próximas ações do Congresso.