Relatório: 4,7 mi deixaram a pobreza em 15 anos - Terra Notícias - Clique e veja mais
Ainda precisamos melhorar muito, 7,5 milhões ainda vivem com renda abaixo de US$ 1,00 dia, mas o avanço é inegável, ainda considero migalha, mas tem seu lado bom.
Porque aconteceu isso? É muito claro que a nação diferencia de governo, o Brasil é mais poderoso que sua classe política. Desde a época de Itamar, onde tivemos um "boom" na economia nacional e o início da estabilização da moeda, este quadro se configura. Passou por FHC e Lula com seus erros e equívocos, ambos. Não adianta partidos ou políticos assumirem os louros deste dado estatístico, todos erraram e acertaram e o "filho" tem vários pais.
Poderíamos e deveríamos estar melhores, sem sombra de dúvida.
A inflação é o pior imposto que existe penalizando os mais pobres em relação proporcional exponencial, a morte do "dragão inflacionário" deu "up grade" a muitos pobres, indiscutivelmente.
A estabilidade da moeda tem ai todos os méritos, mas pagou-se um preço alto por isso.
As políticas sociais menos influência, mas tiveram também seu papel.
O maior fator, na minha opinião, foi a prosperidade mundial destes anos, principalmente os 7 últimos. Mesmo o Brasil não aproveitando todo potencial atingimos bons indicadores.
Já repararam um número cabalístico: US$ 1,00 dia, é mais ou menos US$ 30,00 mês, que na paridade atual dá em torno de R$ 60,00, o número médio do bolsa família.
Grande coincidência ou uma referência?
Na verdade, dos mortos e feridos ainda salvaram-se alguns. Não voltamos no passado para consertar erros, mas devemos aprender com eles. Na minha cabeça era para ter tirado mais gente da miséria, diga-se de passagem, este indicador é mero dado estatístico e não pode ser levado a risca, sempre teremos muitos motivos para ver e outros tantos para não ver.
Não devemos aceitar pessoas vivendo com pouco mais de US$ 30,00 mensais.
A renda deveria crescer sempre, e só acontece isso com geração de emprego, com vigor econômico do crescimento e oportunidades para todos.
Fora isso é ilusão e enganação, mesmo com este dado que a princípio é bom, mas esconde mazelas e erros, mascarando uma situação que teria sido diferente.
Assuntos que me interessam: Política, Meio Ambiente, Economia, Tecnologia, Internet e um pouco de filosofia.
quarta-feira, agosto 29, 2007
segunda-feira, agosto 27, 2007
Brasil Credor dos Estados Unidos e outra notícia boa.
Somos credores dos EUA. Nossas reservas atuais, em torno de US$ 160 bilhões dão tranqüilidade quanto a ataque a nossa moeda e pasmem: Temos US$ 94 bilhões investidos em títulos do tesouro americano. Isso mesmo! Somos credores dos americanos! Dos US 2,2 trilhões em papeis americanos no mundo, o Japão é o primeiro com US$ 600 bilhões, segundo a China US$ 400 bilhões, a Inglaterra US$ 190 bilhões em terceiro e o Brasil o quarto colocado no ranking. Com um detalhe, com muito mais recursos que os investidos pelas empresas ianques no país. Clique e leia matéria completa
Agronegócio vive seu melhor momento- Clique e veja - Folhaonline
Depois de penarmos desde 2003 o Agrobusiness parece tomar força. Importante gerador de renda e emprego, a força do campo amarga prejuízos e problemas há muito tempo. Agora as perspectivas são de melhoria. Evidentemente que não são todos os setores que vão "bombar", café ainda tem problemas, o leite também, mas as coisas parecem melhorar no geral, inclusive nestes segmentos.
A cana de açucar puxando o carro do biocombustível com outros insumos devem continuar crescendo exponencialmente.
Perdemos também a prosperidade mundial nas comodities. Erros do governos e dos produtores, correção do rumo da fartura de anos passados, antes de 2003. O PIB agrícola foi responsável por 35% do PIB brasileiro na era FHC e segurou a onda da recessão.
O Brasil parece iluminado, Lula tem estrela. A crise mundial passa batida com pouca interferência aqui e ainda somos promovidos a quase "investment grade".
O ano que vem tem eleição municipal, mas a promessa de bons ventos continua. Dependendo do que acontecer podemos ter umas investidas de alguns no quadro institucional. Por exemplo? Um terceiro mandato de Lula. Ele não quer? Agora diz isso, e na frente? Já mudou de opinião tantas vezes.
Vamos ver, mas a sinergia da política com a economia determina rumos de ações ousadas de políticos. A economia e a prosperidade podem determinar o resultado de eleição, candidatos e oportunismo de alguns. Todo cuidado e atenção, mas ainda torço e espero que o Brasil siga em frente com crescimento e oportunidade para todos.
Os erros são notórios e sabidos, mas o ajuste e correção podem ser feitas. Não imagino como mexer no Bolsa Família, mas ainda acredito que algo será feito para corrigir um dos maiores equívocos deste governo.
sexta-feira, agosto 24, 2007
Brasil pode "bombar" em 2008
O Brasil chegando, na escala da Moody's, ao chamado "investment grade" (grau de investimento). Na classificação das outras duas agências -a Standard & Poor's e a Fitch Ratings-, o país já tinha a nota dada ontem pela Moody's. As três têm sede nos EUA. Clique e veja
Grandes fundos americanos têm estatutariamente obrigação de só investir no estrangeiro em países com a classificação de "investment grade". E ai vai ter enxurrada de dinheiro?
A príncipio não, o mercado se antecipa sempre, mas vai aumentar o volume de ingresso com certeza. Clique e veja matéria do The Economist sobre a posição do Brasil.
Hoje na economia globalizada este fluxo de recursos externos é importante, no nosso caso então nem se fala.
A virada deve se dar em 2008 se continuarem as coisas como estão, no cenário mundial e local.
O governo tem mérito da responsabilidade, e só. Perdemos um grande momento e esta conta será paga uma hora.
A crise mundial ainda conta mortos e feridos, mas o Brasil saiu ileso considerando outros países. O BC ficou quieto, maturidade, e as coisas se ajeitaram naturalmente.
Vamos continuar torcendo, para o mundo e para o país. Em 2008 teremos grandes chances de notícias boas, inclusive, porque é ano eleitoral americano e sempre acontecem coisas boas. Crise econômica em ano eleitoral americano? Zero de chance.
quinta-feira, agosto 23, 2007
25% dos brasileiros recebem bolsa família!
Agora que a crise mundial parece controlada, vamos aos temas do Brasil que podem confundir e iludir pessoas.
Veja matéria do Estadão:Um em cada quatro brasileiros recebe o Bolsa-Família - Clique e leia
Com nossa carga tributária a 35% do PIB e juros campeões do planeta podemos até achar que existe justiça social ai. MENTIRA! O bolsa família não é distribuição de renda como pregam alguns. O Bolsa- Família é sim um confinamento da pobreza nos bolsões da miséria. É migalha paliativa com forte conotação demagógica e política. É o que parece ser.
