Não adianta fugir do problema, o Brasil tem problemas sérios na economia e precisa de correção de rumo. O primeiro mandamento para se enfrentar um problema é reconhecê-lo e admitir que ele existe. Este tem sido meu receio com o novo mandato de Dilma. Eles não aceitam a situação e acham que o caminho que seguem é correto. Os números mostram o contrário e a realidade começa a doer no bolso da sociedade. Se o emprego (um mistério) ainda está em bom nível, as demissões começam e o agravamento é questão de tempo. Estamos em quadro de recessão técnica (ou quase, caminhando célere), para este ano devemos (se crescer) estar na ordem de 0,3% (contra 2,5% previsão original) e 2015 em 1,4% contra 3% previstos.
Estagflação é um estado sério que mistura recessão com inflação. Precisamos de responsabilidade para enfrentar isso, ganhe quem ganhar.
Vários economistas e historiadores da economia colocam algumas premissas para o desenvolvimento de uma nação. Eles são chamados de liberais pelos esquerdistas que insistem no sonho de um novo "socialismo", A história mostra os exemplos e só o onírico caminho várias vezes tentado e fracassado ainda são discurso para estes.
Na linha do liberalismo e lastreado em fatos e exemplos ao longo da história podemos dizer o seguinte:
David Landes, um dos principais historiadores da economia mundial coloca como "ideal para o desenvolvimento e crescimento":
- Garantir direitos de propriedade privada, a melhor coisa para garantir poupança e investimento
- Garantir direitos de liberdade pessoal contra abusos de poder e contra o crime e a corrupção
- Fazer valer direitos de contrato
- fornecer um governo estável com regras claras e conhecidas pelo público
- Fornecer um governo que reaja a problemas
- Fornecer um governo honesto que não deva favores ou posições
- Fornecer um governo moderado, eficiente, não ambicioso, para manter impostos baixos
Do livro A riqueza e a pobreza das nações de David Landes, pp.217.
Robert Barro , outro economista americano resume em seis variáveis que se relacionam com o desempenho econômico de uma nação:
- Incentivos ruins para o crescimento
- inflação alta
- déficit elevado no orçamento
- taxa de juros reais reais negativas
- restrições ao livre comércio
- burocracia excessiva e serviços públicos inadequados
Não preciso detalhar cada uma destas premissas para mostrar que o caminho do Brasil está errado, em quase tudo.
Se o próximo governante, seja quem for, não encarar o problema e mudar o caminho estamos ferrados. O problema agravado a chance de cometer mais erros é maior.
Acho que existem 4 pilares que o novo governo precisa estabelecer:
- Retomar o crescimento econômico
- Domar a inflação
- Restabelecer a credibilidade da autoridade econômica e do país.
- Resgatar a produtividade e competitividade de nossa indústrias, mesmo sabendo que o mundo todo passa por processo de desindustrialização.
Não será fácil, vamos precisar de medidas impopulares como corte de gastos, eventualmente de programas sociais. Os gastos públicos em excesso são hoje o maior problema que temos.
Já coloquei aqui:
O governo projeta um crescimento da economia e sua arrecadação, a economia não cresce e fura a expectativa da receita. Em contrapartida os gastos são orçados e normalmente estouram as previsões para cima. A conta nunca vai fechar e não assistimos nenhum movimento do governo para enfrentar este problema. Talvez hoje, seja esta a origem de nossa ameaça inflacionária e do baixo crescimento.
Não existe justiça social sem crescimento econômico, se achar que o Well fare state resolve o problema da injustiça está sendo enganado por oportunistas. O Brasil tem sido mais um exemplo do populismo e falta de projetos de futuro. Todos queremos a justiça social, mas a que tenha sustentabilidade e não interesses eleitoreiros.
Sem investimentos não existe geração de emprego e renda, sem isso não há crescimento.
A sangria dos recursos públicos para juros e administração do rombo nas contas públicas é lenha na fogueira do problema. O ciclo vicioso precisa ser quebrado. URGENTE.
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