quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Governo zera dívida indexada ao US$

1-)Dívida pública nacional é zerada no indexador dólar e país é já é credor em US$

Espera ai, a notícia não é tão boa como parece. A dívida pública atual está na faixa de R$ 985 bilhões.Chances reais de chegarmos ao marco histórico de R$ 1 trilhão.Com certeza haverá comemoração e exploração política pela oposição.Existem, porém alguns dados positivos relacionados aos atos do BC:
- Somos credores no lastro cambial atualmente e isso quer dizer que não temos mais papeis atrelados ao dólar.Este fato nos imuniza de crises internacionais, fato muito louvável.Crises internacionais com ataque especulativo a moeda (exemplo de 1997) não trarão riscos mais sérios ao país e neste caso bolsas de valores e comércio internacionais seriam os mais afetados.
- Existe uma ação do governo de alongamento da dívida,aumentando o período de resgate.Eles fazem o famoso SWAP (em inglês significa troca) trocando papéis de curto por de médio e longo prazo. As fundações e fundos de pensão têm colaborado no neste alongamento do perfil da dívida e defendo há muito esta idéia.Bom para todo mundo.
- O perigo ainda mora na questão do perfil desta montanha de dinheiro, com quase metade atrelada a taxa Selic (juros oficiais) , um quarto em papeis com juros pré-fixados e outro um quarto em índice de preços. Uma das explicações principais para manutenção da abusiva taxa de juros é esta: Precisamos remunerar o capital para rolar a dívida,outra é a contenção do consumo para não elevar a inflação.Uma elevação no índice de preços eleva nossa dívida, mas menos que a manutenção dos juros que eleva muito mais.Poderia ser trocado o perfil da dívida,mas ai a dificuldade de captação e rolagem será maior.
Chances reais de chegarmos a R$ 1.000.000.000.000.00,00 ainda em 2006.Número cabalístico!Com toda certeza será explorado pela oposição e politicamente.

Em 2007 o cenário do desequilíbrio da conta nacional com o déficit real(tópico anterior do BLOG) será complicado para o novo governo, seja PT ou outro.
A carga tributária nas alturas não permitirá ajustes nesta direção, então o que fazer?Subir mais os juros, cortar despesas e reduzir investimentos?Recorrer ao FMI para zerar o desequilíbrio?Façam suas apostas. A minha é no FMI e na manutenção dos juros, mas até lá as coisas podem mudar, para pior ou para melhor.Esperamos que melhorem!

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