Pitéu ao miserável que perdeu as oportunidades dadas pela economia global nestes último anos. Inventada no governo FHC com o nome de Bolsa Escola, teve seu momento, virou instrumento político com justificativa ideológica.
Se ele tivesse emprego, ele não precisaria destes R$ 60,00, mal dando para uma parca alimentação. Se ele produzisse e estivesse empregado, teria mais dignidade e oportunidade. Dar o peixe ou ensinar a pescar?
A indolência é estimulada pelo recebimento fácil de recursos mal utilizados e que deveriam ter o fluxo em outros sentidos. Investimento em infraestrutura, obras que colocassem o Brasil no ritmo do crescimento mundial, por exemplo.
É sabido o desestímulo das pessoas que acomodadas nesta migalha preferem não buscar oportunidade de trabalho. Vários relatos de pessoas que desdenham empregos e a ociosidade nos pacatos ricões é evidência clara de que este Bolsa-Familia vem gerando problemas também.
O povão está feliz? Parece, mas não sabe o quanto poderia estar melhor.
O programa tem lá seu apelo e suas vantagens, entretanto não poderia ser a locomotiva social e econômica do governo que deixou nossa infraestrutura estraçalhada e travou a expansão econômica de vários segmentos com a política de juros altos e elevada carga tributária.
Não posso concordar ou aplaudir esta notícia. É justo e legítimo o Programa Bolsa-Família, mas com critérios, pré-requisitos e depois de tomadas outras medidas. Não se trata de crescer o bolo para dividir como pensariam alguns, mas sim operar com competência e gestão, atacando os problemas e não dissimulando como temos visto. Não se iludam, como esta ampulheta acima, no tempo devido a conta será paga. Minha geração, com as décadas perdidas, assiste mais uma, esperando o pagamento da "Festa de Babete".
De boas intenções o inferno está cheio e a diferença entre a intenção e a ação pode ser a ilusão.
quarta-feira, agosto 22, 2007
Rescaldo da Crise
Não sei ao certo se ainda é cedo para falarmos no rescaldo da crise, parece que sim, vamos lá:
Segundo últimos levantamentos os bancos centrais europeu, americano, japonês, australianos e outros mais colocaram US$ 200 bilhões no mercado para garantir a liquidez, o BCE (Banco Central Europeu) colocou quase US$ 140 bilhões.
As perdas de valores de empresas se convertidas pelo valor das ações cotadas nas bolsas de valores podem chegar a US$ 4 trilhões, só aqui no Brasil estima-se US$ 270 bilhões.
O dinheiro que circula nas bolsas hoje é estimado em US$ 50 trilhões em ações e outros US$ 50 trilhões em derivativos. Óbvio que não existe o valor correspondente em ouro, dólar, ou marca e ativos ditos intangíveis que possam justificar este valor. Parte dele, já disse aqui, é criado pela pressão compradora.
Quem conhece a teoria de Nicolau Kondratief sabe dos ciclos econômicos, economista russo da década de 30 tem teoria interessante sobre estes ciclos, mesmo com as novas premissas da economia, entre elas a informação e a velocidade dos acontecimentos, a teoria dele explica em parte estes movimentos.
Dizem alguns economistas que o ápice do ciclo positivo e virtuoso do capitalismo, lei natural da economia, é a crise para o ajuste, parece que estamos vendo isso no mundo. Se não o apogeu, estamos pertos de corrigir rumos da prosperidade que reboca a economia global a crescimento médio de 5% há 7 anos praticamente. Há muito tempo não víamos ciclos como este e com a força e vigor observada.
Alguns analistas dão o arrefecimento a partir de 2009 quando a China perderá o ímpeto “obrista” para preparação do país a Olimpíada.
Desde 1993 vou à China, praticamente todos os anos, e sou testemunha que eles crescem e existem obras para todo lado, uma hora este ritmo deve diminuir.
Tenho para mim que estas novas premissas que regem as leis naturais da economia como velocidade, intangibilidade e conectividade e informação vão mudar paradigmas antigos da teoria econômica, mas os futuros “Prêmio Nobel” de economia vão se encarregar de mostrar, como vem sendo feito, estas novas teses e teorias.
Na verdade, salvo engano com novos fatos da economia global em velocidade da informação, a economia mundial pode ser comparada a um avião com duas turbinas, China e EUA. A turbina EUA rateia por conta da crise anunciada do mercado imobiliário, mas a turbina China continua forte e pujante e levará o avião ao pouso seguro. Isso todos nós esperamos. O Brasil dentro do contexto da economia global é importante pelo seu potencial de mercado e perspectivas futuras. Estamos bem consolidados em alguns fundamentos, em outros não.
As perdas de valores de empresas se convertidas pelo valor das ações cotadas nas bolsas de valores podem chegar a US$ 4 trilhões, só aqui no Brasil estima-se US$ 270 bilhões.
O dinheiro que circula nas bolsas hoje é estimado em US$ 50 trilhões em ações e outros US$ 50 trilhões em derivativos. Óbvio que não existe o valor correspondente em ouro, dólar, ou marca e ativos ditos intangíveis que possam justificar este valor. Parte dele, já disse aqui, é criado pela pressão compradora.
Quem conhece a teoria de Nicolau Kondratief sabe dos ciclos econômicos, economista russo da década de 30 tem teoria interessante sobre estes ciclos, mesmo com as novas premissas da economia, entre elas a informação e a velocidade dos acontecimentos, a teoria dele explica em parte estes movimentos.
Dizem alguns economistas que o ápice do ciclo positivo e virtuoso do capitalismo, lei natural da economia, é a crise para o ajuste, parece que estamos vendo isso no mundo. Se não o apogeu, estamos pertos de corrigir rumos da prosperidade que reboca a economia global a crescimento médio de 5% há 7 anos praticamente. Há muito tempo não víamos ciclos como este e com a força e vigor observada.
Alguns analistas dão o arrefecimento a partir de 2009 quando a China perderá o ímpeto “obrista” para preparação do país a Olimpíada.
Desde 1993 vou à China, praticamente todos os anos, e sou testemunha que eles crescem e existem obras para todo lado, uma hora este ritmo deve diminuir.
Tenho para mim que estas novas premissas que regem as leis naturais da economia como velocidade, intangibilidade e conectividade e informação vão mudar paradigmas antigos da teoria econômica, mas os futuros “Prêmio Nobel” de economia vão se encarregar de mostrar, como vem sendo feito, estas novas teses e teorias.
Na verdade, salvo engano com novos fatos da economia global em velocidade da informação, a economia mundial pode ser comparada a um avião com duas turbinas, China e EUA. A turbina EUA rateia por conta da crise anunciada do mercado imobiliário, mas a turbina China continua forte e pujante e levará o avião ao pouso seguro. Isso todos nós esperamos. O Brasil dentro do contexto da economia global é importante pelo seu potencial de mercado e perspectivas futuras. Estamos bem consolidados em alguns fundamentos, em outros não.
