O mundo ainda é movido pelo petróleo, mas isso vem mudando e desde a década de 70 as mudanças estão aceleradas.
Algumas considerações e projeções para o petróleo:
- O petróleo não vai acabar, mas os preços despencam, a oferta cresce e cai a demanda fortalecendo esta tendência.
- Os EUA consomem 25% do óleo mundial e é o maior importador até aqui,vai virar exportador pelo xisto- Clique e leia- Independência energética dos EUA tem potencial para mudar o mundo.
- Os maiores produtores não seguiram a OPEP para segurar a oferta e não deixar o preço cair. Os países fora, grandes produtores por vários motivos não puderam acompanhar também. México porque precisa expandir,Venezuela porque vive sua crise apesar de ser um dos cinco maiores. Hugo Chávez fez sua lambança com o preço alto do petróleo e agora paga a conta da lambança e do baixo preço. Rússia em crise precisa produzir principalmente depois da aventura expansionista na Ucrânia e os EUA,vão se tornar independentes com a tecnologia da exploração do xisto.
- O nosso Pré Sal naufraga, olhe o que escrevi em 2013,mas bem atual: Clique e leia: Reflexões sobre o Pré Sal. Quanto menor o preço, pior para o Pré Sal.
- A Petrobrás enfrenta problemas sérios. Além da falta da credibilidade, problemas com a justiça americana, falta de caixa, deve perder o "investment grade". Isso quer dizer custos mais altos para rolar sua bilionária divida de US$ 200 bilhões estimados, sendo 80% em US$ e 10% em EU. O câmbio deve ainda complicar a vida da Petrobras. Não se assustem se houver uma "divestiture" ( divisão em várias) ou mesmo um "default" negociado,o que vai ainda atrapalhar mais. Resumindo: Trapalhadas e politicagem do PT quebraram a Petrobrás e a saída da crise é complicada.
- O preço ainda cai pela mudança da fonte na matriz mundial, nestes dois próximos anos pelo arrefecimento da economia nos países emergentes e pela eficiência no consumo pelas questões ambientais. Em 1973 era de 48% sua participação hoje não chega a 33% em viés de queda pelas fontes alternativas. A tecnologia e a consciência ambiental trabalhando pela humanidade.
- O preço baixo do petróleo tem sua serventia,pode ajudar os países que enfrentam problemas de baixo crescimento. Alguns países que patinam por erros do passado podem surfar na onda da queda do preço do óleo.
- Países como Irã,Venezuela e Rússia podem ter consequências políticas e institucionais dado esta queda, mas pode ser até bom para estes países uma mudança política,mesmo que sangre no primeiro momento.
- O preço hoje na faixa de US$ 60 o barril, deve cair e já há projeção para US$ 40. Vejam a curva:
O Brasil errou muito, quando o preço estava alto a Petrobras bancou parte do consumo, agora com o preço do barril baixo eleva o preço dos produtos. Alguns dizem que no setor energético os erros do PT são maiores do que na economia. Tenho que concordar e há muito venho falando isso aqui.
Para 2015 e 2016 podemos esperar a volta da CIDE - Clique e leia sobre a CIDE-
O preço baixo e o déficit facilitam este cenário. Anotem ai que teremos mais este imposto ou algo semelhante.
Com relação ao Etanol,muitas empresas quebraram ou estão inviabilizadas pelo alto endividamento nas taxas escorchantes do país. Seguram os preços da gasolina artificialmente e isso tirou a competitividade do etanol. Agora com preços mais baixos do petróleo a coisa pode se complicar ainda mais para eles. Falta política de governo para segurar esta importante fonte de energia que já teve excelentes momentos.
Com relação ao Etanol,muitas empresas quebraram ou estão inviabilizadas pelo alto endividamento nas taxas escorchantes do país. Seguram os preços da gasolina artificialmente e isso tirou a competitividade do etanol. Agora com preços mais baixos do petróleo a coisa pode se complicar ainda mais para eles. Falta política de governo para segurar esta importante fonte de energia que já teve excelentes momentos.
Setor Elétrico
Previsões e considerações:
- No verão de 2014 e 2015 já temos riscos elétricos. Apagão pelo excesso de cargas e pela quebra na chuva esperada,choveu 40% do esperado até agora.
- Abril de 2015, quando voltar o período seco deve haver racionamento. Como o governo não suporta esta palavra, deve colocar nome como programa de eficientização, gerenciamento seletivo da carga, etc. O que deve acontecer de verdade é falta de energia e desligamento seletivo de cargas.
- Reservatórios devem continuar em níveis críticos e as térmicas rodando a plena carga sem margem para a manutenção e encarecendo os custos.
- Leilão A-1 fracassou e 85% da energia das distribuidoras estão descobertas gerando mais custos para elas.
- 2015 começam a renovação das concessões das distribuidoras, vai dar muita discussão de como será o modelo da renovação. Vem ai outra MP 579? Não acredito,o estrago desta foi muito grande para repetição do erro.
- A bandeira tarifária é de certa forma um alívio,mas diante desta descontratação o sinal amarelo acende novamente.
- O PLD limitado, os limites máximo e mínimo do Preço de Liquidações de Diferenças (PLD) para o ano de 2015 em R$ 388,48/MWh e R$ 30,26/MWh, tem vantagens e desvantagens. A artificialidade da medida e mais uma intervenção são problemas sérios. Clique e leia sobre a resolução da Aneel.
- O PDL mais baixo ajuda a conter um grave problema de "default" que acabaria de vez com o modelo, mas quando falta energia o preço tende ao infinito e esta é a verdade que precisa ser encarada.
- A modicidade tarifária tem sua serventia, mas intervenção e artificialismo em preços uma hora são penalizadas pelas leis naturais do mercado. Podem esperar que a conta chega.
Falta energia, esta é a verdade. Obras atrasadas agravam o problema, amenizado paradoxalmente pelo baixo crescimento econômico, mas não se iludam, o consumo residencial não caiu, cresce normalmente e isso será mais um problema corroborando minhas considerações. Custos altos e riscos da escassez, esta será a toada em 2015 e muito provavelmente em 2016.
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