segunda-feira, junho 17, 2013

Os problemas econômicos do Brasil hoje

Este ai é Adam Smith considerado o pai da economia.
Quando se toma um caminho econômico é sempre em detrimento de outro. A percepção de quem é autoridade econômica precisa fazer diagnósticos e olhar na frente, se antecipar a algumas coisas e eventualmente correr riscos.
O Brasil viveu crises e crises econômicas, medidas populistas e eleitoreiras do governo Sarney na época do plano Cruzado, aliás o Brasil teve muitos planos deste os anos 80, quase todos fracassaram, menos um, o Plano Real. FHC ministro da fazenda de Itamar Franco instituiu junto com economistas feras,  Edmar Bacha, Pérsio AridaAndré Lara ResendeGustavo FrancoPedro MalanWinston Fritsch e Francisco Pinto, entre alguns outros. Se quiser ver mais- Plano Real
A base para a estabilização da moeda, essência do plano, tinha como pilares:

  1. Superavit primário - Receitas menos despesas, excluídos os juros da dívida. Definido em 3% do PIB
  2. Câmbio flutuante- sem intervenções do BC
  3. Metas de Inflação - definidas de acordo com os diagnósticos e cenários.
Tudo isso exigia disciplina e rigor fiscal, ou seja, gastar menos do que se arrecada.

O Plano deu certo quando a inércia inflacionária foi quebrada com a URV e finalmente tínhamos um plano que estava dando certo.
Sem entrar em detalhes, o governo FHC que veio da sequência de Itamar, pegou crises sérias, mas sem comprometer totalmente a essência do Plano Real.

Em 2001 tivemos a crise da energia, o apagão elétrico  custou caríssimo ao Brasil e custou a eleição de Serra em 2002. O maior erro de FHC foi ter desprezado o planejamento do setor elétrico e acabou no terrível apagão.

Lula ganha a eleição e por algum tempo, talvez pela competência, conhecimento e pragmatismo de Henrique Meirelles no BC, manteve as bases e pilares do Plano Real.
Isso duraria pouco e uma mudança de rumo começa, o incentivo do consumo e crédito, que tem seu lado bom, mas é insustentável sem outras medidas paralelas, a redução do gasto público.
Lula privilegiou estas medidas de aumento de consumo que geraram endividamento e expansão do consumo das  famílias, mas precisava incentivar os investimentos e cortar gastos, fizeram exatamente o contrário.

No final do governo Lula, o viés dele foi totalmente voltado para a eleição de seu sucessor que acabou sendo sucessora. Para isso ele mexeu em coisas importantes da base do plano e algumas bombas começam a ser plantadas.

Dilma começa bem, austera, tentando organizar os fundamentos macroeconômicos, mas logo se perde.
Não consegue alavancar o investimento, o PAC poderia ser uma forma, mas a realização é muito aquém da necessidade e nunca bate o realizado e planejado (talvez nem 30% foram atingidos). A infraestrutura sofre, gargalos sérios começam a aparecer. Veio o Pibinho de 0,9% em 2012, com 2,7% em 2011 (menos mal, mas aquém do que precisamos).


E agora, o que acontece
  1. EUA bombando na economia e nosso cambio sofre ameaça.
  2. Inflação forçando a barra de alta, mesmo com desoneração e redução de energia.
  3. Superavit primário cheio de "mágicas" contábeis e fora do prumo.
  4. Precisam ganhar a eleição ano que vem
  5. Ministro Mantega fala que não mexerá no IOF sobre dinheiro de fora e no dia seguinte mexem
  6. Dizem que farão rigor fiscal e soltam programa Minha Casa Melhor com subsídio de governo
  7. Presidente fala que não sobe juros e o BC precisa mexer pela ameaça inflacionária.
  8. Viés político total quebrando a confiança do investidor e do mercado
2013 indo embora e eleição ano que vem, e agora José?

Vários interlocutores e muita dicotomia, medidas paradoxianas , algumas "stop and go".
Saída? A questão é complexa, quando mexemos em um lugar, outra peça se desloca. Humildemente não consigo opinar, mas uma que é clamor do mercado e há muito é calcanhar de aquiles do governo é gastos públicos em expansão.
A melhor medida agora seria cortar gastos públicos, mas como fazer isso em ano pré eleitoral?
Outra é restabelecer a confiança do mercado, mas também como se não existe interlocutor confiável?

Complicada a situação.

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