A verdade vai aparecer uma hora e saberemos julgar os erros cometidos, pena, como sempre, analisar a fechadura depois da porta arrombada é fácil, esta é a mania do brasileiro em geral.
segunda-feira, agosto 20, 2007
Entendendo a Bolsa de Valores
A mídia ainda fala na crise, arrefecida, mas sem ainda desfecho e qual foi a contaminação da economia real. A Bolsa de Valores, vilã e protagonista do pânico pode gerar oportunidades. Clique e veja matéria - Crise cria cenário para investimento na bolsa - Terra Notícias.
Fiz um histórico da bolsa e algumas considerações, meu próximo artigo. Para quem não sabe, atuei como operador e fui sócio de uma distribuidora com muitas horas de operação, ganhos e perdas.
A bolsa de valores: nervo do capitalismo?
O investidor profissional tem coração de passarinho, pernas de lebre e memória de elefante. Axioma popular
O investidor profissional tem coração de passarinho, pernas de lebre e memória de elefante. Axioma popular
Um histórico da bolsa: O exercício da compra e venda de ações, ou o seu equivalente, é conhecido e foi praticado na Roma antiga, mas foi somente no século XV, nos tempos do Renascimento, que o movimento bursátil tomou a sociedade. Surgida, segundo alguns historiadores, na cidade de Bruges, na atual Bélgica, o comércio com papéis tomava rumo a partir do ano de 1487. A Meca da bolsa se deu na “New York Stock Exchange” em 1792, a hoje mundialmente famosa Wall Street. Max Weber, sociólogo, economista escreveu Die Börsen, (A bolsa, 1896). Ele se preocupou em acalmar a sociedade quanto à realidade e legitimidade da bolsa de valores, afinal, buscar recursos para expansão via mercado é melhor do que tomar empréstimo ou ter apadrinhamento de governos, sempre sujeitos a corrupção e burocracia.
Qual é a essência da bolsa de valores, o mercado de capitais? A capitalização de empresas, negócios. Empresas estabelecidas vendiam a promessa de ganhos a quem “apostasse” no negócio deles. Os compradores eram investidores que iriam auferir lucros no dinheiro aplicado. A aposta, no que vai dar certo ou errado, sempre será um jogo, e como tal, o jogo com ações sempre foi restrito a pessoas abonadas e muitas vezes visto como algo pouco confiável. Hoje é democrático e transparente. Empresas sérias, a grande maioria, lançam papeis e ações buscando capitalização através do mercado. Os investidores buscam lucros, resultado via dividendo. Esta é a lógica da bolsa e do mercado de capitais.
A bolsa de valores não é filantropia, nem é o pilar do capitalismo, mas uma das suas ferramentas. Sempre existirão os ganhadores e os perdedores. O primeiro grande trauma foi o “crash” de 1929 nos Estados Unidos. No caso brasileiro, tivemos períodos de euforia, ganhos e perdas na década de 70, ou em 1987 com os problemas da bolsa americana repercutidos aqui. Nos anos 80 tivemos no Brasil o ápice dos derivativos, das opções de compra e venda e o caso famoso do Nagi Nahas que tomava dinheiro em banco para “alavancar” suas posições. Hoje a história se repete, desavisados e incautos serão sempre parte do “jogo”. O mercado está maduro e lições foram aprendidas? Com certeza. Precisa melhorar? Continuamente, mas crises sempre irão existir, pelos ciclos ou por desmandos, é parte do processo. A tecnologia e crises evoluíram mecanismos de controle e fiscalização.
O maior problema das bolsas é o ciclo, especialmente causado pela liquidez, excesso ou falta. Uma hora vai existir um ajuste, correção da curva, é inerente do processo. Os especuladores, normalmente, jogadores, dispostos a perder ou ganhar muito, vão atuar sempre em cima deste movimento. Com toda certeza eles dão liquidez ao mercado, são importantes e vitais peças no processo.
Qual a diferença entre o especulador e o acionista? As bolsas, em tese, são para pessoas que investem em empresas e negócios que darão lucro. Não se deve pensar na bolsa com mentalidade de curto prazo. A rentabilidade vai remunerar o dinheiro investido e a empresa vai crescer gerando um ciclo virtuoso. O especulador joga com as mudanças de trajetos no processo, a chamada volatilidade dos títulos, mas dá liquidez a este mercado. Jogar ou investir? Isso distingue o acionista do especulador. O mercado cíclico em seu processo natural respeitará a lei da oferta e da procura, quando mais pessoas dispostas a comprar, o preço tenderá a subir, quando a pressão é vendedora, os preços cairão. O investidor em boas empresas nunca deverá perder, pelo menos em tese, ele não vende o “papel”, compra para ganhar com os dividendos. Tecnicamente existem variações de investimento, “Hedges”, financiamento com opções de compra e venda etc., mas fica para outro artigo.
As bolsas são mecanismos sérios de capitalização para as empresas, de remuneração do capital para os investidores. Sempre devem ser reguladas, assistidas e fiscalizadas pela sociedade e pelo governo. O processo do capitalismo tende a proteger os poderosos, potentados, a má fé pode estar presente e a suspeita gera a eterna vigilância. Perdedores e ganhadores? Naturalmente os dois. Especuladores ou investidores? Ambos. Este é o fascinante mercado de capitais.
A virtude sempre estará no meio e o equilíbrio tenderá para forças naturais. Crises em bolsas significam o fim do capitalismo? Nunca, mas devemos aprender com os erros, sempre tentando melhorar. Ainda existem pessoas que afirmam que esta é a última crise do capitalismo e agora ele chegará ao final. Absurdo e irreal. Não deixo de repetir, capitalismo é processo, qualquer outra coisa será projeto. Processo se ajusta e tende ao equilíbrio, sempre, são as leis naturais, projeto pode falhar, tem a mão do ser humano falível. A grande virtude do capitalismo é a liberdade, vende e compra quem quer, e o que quiser.
sexta-feira, agosto 17, 2007
Sofisma ou verdade?
Vejam só: As empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo perderam mais de R$ 200 bilhões em valor de mercado em um mês, de acordo com dados da bolsa paulista.
Reuter- 17/08- Clique e veja.
A pergunta que faço é uma só, alguém pagaria o valor "inchado" destas empresas antes da crise? Claro que não, empresa vale pelo pelo patrimônio líquido, pela marca e talvez pela fundo de comércio e perspectiva futura, intangível, mas não irracional.
Um exemplo: uma empresa vendeu há um mês 25% de suas ações via bolsa. Imagine o que aconteceria agora. Como sempre digo, os incautos pagam o preço na euforia. Não quero dizer que a empresa não valha e não retornará o investimento do acionista, mas quanto tempo vai demorar? Valeu comprar na euforia do mercado? Para os lançadores foi ótimo, para os compradores terrível. Isso é o mercado!
