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Em fevereiro deste ano tivemos um recorde histórico, desde 1947 não acontecia isso, mas e dai?
Seguinte: Não é de todo mal, tem mês que podemos ter déficit ou superavit. No final é o importante. O cambio derrubou a balança comercial e os gastos externos aumentaram basicamente, isso provocou o déficit.
É aceitável tecnicamente um déficit de torno de 3% do PIB. Se o BC elevou as projeções deste ano de US$ 40 bilhões para US$ 49 podemos tirar coisas boas dai. O Brasil está em crescimento, existem entidades dispostos a financiar este déficit, temos reservas de US$ 240 bilhões, e o consumo no exterior bateu também recordes, ou seja, mais gente gastando lá, o que não é de todo mal no mundo globalizado e na situação das pessoas em ascensão social aqui dentro.
Isso é natural, para 2010 estima-se que este déficit pode chegar a 2,5% do PIB, mas tem uma bela notícia. O investimento estrangeiro superou a média mensal de US$ 2,7 bilhões e bateu a casa dos US$ 2,9 bilhões. A bolsa agradece, mas o ideal mesmo seria fechar o ano com superavit e coberto pelos IED (Investimentos Estrangeiros Diretos).
Os fundamentos estão bons, a gestão precisa ficar na ponta da rédea como dizemos, ano eleitoral, potencial de crescimento de 5% com riscos inflacionários, enfim, o BC não pode vacilar.
O déficit nas contas não pode também coincidir com o constante aumento dos gastos públicos, principalmente custeio. Eles contigenciaram agora um bom dinheiro,mas não tocaram na ferida dos gastos públicos que só fazem nos deixar em risco.
O déficit de fevereiro mostrou coisas boas e ruins, mas o BC deve ficar em alerta permanente para não desandarem muitos avanços que tivemos. Ano eleitoral é um perigo, sempre.
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