Soube de gente que vendeu coisas e/ou tomou dinheiro para jogar na bolsa. Tinha gente se vangloriando de estar vivendo da bolsa. O que vocês acham? Merece resposta?
Eu prefiro fazer um jogo combinado na MegaSena sabendo minhas reais chances estastísticas de ganhar ou perder. Não que seja loucura total fazer isso, mas só com profissionalismo, orientação e nunca na euforia.
Reuter- 17/08- Clique e veja.
A pergunta que faço é uma só, alguém pagaria o valor "inchado" destas empresas antes da crise? Claro que não, empresa vale pelo pelo patrimônio líquido, pela marca e talvez pela fundo de comércio e perspectiva futura, intangível, mas não irracional.
Um exemplo: uma empresa vendeu há um mês 25% de suas ações via bolsa. Imagine o que aconteceria agora. Como sempre digo, os incautos pagam o preço na euforia. Não quero dizer que a empresa não valha e não retornará o investimento do acionista, mas quanto tempo vai demorar? Valeu comprar na euforia do mercado? Para os lançadores foi ótimo, para os compradores terrível. Isso é o mercado!
Soube de gente que vendeu coisas e/ou tomou dinheiro para jogar na bolsa. Tinha gente se vangloriando de estar vivendo da bolsa. O que vocês acham? Merece resposta?
Eu prefiro fazer um jogo combinado na MegaSena sabendo minhas reais chances estastísticas de ganhar ou perder. Não que seja loucura total fazer isso, mas só com profissionalismo, orientação e nunca na euforia.
Alívio no mercado?
Ainda é cedo, mas como previsto, os bancos centrais atuam forte em todo mundo, ninguém tem interesse na crise, muito menos os Estados Unidos.
O FED (Federal Reserve) baixou a taxa de juros do interbancário americano e injetou US% 6 bilhões para manter a liquidez. Bom sinal. Veja matéria da BBC Houve uma reação positiva.
Outro ponto: Para não ser afetada a economia real existem duas premissas básicas, a economia americana e chinesa não podem entrar em queda, recessão. Os Estados Unidos tende a superar a crise imobiliária e eles continuam trabalhando no déficit de 6% de seu PIB, a questão será como lidarão com o consumo vis crédito que sustenta a economia ianque, mas eles são competentes e fortes.
A China deve continuar crescendo a reboque das obras das Olimpíadas de 2008, depois pode reduzir o ritmo. Se as bolsas chinesas fossem afetadas, poderia haver pânico e contaminação da economia real. A CHANCE É MíNIMA. Sabe por quê?
A bolsa chinesa é dividida em dois tipos de papeis, tipo A cotado em Yuan(moeda deles) e só para chineses, e tipo B, cotada em moedas estrangeiras, para investidores externos. Somente 5% dos chineses estão atuando na bolsa, mesmo sendo um número imenso e com altas taxas de crescimento o abalo passa batido pelo mercado da China, ainda bem.
Ou seja, a crise ainda não acabou, segunda vem ai, mas os sinais são bons e ainda vamos depender dos Estados Unidos. Vejam como em Novembro de 2006 postei sobre a economia americana e a tal Bolha Imobiliária já era falada e sabida. Clique e Veja. Será que eles não estão administrando esta situação desde os primeiros sinais de fumaça?
Eu não compraria dólar agora, parece estabilizado, mas ainda acredito na queda. Ações? Quem sabe? Pode ser um bom momento de repor carteiras de ações boas, "blueships" que estão perdendo valor pela alta volatilidade atual do mercado. Esta volatilidade deve continuar por mais tempo, nesta hora, lembro meus tempos de operador, é muita adrenalina, mas hora de rachar de ganhar dinheiro, ou perder!
quinta-feira, agosto 16, 2007
A mudança rápida do cenário cambial no Brasil
Clique e veja previsões do dólar de acordo com os bancos americanos e especialistas, e constatem como este mercado é volátil - Clique
Agora veja análise de Denise Toledo - Dólar passa R$ 2 e "ignora" cenário brasileiro -
O que parecia totalmente improvável há poucas semanas aconteceu: o dólar acima dos R$ 2. As condições da economia brasileira ficaram em segundo plano, diante do agravamento da instabilidade dos mercados e das incertezas quanto aos desdobramentos da crise do setor imobiliário americano. -
Terra Notícias - Clique e leia a matéria.
Realmente era improvável este cenário. O movimento nervoso atual do mercado mudou a tendência completamente. A crise americana e o ajuste da liquidez sempre foram esperados, mas o dólar chegar a R$ 1,86 e voltar em 15 dias a R$ 2,10 era completamente irracional, ambas as posições diga-se de passagem. Quem comprou dólar ou derivativos relacionados a câmbio rachou de ganhar dinheiro, só jogadores talvez, profissionais nunca.
O dólar cai porque existem mais vendedores, investidores estrangeiros e mesmo nacionais vendem ações e títulos para repor perdas ou se protegerem indo ao mercado do dólar, neste momento em tese, mais seguro.
Não podemos apostar se esta tendência vai continuar, temos ainda que esperar um pouco. Talvez, o dólar não devesse ter chegado aonde chegou. Estes valores atuais são mais racionais e talvez a moeda esteja chegando no equilíbrio da paridade com o R$.
O governo deve queimar reservas? Até agora não, mas dependendo do susto cambial com a alta desproporcional, deve sim. Nossas reservas são altas, mas sou contra intervenção a príncipio.
O aumento do câmbio tem reflexos na inflação, custos e outras variáveis econômicas. Estamos bem de reservas e nossa balança comercial está bem. Com um aumento do dólar pode melhorar nossas exportações, mas será que o espetáculo do crescimento mundial não será afetado?
Vamos acompanhando.
Agora veja análise de Denise Toledo - Dólar passa R$ 2 e "ignora" cenário brasileiro -
O que parecia totalmente improvável há poucas semanas aconteceu: o dólar acima dos R$ 2. As condições da economia brasileira ficaram em segundo plano, diante do agravamento da instabilidade dos mercados e das incertezas quanto aos desdobramentos da crise do setor imobiliário americano. -
Terra Notícias - Clique e leia a matéria.
Realmente era improvável este cenário. O movimento nervoso atual do mercado mudou a tendência completamente. A crise americana e o ajuste da liquidez sempre foram esperados, mas o dólar chegar a R$ 1,86 e voltar em 15 dias a R$ 2,10 era completamente irracional, ambas as posições diga-se de passagem. Quem comprou dólar ou derivativos relacionados a câmbio rachou de ganhar dinheiro, só jogadores talvez, profissionais nunca.
O dólar cai porque existem mais vendedores, investidores estrangeiros e mesmo nacionais vendem ações e títulos para repor perdas ou se protegerem indo ao mercado do dólar, neste momento em tese, mais seguro.
Não podemos apostar se esta tendência vai continuar, temos ainda que esperar um pouco. Talvez, o dólar não devesse ter chegado aonde chegou. Estes valores atuais são mais racionais e talvez a moeda esteja chegando no equilíbrio da paridade com o R$.
O governo deve queimar reservas? Até agora não, mas dependendo do susto cambial com a alta desproporcional, deve sim. Nossas reservas são altas, mas sou contra intervenção a príncipio.
O aumento do câmbio tem reflexos na inflação, custos e outras variáveis econômicas. Estamos bem de reservas e nossa balança comercial está bem. Com um aumento do dólar pode melhorar nossas exportações, mas será que o espetáculo do crescimento mundial não será afetado?
Vamos acompanhando.
O mercado ainda no centro do furacão
Ainda é uma aposta se esta crise nas bolsas, bancos e corretoras afetará a economia real.
A força da queda é o mais preocupante. Não tive como analisar dados mais profundos como queda x volume de movimentação. Quero dizer mais ou menos o seguinte: quando as bolsas caem forte com volume grande o efeito manada pode estar se confirmando. Neste caso entram em ciclo perverso e caem cada vez mais. A perda grande de valor em empresas e companhias boas podem afetar a performance comercial e então a contaminação do mercado real existe. Parece que mineradoras já sofrem perdas elevadas. O certo é: O prejuízo contábil existe, se o valor é real ou fruto da bolha compradora é que determinará o tamanho do abalo.Se uma ação "blueship" vale 100, começa o movimento de venda, e ela cai a 80, a companhia "perde" o valor da empresa. Perde entre aspas porque este valor pode ter sido criado pela pressão compradora. A rigor, uma empresa deve valer por seus ativos e pelo patrimônio líquido, além disso é especulação dos mercados e da exuberância irracional, como chegou um dia a dizer Alan Greenspan, lembram-se da NASDAQ nos anos 90 com as empresas ponto com?
Na crise os melhores papeis são mais vendidos pela liquidez e confiabilidade. Para cobrir rombos estes são os papeis mais vendidos e que normalmente fazem parte da cesta de ações que compõem os índices.
A China, atual locomotiva junto com os EUA da economia mundial, se entrar no ritmo pessimista atual pode agravar a coisa, vamos esperar. Nos EUA Wall Street segura o tranco com a ajuda do FED que não tem interesse no caos. Agora a prioridade deles deve ser estancar a crise, o deficit ficará para depois, até porque se a crise aumentar o dólar se fortalecerá e poderá jogar mais lenha na fogueira americana.
Ainda acho que a crise está restrita ao problema imobiliário americano e a exuberância irracional das bolsas. O excesso de liquidez criou a bolha e especuladores ainda são os perdedores.
Pode chegar a economia real? Pode, mas ainda não chegou e não acredito que chegará. Podemos ter só o ajuste ciclotímico que a economia tem para se confirmar como um processo.
E se chegar?
Ai veremos outras ferramentas e a competência das pessoas, dos gestores e até de governos serão determinantes, afinal gerenciar prosperidade é fácil, o duro são as crises, especialmente as de liquidez. Mais uma vez aprenderemos com erros, sempre as melhores lições estarão ai, mas não sem mortos, feridos e quebrados.
quarta-feira, agosto 15, 2007
O problema ainda preocupa
Bolsas asiáticas voltam a cair; Europa abre em baixa - Terra Notícias - Clique e leia
Veja o que diz o Globo sobre a queda das bolsas no dia 15/08- Clique e leia
Parece que as coisas ainda não estão acertadas no cenário global. O dólar sobe e as bolsas caem , mesmo com a injeção de recursos dos bancos centrais de vários países.
A situação divide especialistas, alguns acreditam que o pior já passou, outros que ainda nem começou. Quem tem razão? Ainda é cedo, mas uma certeza eu tenho, especuladores e profissionais de mercado, operadores arrojados e até jogadores aproveitam estas ondas para ganhar ou perder muito dinheiro.
Uma coisa é clara na minha visão. O problema atual começou com a crise da bolha imobiliária americana, mas o excesso de liquidez mundial desde 2000 e a alavancagem de títulos e papeis com preços irreais são as verdadeiras causas.
Uma coisa que notei hoje: As bolsas estão tendo perdas expressivas. Os indicadores de queda, na verdade médios, são grandes em bolsas asiáticas e européias e mesmo americana. O Dow Jones recuar 1,57% é anormal e preocupante, por exemplo. Tokio, Hong Kong com perdas de 2,4% é algo estranho. Na Europa as quedas são de 1% médio nas principais.
Como estes índices são medidos por uma cesta de ações, normalmente as chamadas "blueShips", é sinal que deve ter papel despencando em queda livre.
Esta queda média causa prejuízo, mas a queda brusca de papéis com grande volatilidade é que causam a corrida, o chamado efeito manada como é conhecido o jargão no mercado.
Vamos esperar, ainda tenho bom sentimento, mas fratura exposta em alguns será inevitável.
Outro ponto: A crise levará a recuperação do dólar, nada bom para os EUA que quere reduzir défict, mas considerando que a perda de liquidez implica em queda no crédito as coisas vão sempre se ajustando e tentando encontrar o equilíbrio.
Aqui mesmo no Brasil, uma subida do dólar aumentará a competividade de nossos produtos exportáveis e terá efeito positivo.
A economia é muito bacana quando assistimos os processos se estabelecendo sem a interferência do homem impondo sua razão e lógica, muitas vezes alucinada.
Ainda bem que temos ferramentas de administração destas crises, mas toda responsabilidade e cuidado será pouco. Eu particularmente ainda acredito mais em processos!
Veja o que diz o Globo sobre a queda das bolsas no dia 15/08- Clique e leia
Parece que as coisas ainda não estão acertadas no cenário global. O dólar sobe e as bolsas caem , mesmo com a injeção de recursos dos bancos centrais de vários países.
A situação divide especialistas, alguns acreditam que o pior já passou, outros que ainda nem começou. Quem tem razão? Ainda é cedo, mas uma certeza eu tenho, especuladores e profissionais de mercado, operadores arrojados e até jogadores aproveitam estas ondas para ganhar ou perder muito dinheiro.
Uma coisa é clara na minha visão. O problema atual começou com a crise da bolha imobiliária americana, mas o excesso de liquidez mundial desde 2000 e a alavancagem de títulos e papeis com preços irreais são as verdadeiras causas.
Uma coisa que notei hoje: As bolsas estão tendo perdas expressivas. Os indicadores de queda, na verdade médios, são grandes em bolsas asiáticas e européias e mesmo americana. O Dow Jones recuar 1,57% é anormal e preocupante, por exemplo. Tokio, Hong Kong com perdas de 2,4% é algo estranho. Na Europa as quedas são de 1% médio nas principais.
Como estes índices são medidos por uma cesta de ações, normalmente as chamadas "blueShips", é sinal que deve ter papel despencando em queda livre.
Esta queda média causa prejuízo, mas a queda brusca de papéis com grande volatilidade é que causam a corrida, o chamado efeito manada como é conhecido o jargão no mercado.
Vamos esperar, ainda tenho bom sentimento, mas fratura exposta em alguns será inevitável.
Outro ponto: A crise levará a recuperação do dólar, nada bom para os EUA que quere reduzir défict, mas considerando que a perda de liquidez implica em queda no crédito as coisas vão sempre se ajustando e tentando encontrar o equilíbrio.
Aqui mesmo no Brasil, uma subida do dólar aumentará a competividade de nossos produtos exportáveis e terá efeito positivo.
A economia é muito bacana quando assistimos os processos se estabelecendo sem a interferência do homem impondo sua razão e lógica, muitas vezes alucinada.
Ainda bem que temos ferramentas de administração destas crises, mas toda responsabilidade e cuidado será pouco. Eu particularmente ainda acredito mais em processos!
terça-feira, agosto 14, 2007
Qual a dimensão da crise?
O premio Nobel de economia de 1976, Milton Friedman escreveu em conjunto com Anna Schwartz o livro: Uma história monetária dos Estados Unidos demonstrando, por “a mais b” que o FED (Federal Reserve), Banco Central americano, foi o maior responsável pelo “crash” da bolsa americana e a depressão que se seguiu esfacelando a economia americana na década de 30, deixando milhares desempregados e uma perda de valor de 45% no PIB ianque. Nesta época surgiria a figura de Keynes e elevaria o presidente Rossevelt pela administração do famoso “New Deal” que recuperou a economia americana.
O atual presidente do FED Bem Bernanke dá mão a palmatória assumindo a importância dos bancos centrais na administração de crises de liquidez como a atual lastreado na tese de Friedman.
Sabe-se que o BCE(Banco Central Europeu)já colocou 74 bilhões de Euros extras - clique e leia para segurar a liquidez do mercado, o Canadá, Japão, EUA e outros estão fazendo a mesma coisa.
Uma coisa é certa, estão administrando a crise mundial com a perda de valores nas bolsas mundiais. Estas bolsas são termômetro de mercado e dependendo do tamanho do problema pode chegar ao mundo real, das transações correntes e comércio dos países interferindo na economia local. Neste caso a gestão do problema é mais complexa e as conseqüências mais nefastas. Esta contaminação é a principal razão da interferência dos bancos centrais, caso contrário seria mais fácil deixar o problema e prejuízos para alguns bancos, corretoras desavisadas e especuladoras.
Muitos atribuem a crise atual ao problema da bolha imobiliária americana, mas na verdade o problema extrapola o mercado americano. O excesso de liquidez gerado pela prosperidade mundial em ciclo virtuoso desde 2000 é sim a causa da liquidez e “alavancagem” acima do real. Funciona mais ou menos assim: a máquina econômica, crescimento forte, comércio pujante, vai gerando recursos e riqueza mais rapidamente. Estes recursos vão firmemente e com forte pressão compradora para papeis e títulos nas bolsas e nos bancos. A pressão compradora eleva o preço sendo criado um valor irreal que não corresponde ao mundo real, é como se o mercado criasse moeda, mas na verdade cria um valor inexistente, motivado pela pressão compradora. Exemplo: Só a Goldman Sachs, grande banco de investimento, possui ativo 25 vezes maior do que o valor de seu patrimônio líquido, ou seja, sem cobertura real, sem lastro financeiro. Se todos os clientes resolvessem de uma hora para outra acertar as contas trocando papel e título por moeda o que aconteceria?
Em certa hora o mercado perde a força compradora e existe uma realização de lucros. Soma-se a isso “papeis podres” (como os subprime do mercado imobiliário americano) com altas taxas de especulação e ganância, todos sabedores que este fluxo uma hora será invertido, estes papeis são os primeiros a perder a liquidez.
As perdas são inevitáveis para alguns, normalmente os retardatários, quase sempre os incautos que acreditam na perenidade de um ciclo econômico. Lembrem-se sempre, tudo na economia é cíclico e ajustes são necessários, para realização de lucro, para equalização valor nominal com o valor real, etc.
O resultado desta mudança de rota, saindo de pressão compradora para vendedora apavora todo mundo. O mercado perde trilhões, só na Europa cerca de US$ 3 trilhões viraram pó. Na verdade parte deste valor é artificial, criado pela enxurrada no mercado comprador.
A conseqüência nesta mudança de fluxo é grande problema, quase sempre sem se saber ao certo o momento da ruptura. O risco de contaminação do mundo real é enorme, suscitando a ação dos bancos centrais como temos visto.
Aprendemos com erros. Os erros de crises passadas ensinaram a grande maioria dos países pobres e ricos. A velocidade e a globalização do mercado fazem com que estes movimentos e interferência devam ser rápidos. O lastro e fundamentos macroeconômicos domésticos são a vacina pela não contaminação da crise mundial, mesmo assim sempre haverá prejuízo para alguns e lucro para outros.
A dimensão da crise? É incerta, mas a realidade hoje é outra e várias economias importantes no cenário mundial estão consolidadas internamente, é o caso do Brasil.
Esta crise é mais tranqüila que outras, pelo menos até agora.
Vamos esperar os próximos capítulos do espetáculo econômico mundial, mas para muitos já era esperado ajuste e correção de rumos, estes sim são os ganhadores do dinheiro que era irreal, mas saiu com valor real da mão de uns, para cair em suas mãos. Os operadores que acertaram o momento da ruptura fizeram grandes fortunas. Talvez ai exista uma mistura de competência e sorte, sempre com muita informação.
O atual presidente do FED Bem Bernanke dá mão a palmatória assumindo a importância dos bancos centrais na administração de crises de liquidez como a atual lastreado na tese de Friedman.
Sabe-se que o BCE(Banco Central Europeu)já colocou 74 bilhões de Euros extras - clique e leia para segurar a liquidez do mercado, o Canadá, Japão, EUA e outros estão fazendo a mesma coisa.
Uma coisa é certa, estão administrando a crise mundial com a perda de valores nas bolsas mundiais. Estas bolsas são termômetro de mercado e dependendo do tamanho do problema pode chegar ao mundo real, das transações correntes e comércio dos países interferindo na economia local. Neste caso a gestão do problema é mais complexa e as conseqüências mais nefastas. Esta contaminação é a principal razão da interferência dos bancos centrais, caso contrário seria mais fácil deixar o problema e prejuízos para alguns bancos, corretoras desavisadas e especuladoras.
Muitos atribuem a crise atual ao problema da bolha imobiliária americana, mas na verdade o problema extrapola o mercado americano. O excesso de liquidez gerado pela prosperidade mundial em ciclo virtuoso desde 2000 é sim a causa da liquidez e “alavancagem” acima do real. Funciona mais ou menos assim: a máquina econômica, crescimento forte, comércio pujante, vai gerando recursos e riqueza mais rapidamente. Estes recursos vão firmemente e com forte pressão compradora para papeis e títulos nas bolsas e nos bancos. A pressão compradora eleva o preço sendo criado um valor irreal que não corresponde ao mundo real, é como se o mercado criasse moeda, mas na verdade cria um valor inexistente, motivado pela pressão compradora. Exemplo: Só a Goldman Sachs, grande banco de investimento, possui ativo 25 vezes maior do que o valor de seu patrimônio líquido, ou seja, sem cobertura real, sem lastro financeiro. Se todos os clientes resolvessem de uma hora para outra acertar as contas trocando papel e título por moeda o que aconteceria?
Em certa hora o mercado perde a força compradora e existe uma realização de lucros. Soma-se a isso “papeis podres” (como os subprime do mercado imobiliário americano) com altas taxas de especulação e ganância, todos sabedores que este fluxo uma hora será invertido, estes papeis são os primeiros a perder a liquidez.
As perdas são inevitáveis para alguns, normalmente os retardatários, quase sempre os incautos que acreditam na perenidade de um ciclo econômico. Lembrem-se sempre, tudo na economia é cíclico e ajustes são necessários, para realização de lucro, para equalização valor nominal com o valor real, etc.
O resultado desta mudança de rota, saindo de pressão compradora para vendedora apavora todo mundo. O mercado perde trilhões, só na Europa cerca de US$ 3 trilhões viraram pó. Na verdade parte deste valor é artificial, criado pela enxurrada no mercado comprador.
A conseqüência nesta mudança de fluxo é grande problema, quase sempre sem se saber ao certo o momento da ruptura. O risco de contaminação do mundo real é enorme, suscitando a ação dos bancos centrais como temos visto.
Aprendemos com erros. Os erros de crises passadas ensinaram a grande maioria dos países pobres e ricos. A velocidade e a globalização do mercado fazem com que estes movimentos e interferência devam ser rápidos. O lastro e fundamentos macroeconômicos domésticos são a vacina pela não contaminação da crise mundial, mesmo assim sempre haverá prejuízo para alguns e lucro para outros.
A dimensão da crise? É incerta, mas a realidade hoje é outra e várias economias importantes no cenário mundial estão consolidadas internamente, é o caso do Brasil.
Esta crise é mais tranqüila que outras, pelo menos até agora.
Vamos esperar os próximos capítulos do espetáculo econômico mundial, mas para muitos já era esperado ajuste e correção de rumos, estes sim são os ganhadores do dinheiro que era irreal, mas saiu com valor real da mão de uns, para cair em suas mãos. Os operadores que acertaram o momento da ruptura fizeram grandes fortunas. Talvez ai exista uma mistura de competência e sorte, sempre com muita informação.
domingo, agosto 12, 2007
Começou a crise mundial?
No começo do ano escrevi sobre o problema da liquidez mundial, clique e veja. Em 2006 postei texto sobre uma eventual crise, clique e veja.
Há muito tempo o mercado fala da crise imobiliária americana, mas será que estourou de vez a bolha e viveremos uma crise mundial? Pode ser, mas não será devido só ao problema americano dos créditos podres imobiliários.
O ajuste terá que ser dado na grande liquidez mundial. O mercado de ações vai criando um valor que não existe e quando chega uma certa hora, a pressão compradora para e ai a queda de preços com a pressão vendedora é inevitável. Milhões, bilhões, viram pó.
Precisamos esperar a reação dos mercados, os EUA vive um problema sério e uma crise agora é combustível na fogueira, eles farão tudo para segurar a onda, como estão fazendo.
Quem quiser ver, leia este artigo- Clique e leia.
Já houve reação positiva na crise da bolsa chinesa, porque não haveria agora?
Meu sentimento é que pode haver problemas, mas não acontecerá. Este ajuste é salutar para que não entremos em crise mundial. Vamos esperar e ver.
sexta-feira, agosto 03, 2007
CPI do Apagão Aéreo da Câmara
Há muito tempo as CPIs são transformadas em festival de bobagens, um verdadeiro circo bufão. Tirando ai umas poucas CPIs sérias, a televisão da Câmara e Senado coloca os membros nas luzes da ribalta e o espetáculo é garantido, isso sem falar nos "flash" de outras com entrada na programação ao vivo.
A origem disso foi o pique na audiência na época do mensalão com o Marcos Valério. Verdadeiro show. Cômico se não fosse trágico, alguns deputados deitam e rolam na frente da mídia.
Fora erros de português gritantes, demonstração de despreparo e incompetência, fica clara e óbvia a perda de tempo.
Foi um verdadeiro espetáculo o que assisti ontem, por acaso, na CPI do Apagão Aéreo.
Vendo a Globo News, canal 40, eles trasmitiam o depoimento de um tal assessor de imprensa da AirBus. Foi brincadeira o que assisti. O país não merece isso. A vaidade e indolência de alguns membros, a necessidade de buscar fatos desconexos para manutenção do assunto é cômica.
Parece um bando de malucos, com assuntos desarticulados, sem pé nem cabeça, tentando levar e buscar solução para um problema crítico que é o atual caos no setor aéreo.
Misturam assuntos técnicos com políticos querendo fazer a CPI tomar um rumo que a própria essência da matéria não teria. O acidente da TAM desfoca o assunto principal que deveria ser a investigação das mazelas, incompetência e corrupção no segmento. A oposição, com seus muitos atores também, cai na conversa e tegiversa sob as luzes da ribalta das TVs e jornalistas presentes.
Rídiculo. Eles estão perdidos, perdendo tempo e jogando o tempo de outros fora. Onde eles querem chegar? Precisamos rever a questão da eficácia das CPIs.
Clique no link e veja algumas matérias sobre a CPI e o caos aéreo.
Sabe, não posso e nem devo generalizar, tem gente séria, preparada e vocacionada lá, mas afirmo que é a minoria.
Retrato do país? Pode ser, mas esta minoria responsável deveria tomar as rédeas do congresso e trabalhar as questões relevantes deste Brasil, com resultados, compromissos e prazos.
A sensação que dá é muita gente, querendo fazer tudo e não produzindo nada, sem capacidade para ditar as prioridades e pauta para o Brasil tão cheio de problemas.
quinta-feira, agosto 02, 2007
O nervosismo do dólar e do mercado!
O mercado anda nervoso ultimamente. Clique e veja matéria do Terra Notícias.
São informações, algumas contraditórias, da questão americana relacionada a bolha imobiliária e a redução do crédito. A questão imobiliária parece já equacionada e o crédito é a bola da vez, pois pode reverter a performance americana.
O dólar vem descendo ladeira abaixo há muito tempo. Aqui no Brasil algumas pessoas tentam atribuir esta situação à gestão do governo via BC. Errado, a questão é americana com reflexo mundial, vamos ver por que?
Há 15 anos o déficit em conta corrente americano é crescente e equivalem hoje a 6% do PIB. Ai está o problema para a economia mundial.
Segundo bancos, como Morgan Stanley, os Estados Unidos toma diariamente US$ 2,2 bilhões para equilibrar suas contas, principalmente para cobrir o déficit na balança comercial. Este déficit criou uma dívida de US$ 2,7 trilhões e o financiamento absorve 70% da poupança mundial. De onde vem este monte de dinheiro para sustentar o déficit americano? Dos bancos centrais dos países em prosperidade e superavitários, investindo nos papeis de Washington.
Países exportadores de petróleo, os asiáticos, principalmente China e Japão e outros emergentes em crescimento garantem a liquidez e devolvem os recursos sob a forma de reserva nos papeis americanos. Interessante? Pode ser, mas quando esta liquidez diminuir, como ficará o cenário mundial?
Não há consenso. Assistimos as bolsas de valores de vários países, termômetro da economia, sustentando crises e ajustes, sempre na volta com recuperação dos índices e quedas.
Enquanto o mundo cresce, de certa forma financiado pelo consumismo americano, a China e índia e outros países emergentes, vão no embalo mundial, mas consolidando a economia local. O Brasil se aproveitou deste movimento virtuoso, muito pela alavanca da China e Índia, na mineração e siderurgia principalmente.
Em suma, Estados Unidos continua crescendo e surpreendendo, mas alguns analistas observam um artificialismo, alguns chamam de crescimento desbalanceado, ou seja, o americano gasta mais do que pode e a economia cresce em bases frágeis.
Como sair desta? Segundo algumas fontes americanas, os Estados Unidos deve zerar este déficit até 2012. As projeções, segundo estas fontes, é de acentuada queda, de 25% a 30% na moeda verde, para este pretendido equilíbrio em 2012. As economias dos asiáticos e emergentes lastreadas na exportação sofrerão cada vez mais dificuldades de sustentação com a desvalorização do dólar que implica em valorização de suas moedas.
A prosperidade mundial parece que continua, os ajustes necessários estão sendo feito e até agora representam sustos com a farra da especulação e seus atores.
Os fatos estão ai, o desfecho, previsível para alguns, quando? É a incógnita da equação.
Podemos torcer e esperar que as coisas permaneçam do jeito que estão.
O dólar vem descendo ladeira abaixo há muito tempo. Aqui no Brasil algumas pessoas tentam atribuir esta situação à gestão do governo via BC. Errado, a questão é americana com reflexo mundial, vamos ver por que?
Há 15 anos o déficit em conta corrente americano é crescente e equivalem hoje a 6% do PIB. Ai está o problema para a economia mundial.
Segundo bancos, como Morgan Stanley, os Estados Unidos toma diariamente US$ 2,2 bilhões para equilibrar suas contas, principalmente para cobrir o déficit na balança comercial. Este déficit criou uma dívida de US$ 2,7 trilhões e o financiamento absorve 70% da poupança mundial. De onde vem este monte de dinheiro para sustentar o déficit americano? Dos bancos centrais dos países em prosperidade e superavitários, investindo nos papeis de Washington.
Países exportadores de petróleo, os asiáticos, principalmente China e Japão e outros emergentes em crescimento garantem a liquidez e devolvem os recursos sob a forma de reserva nos papeis americanos. Interessante? Pode ser, mas quando esta liquidez diminuir, como ficará o cenário mundial?
Não há consenso. Assistimos as bolsas de valores de vários países, termômetro da economia, sustentando crises e ajustes, sempre na volta com recuperação dos índices e quedas.
Enquanto o mundo cresce, de certa forma financiado pelo consumismo americano, a China e índia e outros países emergentes, vão no embalo mundial, mas consolidando a economia local. O Brasil se aproveitou deste movimento virtuoso, muito pela alavanca da China e Índia, na mineração e siderurgia principalmente.
Em suma, Estados Unidos continua crescendo e surpreendendo, mas alguns analistas observam um artificialismo, alguns chamam de crescimento desbalanceado, ou seja, o americano gasta mais do que pode e a economia cresce em bases frágeis.
Como sair desta? Segundo algumas fontes americanas, os Estados Unidos deve zerar este déficit até 2012. As projeções, segundo estas fontes, é de acentuada queda, de 25% a 30% na moeda verde, para este pretendido equilíbrio em 2012. As economias dos asiáticos e emergentes lastreadas na exportação sofrerão cada vez mais dificuldades de sustentação com a desvalorização do dólar que implica em valorização de suas moedas.
A prosperidade mundial parece que continua, os ajustes necessários estão sendo feito e até agora representam sustos com a farra da especulação e seus atores.
Os fatos estão ai, o desfecho, previsível para alguns, quando? É a incógnita da equação.
Podemos torcer e esperar que as coisas permaneçam do jeito que estão.
Estaremos sempre a reboque da locomotiva mundial que é a economia americana, gostemos ou não.
O caso das térmicas e o último leilão.
O último leilão só contratou energia de térmica a óleo e diesel - Clique e veja - Estadão.
A polêmica se vai ter problema ou não continua, veja matéria no Estadão sobre o CPE -Conselho de Política Energética discute risco de apagão.
O setor está andando de lado. O ministro é interino, a Eletrobrás está sem comando desde janeiro e Furnas só agora decide pelo Luiz Paulo Conde, aliás, parece ser bom administrador, mas tem compromissos nebulosos nesta trajetória.
Vamos lá, se clicarem no gráfico acima(para aumentar a imagem) verão como funciona a operação de térmicas.
As térmicas podem entrar em operação em quatro ocasiões: elétricas (para segurança do sistema), energéticas (falta de energia), por inflexibilidade ou testes. Tomemos como exemplo o leilão descrito acima e reparem a questão da inflexibilidade. O cálculo envolve uma garantia física e a receita fixa anual, divulgada ao final do leilão, além da quantidade de MWh que serão disponibilizados pela usina por ano, se despachadas pelo operador do sistema.
A questão toda é o custo do combustível. O preço de R$ 136,00 mWh diz somente respeito à disponibilidade que normalmente é a energia mínima de operação (inflexibilidade). O restante, se despachado, será complementada pelo governo como custo variável de combustível.
Pasmem, algumas ilações e cálculos dão conta que custo variável do combustível de usinas a óleo pode chegar a R$ 662,00, portanto quando ouvimos que teremos energia, não estamos levando em conta o custo desta energia. Neste leilão precisamos saber a inflexibilidade das térmicas que venderam a energia, esta energia sairá pelo preço médio de R$ 136,00 mWh, o restante, se despachadas, terão custo muito superior.
A questão toda é o custo do combustível. O preço de R$ 136,00 mWh diz somente respeito à disponibilidade que normalmente é a energia mínima de operação (inflexibilidade). O restante, se despachado, será complementada pelo governo como custo variável de combustível.
Pasmem, algumas ilações e cálculos dão conta que custo variável do combustível de usinas a óleo pode chegar a R$ 662,00, portanto quando ouvimos que teremos energia, não estamos levando em conta o custo desta energia. Neste leilão precisamos saber a inflexibilidade das térmicas que venderam a energia, esta energia sairá pelo preço médio de R$ 136,00 mWh, o restante, se despachadas, terão custo muito superior.
Ou seja, a chance de faltar energia pode ser pequena, mas o custo disso será muito alto para o páis e a sociedade.